Com tornozeleira eletrônica, Rosinha concede entrevista no apartamento do Rio
19/12/2017 10:15 - Atualizado em 22/12/2017 14:57
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Entrevista e esperança
Ainda com esperança de que marido Anthony Garotinho (PR) possa passar o Natal com a família em casa, a ex-governadora do Rio e ex-prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, deu uma entrevista ontem ao SBT Rio, sem saber que não havia previsão do julgamento do habeas corpus do ex-governador na última pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes do recesso. Com tornozeleira eletrônica, Rosinha recebeu a equipe de reportagem no apartamento do Rio, onde espera pelo marido.
“Humilhada”
Rosinha disse que se sentiu humilhada ao ser presa na operação Caixa d’água, que acusa ela e o marido de integrarem uma organização criminosa que arrecadava caixa 2 para financiar campanhas eleitorais. Ela teme pela saúde de Garotinho, que está deprimido e faz uma greve de fome desde a quinta-feira passada. “Isso é uma humilhação, porque nós não cometemos nenhum crime (...) Quando ele fala em um jejum por tempo indeterminado é um ato de desespero de quem está se sentindo isolado e amordaçado. E deve estar se deprimindo lá dentro da prisão”, destacou.
Faces de uma mesma moeda?
Questionada se ela e seu marido são faces de uma mesma moeda em que também figura o ex-governador Sérgio Cabral, preso há mais de um ano acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e chefe de uma organização criminosa, Rosinha rejeitou a vinculação. “Nós somos completamente diferentes, na minha gestão não teve superfaturamento de obras em momento algum. O que estão imputando a nós é um suposto crime de caixa 2. Não tem nenhum político no Brasil preso por crime de caixa. Um suposto crime que não nos deu direito de defesa”, questionou.
Sem contato
Rosinha comentou ainda que não teve contato com Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, na prisão em Benfica, mas foi questionada por um dos coordenadores da unidade se haveria problemas entre elas. “Nós não tivemos relação (dentro da cadeia). Antes de ela chegar, uma pessoa que se apresentou como um dos coordenadores lá de Benfica perguntou para mim se eu tinha problemas com a Adriana Ancelmo. Eu falei: todos. Ele disse que ela estava indo para Benfica e que ‘não podemos ter problemas aqui’. Eu respondi: perfeitamente. E da minha parte não terá”. Ancelmo foi libertada ontem de Benfica pelo ministro Gilmar Mendes.
Cobrança
A ex-prefeita também exigiu uma investigação da denúncia do seu marido de que teria sido agredido no presídio de Benfica, que foi determinante para sua transferência à Bangu 8. Garotinho denunciou as agressões e pediu para fazer um retrato falado do agressor que disse ter visto, porém isso ainda não ocorreu. “O IML (Instituto Médico Legal) já disse que ele foi atingido por um material contundente. O que tem dentro da cela que seria material contundente, se só tem beliche e vaso sanitário? E a secretaria de Administração Penitenciária pertence a que governo? Só agora na semana passada fizeram um raio-x, e ele está com uma fissura óssea no pé”.
Pretensões
Rosinha não escondeu que anda bem decepcionada com a política já faz tempo e descartou disputar algum cargo eletivo nos próximos anos. No entanto, destacou que o marido é um “político nato” e disse que Garotinho ainda tem o desejo de concorrer a cargos públicos. “O meu marido tem pretensões e o que estão fazendo com a gente é calar o Garotinho, deixar inelegível e impedir que tenhamos alguma ação política”, ressaltou.
Que fase!
Se não bastassem todos os problemas da família Garotinho, o filho do casal de ex-governadores, Wladimir, foi assaltado nesse domingo em uma farmácia no Flamengo, bairro onde moram os pais, no Rio. Apesar do susto, felizmente ele está bem. Nas redes sociais ele desabafou: “Mais uma vez fui assaltado aqui no Rio de Janeiro! Não tem mais lugar tranquilo na cidade maravilhosa! Dessa vez foi no bairro do Flamengo, dentro da farmácia comprando remédio pro meu sobrinho. Um grupo de 5 jovens armados renderam todos e arrombaram o cofre, levando também os pertences dos presentes no local”. Em julho deste ano ele passou por situação semelhante em um restaurante no bairro de São Cristóvão, também no Rio.
José Renato

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