Em Campos, o estilista, costureiro e intérprete de Cazuza, Dodó Cunha é o principal responsável por manter vivo o espírito exagerado daquele boêmio carioca. Para isso ele conta com sua voz e interpretação. Mesmo não realizando nenhum show em homenagem ao cantor hoje, ele fez questão de falar um pouco sobre o ídolo à Folha da Manhã:
— Falar de Agenor, Caju, Cazuza como é mais conhecido, é ter alegria vibrante e corajosa ao meu lado. Eu sinto nele um grande amigo e companheiro. É o meu padrinho, ou pelo menos é assim que eu o sinto em minha vida. Quando eu canto suas poesias e canções do rock de um tempo tão transformador, como os anos 80, exponho como sua arte é atemporal a vida e a humanidade. Suas letras viscerais, corajosas e verdadeiras. Eu sinto a vida dele acesa: não para no tempo. A vida dele não parou... e nem a morte. Ele dizia não amar ninguém, mas é impossível não amá-lo.
Bem, os antigos egípcios diziam que, se você ainda fala o nome de um homem, ele está vivo. Então, aproveitando a deixa: CAZUZA.
Mas apesar disso tudo, é impossível negar: sempre que perdemos uma pessoa criativa, perdemos algo que poderia ser acrescentado à cultura, uma coisa nova que a tornasse mais rica e brilhante, algo que faz especialmente muita falta no nosso país — que continua preso nessa mesma festa pobre de sempre. Com a partida precoce de Cazuza não foi diferente, uma das luzes artísticas mais brilhantes do Brasil se apagou.
Ainda assim, para resgatar o seu legado musical, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) aproveitou este dia 4 de abril, para fazer um levantamento sobre os dados musicais do cantor cadastrados na gestão coletiva no Brasil.
“Codinome beija-flor” é a música de sua autoria com mais regravações até o momento. O hit “Exagerado”, dedicado ao seu amigo e produtor Ezequiel Neves, foi a canção mais tocada de Cazuza no Brasil na última década nos principais segmentos de execução pública de música. Outra curiosidade sobre Cazuza é que seu parceiro Frejat, com quem integrou a banda Barão Vermelho e compôs vários sucessos, foi o intérprete que mais gravou suas músicas.
Alguns delinquentes fazem pelo dinheiro, outros parecem focar na baderna e destruição. Sem saber ao certo qual foi a intenção, nesta terça-feira (13), houve mais um dano à sede da Folha da Manhã, na rua Carlos de Lacerda. Um sensor biométrico, utilizado para marcar o horário dos funcionários, foi destruído e uma parte foi levada por um criminoso, por volta das 2h20 da manhã. O autor foi identificado pela empresa responsável pelo monitoramento, mas o aparelho levado teria sido descartado pelo mesmo no rio Paraíba. Essa foi a segunda vez no ano que o prédio foi danificado. Em janeiro e fevereiro, esse tipo de atividade criminosa se intensificou no Centro e, durante algum tempo, as autoridades pareceram ter assumido as rédeas... Que, hoje, parecem ter sido afrouxadas, diante do aumento exponencial desses casos.
Furtos e depredações, ambos crimes pequenos que passam despercebidos às autoridades, são registrados às toneladas, e muitas vezes não chegam nem a mesa dos burocratas das forças de segurança, principalmente pela demora e complexidade no atendimento, além da falta total de esperança das vítimas de conseguir alguma solução: resta abaixar a cabeça e pagar o prejuízo.
O 8º Batalhão de Polícia Militar (8ºBPM) foi procurado, mas não forneceu mais informações sobre as ações que realizam ou sobre qualquer possibilidade de aumento de efetivo durante as madrugadas no Centro, muito menos apresentaram qualquer estatística relacionada ao assunto. Então é possível que a situação não tenha nenhuma alteração. Entretanto, o pedido das autoridades, é que esses casos sejam registrados nas delegacias para serem incluídos na mancha criminal do batalhão.
Mas não são só lojistas que se preocupam. Diretamente afetados, moradores do Centro, como Eduardo Duarte, dizem estar “acostumados” a conviver com a criminalidade:
— A cidade de Campos, como um todo, sofre com o problema da violência, mas o Centro é um dos alvos preferidos para furtos durante a madrugada. Então, de certa forma, nos, moradores, nos acostumamos com o medo. É um fato. Como comerciante, eu também já tive minha sorveteria arrombada. Todo dia tem algum roubo, furto ou arrombamento, será possível que não haja um patrulhamento eficiente de madrugada para tentar diminuir isso? Está difícil confiar e acreditar na segurança pública por aqui.
— Daqui para a frente o conceito fundamental é estatuto do desarmamento. E o que está em circulação, provavelmente, haverá uma modulação, no sentido de que aquilo que for de grosso calibre, por exemplo, dever ser devolvido com algum tido de recadastramento — salientou o senador.
