3º Encontro de Orquestras, Complexo Cultural e os 28 anos da Orquestrado a Vida, no Folha no Ar desta quinta
24/07/2024 | 18h16
O Folha no Ar desta quinta-feira (25) recebe Jony William, presidente da ONG Orquestrando a Vida, para falar sobre o 3º Encontro de Orquestras da Região Sudeste, organizado pela Orquestrando a Vida e pela Ação Social pela Música do Brasil, que acontece em Campos de 22 a 28 de julho de 2024. O maestro falará também sobre os 28 anos da instituição que preside, que forma jovens músicos na cidade. 
Jony William ainda falará sobre a inauguração, que aconteceu no último dia 18, de um moderno Complexo Cultural na ONG, dotado de auditório, galeria de arte e salas de ensaio.
O programa vai ao ar nesta quarta-feira (24), ao vivo, a partir das 7 horas da manhã, na FolhaFM 98,3. Perguntas podem ser enviadas em tempo real pelas plataformas da FolhaFM, no Facebook, YouTube e Instagram. O programa também terá transmissão pela Plena TV.
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Ano eleitoral no mundo e a participação feminina na política, nesta quarta no Folha no Ar
23/07/2024 | 16h45
O Folha no Ar desta quarta-feira (24) recebe Sana Gimenes, professora de direito e doutora em Sociologia Política com especialização em Direito Público. Ela falará sobre o movimentado ano eleitoral para Campos e os municípios brasileiros, em suas relações sociais e jurídicas, e comentará sobre as importantes eleições que aconteceram e acontecerão na Europa e nos EUA, este que possivelmente terá a candidatura de uma mulher, Kamala Harris, concorrendo à Casa Branca nas eleições americanas de novembro.
Sana ainda falará sobre a participação feminina na política, e a aplicação do artigo 3º da Lei nº 9.504/97, que determina aos partidos políticos à observância dos percentuais mínimos e máximos de cada gênero. 
O programa vai ao ar nesta quarta-feira (24), ao vivo, a partir das 7 horas da manhã, na FolhaFM 98,3. Perguntas podem ser enviadas em tempo real pelas plataformas da FolhaFM, no Facebook, YouTube e Instagram. O programa também terá transmissão pela Plena TV.
 
 
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A situação do Hemocentro de Campos no Folha no Ar desta terça
22/07/2024 | 17h18

O convidado do Folha no Ar desta terça-feira (23) será o Arthur Borges, presidente da Fundação Municipal de Saúde e subsecretário de Regulação em Saúde, onde falaremos sobre a situação atual do Hemocentro de Campos, que nec saíra urgentemente de doadores e também comentará sobre as ações e a efetividade das campanhas para atrair doadores de sangue.

Arthur falará ainda sobre a importância da regulação e a situação atual das unidades de saúde em Campos.
O programa vai ao ar nesta terça-feira (23), ao vivo, a partir das 7 horas da manhã, na FolhaFM 98,3. Perguntas podem ser enviadas pelas plataformas da FolhaFM, no Facebook, YouTube, Instagram e com transmissão pela Plena TV.
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Os venenos americanos e a campanha de Trump
15/07/2024 | 21h38
Imagem criada por IA
Imagem criada por IA / Edmundo Siqueira

Para um país que se considera a maior democracia do planeta e o “líder do mundo livre”, os EUA possuem um histórico assustador de violência política. Polarizado em dois partidos — Democratas e Republicanos —, o fazer político-eleitoral americano já provocou quatro presidentes mortos e três feridos em atentados.

O primeiro atentado registrado contra um presidente americano aconteceu em 1835. O democrata Andrew Jackson saiu ileso da fúria de um atirador, que errou o disparo. O republicano Abraham Lincoln não teve a mesma sorte, 30 anos depois. O presidente foi assassinado ao fim da Guerra Civil americana. O atirador, John Wilkes Booth, era um conhecido ator e simpatizante dos Confederados, grupo sulista branco que tentava impedir a abolição da escravatura.

James A. Garfield, em 1881, William McKinley, em 1901, e John F. Kennedy, em 1963, completam a lista macabra.

O atentado contra Donald Trump no último sábado, durante um comício na Pensilvânia, não pode ser considerado apenas mais um ato de violência política de um mundo polarizado. Ele deriva de venenos introjetados na sociedade americana por séculos, que cobram seu preço quando os antídotos falham. A política de liberação de armas e a segregação racial são duas dessas toxidades.

