No dia de seu aniversário de 65 anos, não há dúvida: Cazuza vive
Ícaro Abreu Barbosa - Atualizado em 04/04/2023 19:29
Um dos maiores artistas de sua geração, Cazuza, faria hoje 65 anos. O cantor tinha 32 anos quando foi levado pela Aids, em julho de 1990. Mas certamente, ele continua soltando o grito no ouvido de jovens, adultos e idosos, pelos botecos do país, ou quem sabe até embalando casais através das ondas sonoras emitidas de caixas de som em quartos por aí, e porque não dando ritmo a escrita através dos fones de ouvidos em uma redação de jornal em Campos: em todo caso, esses são exemplos de como o poeta Agenor de Miranda Araújo Neto continua vivo.

Em Campos, o estilista, costureiro e intérprete de Cazuza, Dodó Cunha é o principal responsável por manter vivo o espírito exagerado daquele boêmio carioca. Para isso ele conta com sua voz e interpretação. Mesmo não realizando nenhum show em homenagem ao cantor hoje, ele fez questão de falar um pouco sobre o ídolo à Folha da Manhã:


— Falar de Agenor, Caju, Cazuza como é mais conhecido, é ter alegria vibrante e corajosa ao meu lado. Eu sinto nele um grande amigo e companheiro. É o meu padrinho, ou pelo menos é assim que eu o sinto em minha vida. Quando eu canto suas poesias e canções do rock de um tempo tão transformador, como os anos 80, exponho como sua arte é atemporal a vida e a humanidade. Suas letras viscerais, corajosas e verdadeiras. Eu sinto a vida dele acesa: não para no tempo. A vida dele não parou... e nem a morte. Ele dizia não amar ninguém, mas é impossível não amá-lo.

Bem, os antigos egípcios diziam que, se você ainda fala o nome de um homem, ele está vivo. Então, aproveitando a deixa: CAZUZA.

Mas apesar disso tudo, é impossível negar: sempre que perdemos uma pessoa criativa, perdemos algo que poderia ser acrescentado à cultura, uma coisa nova que a tornasse mais rica e brilhante, algo que faz especialmente muita falta no nosso país — que continua preso nessa mesma festa pobre de sempre. Com a partida precoce de Cazuza não foi diferente, uma das luzes artísticas mais brilhantes do Brasil se apagou.

Ainda assim, para resgatar o seu legado musical, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) aproveitou este dia 4 de abril, para fazer um levantamento sobre os dados musicais do cantor cadastrados na gestão coletiva no Brasil.

“Codinome beija-flor” é a música de sua autoria com mais regravações até o momento. O hit “Exagerado”, dedicado ao seu amigo e produtor Ezequiel Neves, foi a canção mais tocada de Cazuza no Brasil na última década nos principais segmentos de execução pública de música. Outra curiosidade sobre Cazuza é que seu parceiro Frejat, com quem integrou a banda Barão Vermelho e compôs vários sucessos, foi o intérprete que mais gravou suas músicas.

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