Consórcio Planície começa a operar nesta terça-feira em linhas deficitárias da Baixada
Jéssica Felipe e Jane Ribeiro 05/03/2018 13:41 - Atualizado em 07/03/2018 14:24
Antônio Leudo
Depois de os moradores da baixada campista terem que enfrentar mais um dia de superlotação no transporte alternativo durante toda a manhã desta segunda-feira, somente no final da tarde a Prefeitura de Campos publicou uma edição suplementar do Diário Oficial do Município com a descrição das linhas do consórcio União que serão “imediatamente suspensas, sendo repassadas para o consórcio Planície”. De acordo com a Portaria nº 006/2018 de 05 de março de 2018, requisitar em caráter emergencial que o Consórcio Planície opere as linhas Centro X Fazendinha, Centro X Imperial, Centro X Goytacazes, Centro X Bugalho, Rodoviária X Tocos, Rodoviária X Ponta Grossa e Rodoviária X Farol.
Ainda segundo a portaria, a Diretoria Técnica do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) deverá acompanhar a operação do Consórcio requisitado, promovendo, se necessário, os ajustes para garantir a adequada prestação dos serviços à população. Além disso, foi determinado a abertura de processo administrativo para verificação de inadimplência contratual e eventual caducidade do contrato. A portaria entra em vigor na data da sua publicação, ou seja, desde esta segunda.
A manhã foi de caos para quem precisou do transporte público e teve que enfrentar vans lotadas para chegar ao trabalho. Para a jovem Bruna Pessanha, que compartilhou sua “via crucis” diária por transporte em matéria especial publicada na Folha do último domingo (4), nada mudou. Os moradores do Largo do Garcia, na Baixada, continuam caminhando até a pista principal para conseguirem pegar o ônibus. “Hoje, a gente pegou o de 6h30 da linha de Baixa Grande. Esse já tinha, mas não é certo. Passa com irregularidade e por acaso hoje passou. Vamos ver como vai ficar”, falou Bruna.
No final da tarde, a situação não havia modificado. Os usuários continuavam a ter que enfrentar filas para conseguir um lugar no transporte público. O mecânico Amaro Cardoso Siqueira, que mora em Baixa Grande, disse não aguentar mais tanto sufoco para ir trabalhar. Ele espera que agora, com a portaria retirando a linha do consórcio União, não seja mais preciso ficar tanto tempo na fila a espera de um transporte.
— Se vai retirar, que retire logo e coloque ônibus com comprometimento com os horários. Não dá mais para continuar com esse descaso com a gente, que mora longe do trabalho e precisa do transporte. Fico na fila para pegar uma van e quando consigo tenho que ir em pé — disse aborrecido o trabalhador.
Em nota, o Consórcio Planície informou que já foi informado da portaria e que pretende começar a operar nos distritos a partir desta terça-feira.
Universitário - Estudantes universitários das localidades de Santa Maria, Santo Eduardo, Morro do Coco e Espírito Santinho se uniram e foram nesta segunda-feira para a porta da Prefeitura de Campos, com faixas e cartazes, para reivindicar o retorno do transporte universitário gratuito, suspenso no início de fevereiro. Os estudantes alegam que não tem condições financeiras para arcar com mais essa despesa.
Segundo os estudantes, que estão há semanas tentando uma audiência com o prefeito Rafael Diniz e não conseguem a situação está ficando insustentável, eles estão perdendo aula porque não têm como custear o valor da passagem.
— A resposta de quem sempre nos atende é a mesma: “crise”. Mas nós não podemos ficar sem estudar. Já pagamos uma faculdade que não é barata e ainda temos que arcar com mais essa despesa. O transporte universitário gratuito é um direito que nós temos. É questão de educação — disse a estudante Hyolanda Souza.
Taíz Lessa também está na mesma situação. Ela informou que o transporte era disponibilizado há mais de 15 anos e não vê motivos para a suspensão. “O que falta aqui é questão de boa vontade. Precisamos estudar e queremos o transporte novamente. Uma assessora do prefeito veio até aqui e disse que vai tentar encontrar uma solução e pediu para que esperássemos até a próxima sexta-feira para uma resposta — disse Taíz.
Em nota, a prefeitura disse que “vem buscando alternativas de reverter os efeitos da crise e melhorar o orçamento do município para que possa dar continuidade a este serviço”.

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