Demissões na Estácio causam revoltas nos alunos
07/12/2017 19:42 - Atualizado em 07/12/2017 19:56
Por Vitória Pontes
Desde a última terça-feira (5) os alunos da Universidade Estácio de Sá estão indignados com a demissão de 1200 professores dos 10 mil que a rede de ensino superior – com campus espalhados por todo Brasil – possui.
De acordo com a instituição, as demissões tem a ver com as novas regras trabalhistas que entraram em vigor há 1 mês. A empresa afirma que novos profissionais serão contratados sob o modelo trabalhista renovado e “um cadastro reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres de acordo com as evoluções curriculares” foi criado.
As demissões não foram bem-vistas pelos alunos que pagam uma altíssima mensalidade atrás de um ensino superior de qualidade e temem que o mesmo tenha uma queda brusca, tendo em vista que vários dos cursos com um alto número de demissões já são conceituados a nível estadual e nacional. A maior parte dos docentes demitidos é antiga na casa e tida como os grandes nomes que deram notoriedade aos cursos.
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) está movendo uma Ação Civil Pública contra a Estácio de Sá visando, por meio judicial, impedir as demissões em massa. No texto, eles afirmam que seja qual for o modelo escolhido para seguir as novas regras trabalhistas, certamente haverá a precarização do contrato de trabalho, colocando em risco a segurança dos empregados da categoria profissional dos professores e a sociedade como um todo.
Os alunos também estão se organizando através das redes sociais para protestarem contra a medida. Um áudio que circula em grupos de WhatsApp, atribuído a um professor de direito do Campus Nova Friburgo, mostra que a indignação é geral:
“A demissão foi sem justa causa, então assim, a gente foi demitido possivelmente porque como a gente é das antigas, a nossa hora-aula é mais cara do que um professor recém-contratado. Eu tô realmente muito triste porque eu adoro dar aula! Estar dentro de sala de aula e ter contato com os alunos é fundamental. Eu tô muito abalado com isso tudo porque foi uma surpresa, esse boato começou de ontem (5) pra hoje (6), eu não esperava... São 18 anos de casa, não são 18 dias...”
Após anunciar as demissões em massa, as ações na Bolsa de Valores da companhia que é a segunda maior rede de ensino do país, subiram. Dados afirmam que a mesma acumula alta de mais de 90% no ano.
COMUNICADO OFICIAL DO GRUPO ESTÁCIO
“O Grupo Estácio promoveu, ao fim do segundo semestre letivo de 2017, uma reorganização em sua base de docentes. Tais medidas visam sempre respeitar os anseios de satisfação dos alunos, e a constante evolução da excelência acadêmica da Estácio, que segue comprometida com sua missão de Educar para Transformar, oferecendo educação de qualidade em todo o País. A reorganização tem como objetivo manter a sustentabilidade da instituição e foi realizada dentro dos princípios do órgão regulatório.
Destacamos que as avaliações e lançamentos de notas não serão impactados e a nossa equipe acadêmica garante que a rotina de nossos alunos seguirá em seu curso normal.”
 Vitória Pontes

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    Nino Bellieny

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