O histórico de segregação racial dos EUA não é algo que pode ser desconsiderado na conta desse envenenamento, que provocou também o assassinato de Martin Luther King Jr., líder do movimento dos direitos civis, em 1968. E o acesso livre às armas, garantido pela Constituição americana, permite que alguém como o autor do atentado contra Trump porte um fuzil AR-15, de alto poder de destruição, livremente.

John F. Kennedy
John F. Kennedy / Reprodução
Não se trata em dizer que o país “provou do próprio veneno”, em uma ideia expiatória ou de vingança, como se algo superior tivesse impondo aos americanos um castigo pelos seus pecados — moralismos assim, principalmente de cunho religioso, costumam simplificar questões de grande complexidade, e dar incentivo e justificativa para ações extremas.


A questão aqui diz respeito ao perfil que a política americana assume, e sua influência no mundo. O candidato Trump esgarça o conceito de verdade e lidera um movimento global de extrema-direita que utiliza as redes sociais para disseminar ódio, em um sistema de algoritmos que já o incentiva.

O atentado de sábado foi emblemático: uma quantidade abissal de teorias da conspiração tentavam impor aos democratas a autoria, de um lado do extremo político, e do outro buscavam de todas as formas mostrar que foi tudo armado. Ambas teorias vencidas pelos fatos, pela realidade.

Nietzsche, filósofo alemão nascido no século 19, teve a verdade (ou sua busca) como objeto de seus estudos. Ao observar a origem da verdade e da moral, percebeu que as ciências sociais e a filosofia supunham até então que existia algo “miraculoso” para as “coisas de mais alto valor”, como se grandes eventos ou fenômenos dependessem de uma vontade suprema ou divina para acontecer.

Refutando essa ideia, Nietzsche avaliou que a humanidade se apoiava em muletas metafísicas para justificar suas incoerências, atos violentos ou de moral duvidosa. E entendia que o “mal” também faz parte da realidade, que muitas vezes supera as ficções e as criações metafísicas.

O irônico de uma era de pós-verdade é que as conspirações caem com a realidade imposta, que deriva de verdades. E um candidato que usa mentiras como arma política precisa da verdade para mostrar que não armou um atentado contra si mesmo.

Venenos domésticos não são exclusividade dos EUA, mas a importância que a nação possui no mundo ainda é determinante para o futuro da humanidade, apesar de ser menor que as ilusões de grandeza cultivadas pelos americanos. Alguns centímetros para o lado e a trajetória da bala do AR-15 provocaria a morte de mais um presidente americano. Mas a realidade não quis assim.

Se tivesse acertado? A história não se constrói com “se”.
 
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A Praça da República trazendo republicanismo, mas também equívocos graves
13/07/2024 | 21h23
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A palavra “república” deriva do latim, e em uma tradução livre significa “coisa pública”. Portanto, em um sistema republicano, a centralidade está na coletividade, nos bens coletivos, materiais e imateriais. Aos governos, cabe governá-los e pensá-los, assim como é preciso que a sociedade civil organizada participe das decisões.

As cidades são as coletividades onde as pessoas vivem, e convivem. Embora a República exija poderes independentes e harmônicos — e organização federativa —, é nas cidades que a cidadania deve ser exercida na plenitude. Nessa perspectiva, ambientes como ruas, praças, parques, construções públicas, monumentos e elementos históricos se constituem como bens de todos. Mas, que alguns os percebem como bens de ninguém.

Há uma diferença conceitual enorme em ver algo como “de todos” ou de “ninguém”. Quando visto como de todos, o bem deve ser preservado e pensado sobre seu uso a partir de uma visão coletiva. Já alguma coisa que não é de ninguém perde seu valor, e pode ser dado a ela o abandono, inclusive.

E foi o abandono que a Praça da República recebeu por sucessivos governos, em Campos. A praça foi construída após a doação de uma grande área entre o que hoje conhecemos pelas ruas Lacerda Sobrinho, Saldanha Marinho e Siqueira Campos, no centro da cidade. A doação foi feita por uma poderosa ordem franciscana, em meados do século 19, à Câmara de Vereadores.

