Em seu aniversário UENF recebe pedidos de presente
18/08/2022 | 07h21
Reprodução
29 anos. A Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) teve a primeira aula ministra em 16 de agosto de 1993. A universidade foi criada por um movimento orgânico, em Campos. Fruto de articulações e um conjunto de forças locais que buscavam uma instituição de ensino pública que olhasse para o interior. As primeiras comissões e grupos de trabalho criados contaram com intelectuais e acadêmicos campistas.
20 milhões. Esse foi valor conseguido em um acordo firmado entre Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ), Prefeitura de Campos e UENF, para o restauro do Solar do Colégio e para digitalização do acervo do Arquivo Público Municipal, abrigado no mesmo prédio. O Termo de Cooperação Técnica foi assinado em 19 de maio, no Palácio da Cultura.

100 dias. Esse é o tempo que a UENF ficou como responsável pelas obras no Arquivo Público, com os recursos em caixa.

136 dias. É o tempo que falta para acabar o ano de 2022, quando os 20 milhões correm o risco de voltar para a ALERJ.
Os Pedidos
O tempo, implacável, cobra que se inicie um novo ciclo quando um aniversário é comemorado. E que promessas sejam cumpridas. 


Na semana de comemorações da UENF, o presidente da CDL Campos, Edvar Jr., procura este espaço para intermediar um pedido de “presente” à universidade: “O aniversário é da UENF e eu que gostaria de pedir um presente; o restauro do Solar do Colégio e as intervenções no Arquivo Público”.

O jornalista Aluysio Abreu Barbosa, lembra no grupo de WhatsApp do seu blog Opiniões e do programa Folha no Ar, o aniversário da coordenadora do Arquivo, Rafaela Machado, nesta quinta-feira (18):

— Em meu nome e, quero crer, do grupo, os parabéns pelo dia de hoje à historiadora Rafaela Machado, que tem desenvolvido um trabalho digno de elogio à frente do nosso Arquivo Público Municipal, à espera de uma reforma com dinheiro já disponível e que parece não sair nunca.

Como resposta, a historiadora também pede esse “presente” à UENF:

— De fato, o maior presente será, acredito muito nisso, ver Arquivo e Solar receberem tão sonhada obra.

O “presente” pedido, não somente por Edvar, Aluysio e Rafaela, mas por todo campista que se preocupa com o patrimônio histórico e cultural da cidade, é justo. E a UENF, que foi a responsável pelo renascimento do Solar há 29 anos, precisa presentear a todos com aplicação dos recursos. Antes que a universidade comemore 3 décadas.
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Novela do Arquivo Público completa 90 dias
08/08/2022 | 03h27
Vinte milhões. Esse foi valor conseguido em um acordo firmado entre Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Prefeitura de Campos e Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), para o restauro do Solar do Colégio e para digitalização do acervo do Arquivo Público Municipal, abrigado no mesmo prédio. O Termo de Cooperação Técnica foi assinado em 19 de maio, no Palácio da Cultura.

O valor do acordo foi repassado na forma de duodécimos à Uenf, que ficou com a responsabilidade de realizar as intervenções no Arquivo. Em uma novela que se arrasta há mais de 90 dias, os recursos estão em caixa, à disposição da Universidade, porém sem ações efetivas até o momento. 
O Solar do Colégio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1946. Nos anos 1990, a própria Uenf realizou um restauro parcial, inicialmente para servir a uma Escola de Cinema. O projeto não foi concluído, e em 2001 o Solar foi adaptado para abrigar o Arquivo. O espaço — Solar e Capela do Engenho do Colégio — foi testemunha do processo de colonização campista, com construção iniciada em 1652, sendo sede da fazenda dos jesuítas.
Essa construção fortificada passou por dificuldades; não foi exceção em uma cidade que não soube cuidar do seu patrimônio histórico. Passou longos períodos de abandono, mas renasceu há duas décadas, quando abrigou a instituição de memória. 
Porém, são 20 anos sem manutenção devida, o que pretende ser corrigido com o acordo atual. Para as obras serem executadas é preciso autorização do Iphan. “Autorizada o desenvolvimento do anteprojeto de Restauro do Solar do Engenho do Colégio. Agora, o Iphan aguarda o interessado encaminhar o anteprojeto completo e os projetos executivos", disse o órgão em consulta recente. 
Feijoada da Folha
Na tradicional feijoada da Folha da Manhã, neste domingo (7), André Ceciliano, então presidente da Alerj na assinatura do acordo, Rafaela Machado, coordenadora do Arquivo e Edvar Jr., presidente da CDL, tiveram um encontro, e as obras no Solar do Colégio foi o assunto principal.  
O que diz a Uenf
Embora haja sinalização do Iphan para aprovação das obras, e autorização já concedida para intervenções emergenciais — principalmente no telhado, sua área mais sensível —, a Universidade alega a necessidade de realização de processo licitatório para o seu início. 
Desde a assinatura do acordo, em maio, a Uenf não deu andamento significativo na licitação. De acordo com representante da Universidade, faltariam documentos a serem enviados pela prefeitura, para que fosse atendidos aos preceitos da Lei de Licitações. 
No último dia 05 de julho, a prefeitura encaminhou os documentos, conforme demonstra documento protocolado pela Reitoria. Segundo fonte da prefeitura, não haveriam outros procedimentos para o início do processo licitatório, o que dependeria exclusivamente da Uenf. 
O Blog Opiniões, de Aluysio Abreu Barbora, publicou (leia aqui) o acordo em outubro de 2021, onde a Uenf já teria ciência de sua responsabilidade com a assinatura do acordo. 
O fato é que o risco de incêndio, vazamentos, e deterioração do acervo por climatização inadequada, continuam presentes no Solar do Colégio. A instituição que guarda elementos essenciais para compreender a história de toda região — e do Brasil —, segue possuindo recursos para a salvaguarda correta, mas não recebe intervenções por inércia de quem ficou responsável pela aplicação. 
A Uenf persiste em manter-se alheia ao senso de urgência necessário na questão. E pode passar de uma postura responsável de aplicação de recursos, exigindo a licitação, para uma posição de demora injustificada. 
Os recursos parados podem ser uma dor de cabeça ainda maior à Universidade, caso continuem desse modo. Existem muitos motivos para exigir a aplicação correta, mas pela falta de ação e em caso de perda dos recursos, vão ser precisos 20 milhões de justificativas. 
Coordenadora do Arquivo, Rafaela Machado e o prefeito Wladimir Garotinho, em visita recente à instituição.
 
