Professor português em visita à Uenf
21/08/2017 21:26 - Atualizado em 23/08/2017 13:25
Ainda dentro da programação que comemora os 24 da Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro (Uenf), o professor Antônio Manuel Seixas Sampaio da Nóvoa, da Universidade de Lisboa ministrou nesta segunda-feira, no Centro de Convenções da UENF, a conferência “Para onde vais, Universidade?”.
Nóvoa é professor catedrático do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, onde é reitor honorário. Em 2016, levou a Educação para o centro do debate político ao se colocar como candidato independente à presidência de Portugal. Por este motivo, o professor Antônio Nóvoa é um dos protagonistas do debate pedagógico atual.
Com visões futuristas, perspectivas otimistas e respondendo ao título da palestra, Nóvoa disse que “as universidades estão indo por caminhos difíceis”. Ele afirmou que as instituições, em todo o mundo, estão vivendo uma metamorfose, relacionada à expansão do ensino universitário e que não permanecerão iguais nos próximos anos.
— Sabemos que uma das maiores mudanças que a revolução digital trouxe para a sociedade foi na forma de aprender. É hora de a Universidade se interrogar sobre o sentido do campus universitário. Será que esse modelo de ensino ainda faz sentido? — disse.
Para o catedrático, em vez de buscar a empresarialização das universidades, é preciso, criar “espaços de participação e partilha”. Para ele, a ideia de que as universidades serão mais eficientes se forem administradas como empresas não passa de um mito, ligado a interesses econômicos cada vez mais fortes.
— É preciso ter a clara noção de como isso pode matar o coração da universidade. Ela só é útil porque é uma instituição onde se pode pensar o que não se pensa em outros locais. No dia em que a universidade funcionar como uma empresa, ela deixa de fazer qualquer sentido — afirmou.
Ele afirmou ainda que é preciso parar de incentivar o empreendedorismo dentro das universidades, substituindo esta ideia pela de “compromisso público da universidade”. Segundo Nóvoa, a produção de conhecimento que se deve esperar de uma universidade é justamente aquela que ainda não tem valor econômico.
Situação - Com os valores de três meses dos bolsistas regularizados, salários de maio, junho e julho dos servidores quitados e com o 13º de 2016 ainda em atraso, uma mesa-redonda, na semana passada, discutiu a possibilidade de fim da greve, já que os repasses para pagamento de terceirizadas, que garantem serviços de manutenção como limpeza e segurança ainda estão sem previsão de acerto. Amanhã, uma nova assembleia dos professores deverá decidir a continuidade ou não do movimento de greve. (A.N.) (D.A.)

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