Antiga Praça da República, primeiro chamada de Praça do Imperador
Antiga Praça da República, primeiro chamada de Praça do Imperador / Reprodução
Era para ser chamada de “Praça do Imperador”, e se transformou em Praça da República — irônica e simbolicamente. O simbolismo vem da transformação do Brasil em uma república, de fato, e a ironia se dá pela construção imperativa de uma rodoviária nos anos 1960, que cortou a praça e a descaracterizou. Sem entrar no mérito da escolha do local para a construção de um terminal urbano, o local deixou de ser uma praça de convivência e refúgio natural para se tornar uma estrutura abandonada.


Restaram alguns indivíduos arbóreos na praça, assim como algumas estruturas de alvenaria e uma pista de skate. Todos, sem uso adequado. Todos, abandonados. É óbvio que o abandono é responsabilidade da prefeitura atual, que poderia criar as condições para que os campistas usassem a praça para seu fim verdadeiro e centenário. Mas, além de não ser um problema recente, vem da prefeitura a proposta de revitalizar o local e dar vida, comercial e urbana, para ele.

A proposta de uso da Praça da República

A ideia central da prefeitura se apresenta em dois eixos: construir um novo complexo comercial onde hoje é a praça, com feira e peixaria; e retirar a estrutura metálica (construída para ser provisória, que dura mais de 40 anos) de frente do prédio do Mercado Municipal.

Até o presente, a prefeitura propõe a construção desse complexo antes de qualquer
alteração no Mercado. Uma vez pronto, o novo centro de comércio popular abrigaria os feirantes, que hoje exercem suas atividades em um local sem estrutura adequada e sem condições efetivas de limpeza.
Fachada do novo complexo de feirantes proposto pela prefeitura.
Fachada do novo complexo de feirantes proposto pela prefeitura. / Reprodução/PMCG


O local escolhido foi a Praça da República. Embora existam outros lugares possíveis, nenhum apresentaria aos feirantes os mesmos ganhos. A praça está a 250 metros do Mercado Municipal, em área central e valorizada, e ao lado da rodoviária, possibilitando que os munícipes que chegam e partem de outras localidades frequentem o complexo — e consumam.

Pelo apresentado, a praça não seria usada em sua totalidade, sendo mantido o máximo possível dos elementos atuais. Em proposta paralela, há previsão de plantio de árvores em locais próximos à praça.

As críticas e o judiciário

Em uma questão que envolve uma praça chamada de “república”, não se pode reclamar do contraditório. É republicano e saudável democraticamente que uma proposta de intervenção em um espaço público traga críticas e debates.

Diversas entidades de Campos tentam impedir a construção da nova feira, provocando o tombamento da praça, via Coppam (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos), e para impedir qualquer intervenção no local, através do Ministério Público.
Obras no local onde hoje é instalado o Camelódromo — estrutura esmaga e esconde uma das fachadas do Mercado Municipal. A feira, construída para ser temporária e durando quase meio século,  esconde a outra.
Obras no local onde hoje é instalado o Camelódromo — estrutura esmaga e esconde uma das fachadas do Mercado Municipal. A feira, construída para ser temporária e durando quase meio século, esconde a outra. / Reprodução/Folha1


Segundo representante da prefeitura, o MP concorda com a utilização da praça para a construção da nova feira, como parte das ações de melhoria das condições atuais dos feirantes de frente do Mercado.

As críticas se concentram na supressão de uma área da praça e na retirada de árvores. Segundo o abaixo assinado “Salve a Praça da República!”, trata-se do “último remanescente de grupo arborizado do centro”, que avaliam como “inegociável manter a integridade da praça”.
Os equívocos

Salvar a praça significa justamente possibilitar que a praça seja usada pela população. E como está hoje, isso não acontece. Se pensarmos a praça como elemento histórico, ela não teve preservada suas características, e lembra muito pouco o espaço original, antes do corte feito pela rodoviária.

Suprimir qualquer árvore do espaço urbano é deletério, principalmente em tempo que o aquecimento global afeta diretamente a todos. Porém, existem compensações que podem ser feitas. Além disso, a Praça da República está a cerca de 300 metros do Parque Alberto Sampaio, distancia-se aproximadamente em 500 metros do Jardim São Benedito e está a cerca de 900 metros do Bosque Manoel Cartucho. Todos esses locais constituem-se como excelentes espaços arborizados.
Algumas áreas verdes próximas à Praça da República.
Algumas áreas verdes próximas à Praça da República. / Google Maps


O tombamento da praça justificar-se-ia se ela tivesse mantido suas características, e se constituísse como elemento de identidade do campista, como um local de convívio. Como é, aliás, o Mercado Municipal. E como era a Praça São Salvador, essa descaracterizada por completo. Mas nenhum dos dois aconteceu na Praça da República. Embora importante, o tombamento da praça não a protegeria, a manteria abandonada, insensibilizando ainda mais um poder público insensível à essas causas. O entorno dela já é uma AEIC (Área de Especial Interesse Cultural), o que se justifica plenamente.