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Arquivo Público de Campos em pauta na Alerj nesta quarta
10/11/2021 | 03h50
Wladimir Garotinho e o projeto de restauro do Solar do Colégio, construção de 1652 que abriga o Arquivo Público de Campos.
Wladimir Garotinho e o projeto de restauro do Solar do Colégio, construção de 1652 que abriga o Arquivo Público de Campos. / Reprodução de rede social
Símbolo da história e da memória de Campos e região, o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho foi pauta de reunião nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com a presença do prefeito Wladimir Garotinho e Raul Palacio, reitor da Uenf. O objetivo do encontro foi a apresentação do projeto de restauro do prédio do Arquivo e a digitalização do seu acervo.
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No último dia 29, Wladimir informou ao Blog Opiniões da Folha1, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa (veja aqui), a existência de acordo firmado com o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT) no valor de R$ 20 milhões, valor que será repassado na forma de recursos duodécimos à Uenf para as intervenções no Arquivo. As obras serão executadas em conjunto, com todas as instituições envolvidas — Arquivo, Uenf, Alerj e Prefeitura.
Na reunião de hoje foi apresentado o projeto à Alerj e ajustados os detalhes para o repasse dos recursos. O projeto é fruto de Termo de Cooperação Técnica com a Sociedade Artística Brasileira (Sabra), firmado em agosto deste ano, e da construção e dedicação da equipe do Arquivo de Campos.
Nas redes sociais Wladimir disse, ao lado de Raul, e debruçado sobre a planta do Solar do Colégio — construção secular que abriga o Arquivo: “isso aqui é um sonho!”.
— Foi uma excelente reunião onde apresentamos o projeto e as expectativas em relação à parceria entre as três Instituições. Vamos continuar trabalhando para a execução do projeto — disse ao blog o reitor da Uenf, Raul Palacio.
O Solar do Colégio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1946, e nos anos 1990 foi parcialmente restaurado pela Uenf para servir à Escola de Cinema. O projeto não foi concluído, e em 2001 o Solar foi adaptado para abrigar o Arquivo. O projeto atual já possui trâmite no Iphan, que precisa autorizar qualquer intervenção na construção histórica tombada. O espaço — Solar e Capela do Engenho do Colégio — foi testemunha do processo de colonização campista, com construção iniciada em 1652, sendo sede da fazenda e engenho dos jesuítas.
A restauração do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho representa um alívio para quem se preocupa com a cultura e a preservação do patrimônio histórico em Campos, principalmente em tempos de perdas como as ocorridas com os incêndios do Museu Nacional, no Rio de Janeiro em 2018, e da Cinemateca em São Paulo, neste ano.
Instituição que carrega registros significativos de toda região Norte Fluminense, o Arquivo de Campos é considerado por historiadores e pesquisadores como uma “jóia” incrustada na baixada campista, região da origem do município.
Com 20 anos de atuação o órgão foi criado por lei, de autoria do vereador Edson Batista. Com idas e vindas do destino, o mesmo parlamentar, voltando para a Câmara nesta legislatura, foi autor de indicação legislativa para a criação de Fundo Municipal para conferir autonomia orçamentária e de gestão ao Arquivo. Aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores, a proposta já foi analisada pela procuradoria do município e transformada em Projeto de Lei, assinado pelo prefeito, que deve ser apreciado novamente pelo legislativo nas próximas sessões. A expectativa é de aprovação novamente com concordância de todos edis.
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Sobre o autor

Edmundo Siqueira

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