Caso Letycia: Polícia aponta que Diogo Viola pode ter mudado rotina de trabalho para criar álibi
13/03/2023 21:56 - Atualizado em 30/03/2023 17:31
Reprodução/Folha1
Na noite desta segunda-feira (13), a delegada titular da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Natália Patrão, divulgou, nas redes sociais da DP, novos detalhes sobre o crime que matou Letycia Peixoto Fonseca, 31 anos, e seu filho Hugo, que morreu horas após um parto de emergência, e deixou a mãe de Letycia ferida. O caso aconteceu no dia 2 de março, no Parque Aurora, em Campos. De acordo com a delegada, o suspeito de ser o mandante do assassinato, o professor e empresário Diogo Viola, de 39 anos, companheiro e suposto pai do bebê de Letycia, que está preso, teria mudado sua rotina de trabalho na semana do crime, o que leva a polícia a suspeitar de uma criação de álibi por parte de Diogo. 
Ainda segundo Natália, desde o retorno das aulas presenciais no IFF Guarus, em 2022, onde Diogo atua como professor, o ponto biométrico do profissional aponta que ele teria uma série de faltas, atrasos, e até afastamento do trabalho. No entanto, na semana do crime, o professor teria passado mais horas na instituição, inclusive esteve na unidade de ensino em dia que não deveria lecionar. 
A delegada ressalta, ainda, que depoimentos que estão anexados nos autos do processo mostram que o crime tentou ser consumado dias antes. 
"Há relatos que ele foi tentado na terça, tentado na quarta, e consumado na quinta. Isso é exatamente compatível com a frequência do suposto mandante à universidade. Exatamente na semana do crime, o suposto mandante adotou comportamento completamente atípico e não habitual, se comparado com toda a sua frequência, de acordo com o ponto biométrico de 2022. Isso faz inferir que, exatamente na semana do crime, pode ter havido, por ele, a intenção de estar presente na faculdade para criar um álibi para encobertar a sua conduta e disfarçar sua participação", relatou a delegada. 
O que já se sabe sobre o caso
- A engenheira de produção Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, estava grávida de sete meses, quando foi baleada dentro do carro da empresa que trabalhava, às 20h58 do dia 2 de março;
- Letycia foi atingida por cinco tiros: um na face, um no ombro, um na mão esquerda e dois no tórax;
- A mãe de Letycia, Cintia Fonseca, presenciou o crime e foi baleada na perna esquerda ao reagir;
- Letycia foi socorrida com vida pelo tio, mas morreu logo após dar entrada no HFM, onde um parto de emergência foi realizado;
- O filho da vítima, que recebeu o nome Hugo, nasceu com 30 semanas de gestação, com 1,725 kg. Ele foi transferido para a UTI da Beneficência Portuguesa por volta das 22h, mas não resistiu e morreu às 8h do dia 3 de março;
- O bebê Hugo foi registrado pelo avô, pai de Letycia;
- Material genético do bebê foi coletado no IML;
- Companheiro de Letycia e suposto pai do bebê, o professor do IFF e empresário Diogo Viola de Nadai se negou a ceder material genético para confronto de paternidade;
- Cinco suspeitos de envolvimento no crime foram presos:
> Suspeito de ser o mandante: Diogo Viola de Nadai
> Suspeito de ser o intermediador: Gabriel Machado Leite
> Suspeito de ser o atirador: Fabiano Conceição Silva
> Suspeito de ser o condutor da moto usada no crime: Dayson dos Santos Nascimento
> Suspeito de ser o proprietário da moto usada no crime: João Gabriel Ferreira Tavares
- Diogo é casado, mas mantinha um relacionamento com Letycia, com quem morava;
- Familiares de Letycia contam que a relação dela com Diogo era conturbada, de idas e vindas, e descrevem o companheiro da vítima como uma pessoa fria, inteligente e manipuladora;
- Segundo a investigação, o intermediador, o atirador, o condutor da moto e o proprietário do veículo receberam R$ 1.250 cada um para executar o crime;
- Diogo teria tentado apagar histórico de seu celular no dia do crime;
- Familiares de Letycia informaram que Diogo teria pedido que ela fizesse um empréstimo de R$ 16 mil para pagar dívidas de sua loja;
- Em depoimento, o suspeito de conduzir a moto na hora do crime admitiu participação, mas alegou que achava se tratar de um roubo;
O que ainda falta saber sobre caso
- A motivação do crime ainda não foi divulgada ou ainda não foi fechada pela Polícia Civil. No início da investigação, a delegada Natália Patrão chegou a dizer que o crime teria sido passional, mas novas afirmações não foram feitas;
- Ainda não se sabe qual é a relação do Diogo Viola de Nadai com o intermediário. Gabriel Machado Leite é suspeito de ter sido a ponte entre o mandante e os executores;
- A arma e a moto usadas no crime ainda não foram encontradas. A arma usada foi um revólver, segundo a Polícia Civil. Já a moto, que seria de João Gabriel Ferreira Tavares, também preso, não teve o modelo divulgado. Em depoimento, ele disse que não viu a motocicleta desde o dia em que supostamente foi furtada;
- Confirmação da paternidade do bebê Hugo;
- A delegada Natália Patrão informou que ainda faltam dados e informações que foram solicitadas, por meio da Justiça, de aplicativos e outros recursos tecnológicos que possam ajudar na elucidação do crime;

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