E o principal equívoco reside no fato de que uma vez retraída a proposta da prefeitura, as coisas se manterão como estão. A Praça da República continuará abandonada e inacessível à maioria da população, o belo e centenário prédio do Mercado Municipal continuará esmagado, invisível e abandonado e os feirantes continuarão sem um local adequado para suas atividades.

Pode ser diferente? Pode. A prefeitura pode revitalizar a praça, transferir a feirinha da roça para seu interior e retirar as grades que a cercam, pode revitalizar o Alberto Sampaio e intervir na feira atual, deixando a torre do relógio do Mercado mais visível e reformada, e pode melhorar as condições dos feirantes com eles lá mesmo.

Mas, como disse Marco Maciel, ex-vice-presidente do Brasil, “tudo pode acontecer, inclusive nada”. E esse “nada”, manterá um dos patrimônios mais significativos e simbólicos de Campos esmagado, invisível e abandonado. Salva-se o pouco para impedir o muito.












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Rio Paraíba, canais e comportas no Folha no Ar desta quinta
10/07/2024 | 16h21
René Justen e Mariel Oliveira, subsecretário de Meio Ambiente e subsecretário de Planejamento Urbano, respectivamente, são os convidados do Folha no Ar desta quinta (11), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.
Eles falarão sobre os projetos atuais envolvendo o Canal Campos-Macaé, as ações de limpeza de canais e de manutenção de comportas dos corpos hídricos de Campos e municípios vizinhos. Falarão ainda sobre os processos de cheia e seca que a região Norte Fluminense atravessa anualmente, e os impactos para o meio ambiente, as cidades e o agronegócio. 
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.
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Eleições na Europa e seus impactos no Brasil, no Folha no Ar desta quarta
09/07/2024 | 17h00
Cientista social e mestre em desenvolvimento internacional, a pesquisadora Bianca Leite é a convidada do Folha no Ar desta quarta (10), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Bianca, brasileira, mora há 14 anos no Reino Unido e acompanha de perto a política europeia, e falará sobre as recentes eleições em seu país de moradia e na França, e tentará traçar um paralelo com a política brasileira.

A cientista social também falará sobre o avanço da extrema-direita no mundo, e suas ramificações no Brasil e nos EUA, e o que significa a derrota, depois de 14 anos no poder, do partido conservador na Inglaterra, com a vitória do partido trabalhista. 

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.
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Arquivo Público receberá, finalmente, primeira parte dos R$ 20 milhões depositados na Uenf
09/07/2024 | 14h44
Solar do Colégio - Arquivo Público Municipal
Solar do Colégio - Arquivo Público Municipal / Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
O Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho vai receber, finalmente, o primeiro repasse significativo oriundo dos R$ 20 milhões que estão depositados na conta da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) desde janeiro de 2022. Serão disponibilizados R$ 1,7 milhão para a construção de uma sobrecobertura metálica no Solar do Colégio, prédio secular que abriga a instituição. 
O edital para a licitação da obra foi publicado nesta terça-feira (9), no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, por concorrência eletrônica, através do número 001/2024. O prazo limite para o acolhimento de propostas é em 24/07/2024, às 14 horas. 
Os recursos foram conseguidos através de uma parceria entre a prefeitura de Campos, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e a própria Uenf, para serem destinados ao restauro do Solar do Colégio e a digitalização do acervo do Arquivo Municipal, essencial para compreender os processos de formação histórica de toda região.
"Esse é até aqui o momento mais importante pelo qual esperamos desde quando o recurso foi recebido. Acho importante ressaltar que esse é o resultado da atuação de um grupo de trabalho estabelecido com profissionais da Uenf e da Prefeitura. É dessa união de esforços que Solar e Arquivo serão beneficiados", disse Rafaela Machado, diretora do Arquivo Municipal. 
A construção da sobrecobertura é o primeiro passo de uma proposta de trabalho definida pelo grupo formado com representantes das instituições envolvidas, onde deverá ser seguido pela licitação do projeto de restauro do Solar e uma nova licitação para as obras de restauro. A cobertura metálica é essencial para que o prédio e o acervo não seja danificado pela chuvas e outras intempéries. 
Arquivo - Construído pelos jesuítas de 1652 a 1690, o Solar do Colégio foi tombado pelo (Iphan) em 1946 e desapropriado pelo Governo do Estado em 1977, com posterior cessão à Prefeitura. Desde 2001, funciona como sede do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, onde ficam acervos de jornais e outros documentos históricos de Campos e região. Além do restauro do prédio, outra reivindicação de historiadores e pesquisadores é a de que o material seja digitalizado.
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A encruzilhada democrata e o bombardeio de inverdades
30/06/2024 | 11h29
Reprodução