Em Campos, uma cidade que demonstrou nas urnas ser conservadora, o assunto assombra atletas de tiro, caçadores, colecionadores, instrutores e lojistas, centenas de pessoas que literalmente tem a questão como ganha-pão ou então principal hobby. Por aqui foram abertas sete novas lojas nos últimos quatro anos, quando, antes de 2018, apenas uma atuava no ramo.
— O esporte continua, a caça de subsistência e o colecionismo também, mas vai ficar complicado para a gente a questão da posse e do porte com a Polícia Federal (as armas de defesa) diante da necessidade de comprovar-se a ‘efetiva necessidade’, um quesito subjetivo. Ainda temos a questão dos calibres restritos que foram liberados pelo Bolsonaro, como o .45ACP, o 9mm e o .357 Magnum. Caso eles voltem a ser categorizados como restritos, a realidade para as armas curtas volta ao máximo de um revólver .38 ou uma pistola .380, por exemplo. Nesse caso, quem tem poderá ter que devolver. Claro que isso vai gerar impacto grande no primeiro momento, mas acredito que nós lojistas vamos conseguir nos adequar — diz o Giuliano, ressaltando que em jogo não está só o direito a legítima defesa, mas também o emprego direto de 3 milhões de brasileiros.
Na contramão, a professora e pesquisadora da Uenf, Luciane Soares, defende um “revogaço” para combater “a falácia de que arma traz segurança para o cidadão comum”. Para ela os lojistas podem até registrar uma queda de vendas, “mas isso (o comércio) não vai acabar quando Lula assumir a presidência”. Além disso, outra sugestão da academica para esses lojistas foi apostar na diversificação de produtos em suas lojas.
— A onda armamentista é um elemento de um movimento global da extrema-direita, o que pode acontecer é uma refreada a ela — acrescentou.
Advogado criminalista e atirador esportivo, Felipe Drummond, relembrou que a insegurança jurídica sempre foi um corvo montado sobre os ombros de lojistas do setor, em Campos e no resto do país.
— Com a eleição de Lula para a presidência da República tem sido divulgado que os decretos editados durante o governo Bolsonaro sobre a matéria serão revogados. Isso gera uma queda considerável no movimento do mercado. Consumidores estão receosos de terem seus equipamentos relegados à ilegalidade ou, até mesmo, apreendidos, muito embora adquiridos em perfeita conformidade com o direito... Do outro lado, há um crescente prejuízo das empresas desse segmento. Muitas contraíram financiamentos consideráveis para a viabilização de operacionalização e aquisição de estoque e hoje não têm perspectivas de como poderão fazer frente às suas dívidas, uma vez que correm o risco de não poderem mais comercializar boa parte dos produtos — explicou o advogado.
O Cervejagosto foi uma iniciativa do professor de Geografia e produtor de cerveja artesanal Maurício Lamonica, que reuniu e se juntou a outros nove amigos para produzir — cada um — 30 litros de uma receita especial de cerveja de sua preferência. Eles cumpriram o combinado e, ao todo, foram 300 litros de cerveja produzidos e divididos em 10 variações.
Várias pessoas foram convidadas para participar do evento e ajudaram a custeá-lo. Uma vez lá dentro, o consumo de bebidas era liberado. Sem que nenhum desentendimento ocorresse, principalmente pelo clima extremamente familiar proporcionado pela organização, o evento pode ser descrito da seguinte forma: “uma grande confraternização de amigos e afins, com cerveja e companhia de altíssima qualidade... Uma tarde e noite excepcionalmente gostosa, com cervejas especiais e música espetacular.”
Para quem perdeu a 1ª edição, não há motivo de stress. A 2ª já foi confirmada e é só esperar e riscar um “X” vermelho no dia 19 de agosto, no calendário do ano que vem.
O organizador, Maurício, ressaltou ainda a honra de poder apresentar para os amigos algumas receitas inéditas na região, que ocuparam quase 85% das opções que deslizavam das chopeiras do evento direto para o copo e garganta dos convidados.
— Quase todas as receitas foram inéditas na região, cervejas que não são vendidas em lugar nenhum... nem em locais especializados. Só quem esteve no local teve a chance de experimentar — pontuou.
Foram receitas americanas, indianas, irlandesas, australianas e inglesas, com destaque pessoal para a Porter — um estilo criado nos pubs portuários ingleses e irlandeses no século XVII — que despertou a sensação descrita pelo repórter no momento do evento, e só lembrada no dia seguinte, esquecida e cheia de erros de digitação no bloco de notas, no formato da brincadeira: “parece que tem um anjo mijando na ponta da minha língua.”
Mas Dodó não vê problema nisso, pois a energia do poeta carioca, que deixou o Brasil mais pobre há 32 anos, é fonte de inspiração artística desde que se entende por gente, segundo o fã e interprete campista.
