Diogo mantinha relacionamento com Letycia desde 2015
A delegada titular da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Natália Patrão, informou nesta sexta-feira (31) que encerrou o inquérito policial do assassinado de Letycia Peixoto Fonseca. A delegada não deu detalhes sobre o inquérito e marcou uma coletiva para a próxima segunda-feira (03). Letycia estava grávida e sete meses e foi morta com cinco tiros no dia 02 de março, no Parque Aurora. O principal suspeito de ser o mandante do crime é o professor e empresário Diogo Viola de Nadai, que mantinha um relacionamento com a vítima e está preso desde o dia 07 de março. Outros quatro suspeitos de participação no crime também foram presos.
Na última segunda-feira, durante a acareação do crime realizada no Ministério Público, em Campos, Diogo Viola foi colocado diante de Gabriel Machado Leite, o Polar, suspeito de ter intermediado o assassinato. Gabriel afirmou ter sido contratado pelo professor, de acordo com a delegada Natália Patrão.
Diogo manteve-se em silêncio durante a acareação. Os familiares da vítima fizeram um protesto em frente ao prédio do MP e pediram justiça.
Diogo esteve no MP para ser interrogado
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Foto: Rodrigo Silveira
O procedimento ocorreu a pedido da delegada Natália Patrão, que apontou inconsistências na investigação, segundo uma reportagem do jornal O Globo. Diogo negou ter envolvimento com a morte de Letycia, primeiramente, e, após depoimento de Gabriel Machado Leite, suspeito de ter intermediado o contato entre mandante e os executores, o professor se manteve em silêncio na delegacia, segundo a titular da 134ª DP (Campos). A acareação é um procedimento quando os acusados são perguntados para explicar pontos de divergências, segundo o Código de Processo Penal.
No dia de sua prisão, Diogo preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. O companheiro de Letycia chegou a prestar depoimento, na presença de dois advogados, no dia 6 de março, mas foi liberado. Segundo a delegada Natália Patrão, ele se negou a fornecer material genético para exame de DNA que confirmaria se ele era pai ou não do bebê de Letycia.
Também no dia 7, o proprietário da motocicleta utilizada no homicídio foi preso. Ele chegou a ser levado para a delegacia no dia 6, mas foi liberado. Porém, com o avanço das investigações, voltou a ser preso.
A Polícia Civil ainda conseguiu prender, no dia 6 de março, um homem apontado como interlocutor entre o mandante e os executores do crime. Nesse mesmo dia, o suspeito de ser o atirador foi preso, mas preferiu não falar em depoimento.
O primeiro suspeito a ser preso foi o condutor da moto, que foi capturado pelos agentes da 134ª DP no dia 4 de março. Em depoimento, ele confessou a participação no assassinato, segundo a delegada.
O crime
Letycia, grávida de sete meses, estava no carro da empresa em que trabalhava conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, quando, por volta das 21h, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto, que pararam ao lado do automóvel. O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, correu em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda.
Na hora do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro que fazia sempre com ela para acalmá-la. No banco do carona, Simone, que tem Síndrome de Down, ficou coberta de sangue, e agora está em estado de choque.
Mãe e filha foram socorridas pelo tio da gestante e levadas para o HFM, onde Letycia morreu logo após dar entrada. Uma cesariana de emergência foi realizada e o bebê transferido para a UTI neonatal da Beneficência Portuguesa, mas ele não resistiu e morreu horas depois. Os corpos de Letycia e do filho foram sepultados no dia 3, no Cemitério Campo da Paz, onde Diogo chegou a carregar o caixão do bebê. Nessa quinta-feira (9), foi realizada missa de 7º dia.
- Cinco suspeitos de envolvimento no crime foram presos: > Suspeito de ser o mandante: Diogo Viola de Nadai > Suspeito de ser o intermediador: Gabriel Machado Leite > Suspeito de ser o atirador: Fabiano Conceição Silva > Suspeito de ser o condutor da moto usada no crime: Dayson dos Santos Nascimento > Suspeito de ser o proprietário da moto usada no crime: João Gabriel Ferreira Tavares
- Familiares de Letycia contam que a relação dela com Diogo era conturbada, de idas e vindas, e descrevem o companheiro da vítima como uma pessoa fria, inteligente e manipuladora;
- Segundo a investigação, o intermediador, o atirador, o condutor da moto e o proprietário do veículo receberam R$ 1.250 cada um para executar o crime;
- Diogo teria tentado apagar histórico de seu celular no dia do crime;
- Familiares de Letycia informaram que Diogo teria pedido que ela fizesse um empréstimo de R$ 16 mil para pagar dívidas de sua loja;
- A motivação do crime ainda não foi divulgada ou ainda não foi fechada pela Polícia Civil. No início da investigação, a delegada Natália Patrão chegou a dizer que o crime teria sido passional, mas novas afirmações não foram feitas;
- Ainda não se sabe qual é a relação do Diogo Viola de Nadai com o intermediário. Gabriel Machado Leite é suspeito de ter sido a ponte entre o mandante e os executores;
- A arma e a moto usadas no crime ainda não foram encontradas. A arma usada foi um revólver, segundo a Polícia Civil. Já a moto, que seria de João Gabriel Ferreira Tavares, também preso, não teve o modelo divulgado. Em depoimento, ele disse que não viu a motocicleta desde o dia em que supostamente foi furtada;
- Confirmação da paternidade do bebê Hugo;
- A delegada Natália Patrão informou que ainda faltam dados e informações que foram solicitadas, por meio da Justiça, de aplicativos e outros recursos tecnológicos que possam ajudar na elucidação do crime;