“Bad debate nights happen. Trust me, I know”. Traduzindo: “Noites ruins de debate acontecem. Confie em mim, eu sei”. Foi assim que o ex-presidente Barack Obama iniciou a defesa de Joe Biden na última sexta, em seu perfil no X (antigo Twitter). Obama disse ainda, que o “povo americano” deve escolher “alguém que diz a verdade; que sabe distinguir o certo do errado”.

Embora o ex-presidente esteja evidentemente certo, deve-se votar em quem diz a verdade, a escolha do candidato, em eleições em qualquer lugar do mundo, traz consigo uma boa dose de emoção. E mesmo se não trouxesse, a razão também iria atrapalhar um americano que optasse por manter Biden na Casa Branca por mais quatro anos.

O debate não foi ruim para os Democratas. Foi desastroso. Revelou para quem assistiu um Biden sem condições de ocupar uma das cadeiras mais poderosas — e pesadas — do mundo. Não se trata de idade. A diferença entre Trump e Biden é de apenas três anos. O problema é que os 81 anos do candidato democrata parece ter afetado sobremaneira sua cognição e capacidade física. O constante olhar perdido, a voz muito rouca, o andar arrastado, as frases não terminadas; um político senil, ou que aparenta senilidade.

O debate foi realizado mais cedo que o usual, e a ideia era mesmo testar o Biden e as reações do eleitor. Teste feito, reações as piores, e os democratas têm um pepino de difícil digestão para resolver. Trocar o candidato parece ser o mais prudente, mas se trata do presidente, em exercício pleno de seus poderes.

Imagem gerada por IA (Edmundo Siqueira)
O problema de fundo é ainda mais complexo. Trata-se da importância atual da verdade na política — não só nela, como em outros campos da vida social. As chamadas fake news não são novidades, desde o sofismo, que profissionalizou a humana capacidade de mentir descaradamente. Mas vivemos sob o domínio de uma forma instantânea e global de comunicação, que potencializa os resultados de uma mentira e bombardeia a repercussão dela. E estamos sem a égide da legitimidade da verdade.


A estratégia do candidato republicano parece ser o bombardeio. Trump mente, e mente repetidamente, com a energia e convencimento de um comunicador nato. Mesmo que sofisticados sistemas de fact-checking (outro termo anglo-saxão para definir algo repaginado que sempre existiu: a checagem de informações) façam os contrapontos, o receptor da mensagem já absorveu a informação inverídica. E quando deparado com a verdade checada, pode ser tarde demais.

O mundo precisa encontrar formas de conter essas falhas. Que tem o potencial, assim como as geológicas, de rachar a terra. Definir se extremismos são causa ou consequência dessas rachaduras nas democracias, é preciso ainda se aprofundar nesse terreno. Mas os megaterremotos, como os que podem atingir o oeste americano a partir da famosa falha de San Andreas, já estão entre nós.
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Luciano D'Ângelo, coordenador do PT em Campos, fecha a semana no Folha no Ar
27/06/2024 | 16h25
Professor, matemático, coordenador do PT em Campos, Luciano D'Ângelo, é o convidado para fechar a semana do Folha do Ar nesta sexta (28), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele falará sobre a tentativa (veja aqui) de candidatura de Carla Machado (PT) e sua posterior desistência (aqui), a definição (aqui) de Jefferson Manhães (PT) para as disputar as convenções do partido como pré-candidato e a montagem da nominata de seu partido para reconquistar a cadeira na Câmara de Vereadores.

Luciano também analisará o cenário eleitoral como um todo, e onde e como buscar os 100 mil campistas que votaram em Lula em 2022.

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.
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Edmundo Siqueira

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