– Com ele (Cazuza) conquistei o amor, tive coragem para trabalhar, fiz farra com os amigos... – continuou Dodó – Como diria outro grande poeta, Ferreira Gullar, ‘a arte existe porque a vida não basta!’ É nisso que me prendo hoje em dia. Eu trabalho, costuro e graças a arte consigo sobreviver.
Mantendo vibrações positivas, Dodó espera passar da primeira fase e então, sim, poderá contar com o apoio de amigos, admiradores de seu trabalho e com a sociedade campista, como um todo, para a votação popular através do intagram, que terá encerramento no dia 26 deste mês. Os mais votados irão passar, então, para a terceira – e última – fase, no dia 31: onde os eleitos irão cantar para a mãe de Cazuza, que vai dar a palavra final e apadrinhará o cover oficial de seu filho.
O sonho, que começou há poucas semanas, chegou através de um amigo de Dodó e agora está, nas palavras do mesmo, “na mão dos Deuses”... Portanto, que o dia nasça feliz amanhã para o artista campista e para aqueles que torcem por seu sucesso.
De acordo com o cronograma de Lucas Oliveira, o cabeça da empreitada Manada Trip e um dos maiores youtubers do esporte, são 14 mil km atrás dos melhores jogos do país e buscando sempre divulgar o airsoft. A jornada começou no dia 20, em Santa Catarina, com o destino à Fortaleza, Ceará. De lá, Lucas, Rafael Dornelas e André Oliveira irão retornar para Gramado, no Rio Grande do Sul. O resultado disso tudo será um documentário sobre o esporte no Brasil.
Em Campos, mortos após o jogo carregado de adrenalina, em meio ao breu e ao frio que fez na noite de sexta, Lucas comentou: “Vocês têm uma área muito boa aqui em Campos, uma das melhores do Brasil. Um campo bem estruturado que rende bons jogos noturnos e diurnos, capaz de comportar até umas 200 pessoas.” A partida, que tinha como objetivo conquistar, abrir e segurar a posição – por 10 minutos – em uma das salas escuras, acabou na madrugada de sábado. Na mesma madrugada, o trailer do Manada Trip seguiu em direção ao Espírito Santo, aonde participaram de dois eventos.
Por fim, Lucas lembrou de seu compromisso com o público das redes sociais e também agradeceu aos fabricantes de equipamentos de airsoft que proporcionaram a viabilidade do projeto: “Estamos morando aqui dentro do trailer e gerando conteúdo diário para os nossos seguidores, vídeos que podem ser vistos através do Youtube ou do Instagram. Queria lembrar e agradecer a quem nos apoiou, os principais fabricantes de Taiwan e dos Estados Unidos... G&G, Krytec,ICS e AF4. Também é importante lembrar de quem fez a ponte que tornou essa viagem possível: a loja Arsenal Sports, que está mostrando para o pessoal de fora a força do esporte aqui no nosso país”.
Mas por mais que o número de praticantes no país cresce, ainda há muito desconhecimento e preconceito, pelo fato de envolver a polêmica questão das armas. Então, para quem não conhece, vamos destrinchar e resumir: o que é o airsoft?
O airsoft é um esporte de ação que simula situações de combate armado. Diferente do
Paintball, as munições utilizadas nos armamentos não são de tinta e sim de plástico. Como essas esferas – que são disparadas de réplicas idênticas das armas de fogo reais – não marcam a roupa do oponente, o airsoft depende ainda da honra de reconhecer que foi atingido e assumir a derrota. No Brasil, a modalidade e a venda do equipamento são regulamentadas pelo Exército Brasileiro, que, por sua vez, exige a ponta laranja nas metralhadoras, fuzis, espingardas e pistolas utilizadas nas simulações.
Um dos responsáveis pela organização do jogo em Campos foi o praticante de airsoft
Leonardo Santos, servidor público. De acordo com ele, o airsoft em Campos, hoje, conta com quase 100 praticantes regulares. São nove equipes dividindo os campos na planície goitacá, onde os jogos ocorrem em usinas abandonadas (como Santa Cruz, Outeiro, São João), na estação ferroviária e na sede da antiga Cooperleite.
Leonardo vê que o airsoft de Campos tem muito potencial e é extremamente favorecido pela qualidade dos campos (que pertencem ao passado dourado da cidade) – mas, por vezes, não é totalmente explorado por uma mentalidade atrasada de não querer gastar ou se esforçar para fazer um jogo grande e de qualidade. Entretanto, ele ressalta que a presença e “a vibração dos caras (do Manada) é uma coisa diferente, amenizando qualquer discussão e capaz de atrair pessoas de fora do airsoft para o esporte”.
Sobre o autor
Ícaro Abreu Barbosa
[email protected]Convido você para embarcar nesse safári jornalístico. Com um arsenal repleto de escárnio, ira e desespero, vamos desbravar os pesadelos de uma aldeia e de um mundo tomados pelo caos.
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