O Rock pode até ter errado, mas, em 75 anos, Rita Lee jamais
09/05/2023 | 15h11
Essa madrugada foi bastante Rock'n Roll, então não era muito cedo quando acordei e peguei o celular, como faço todas as manhãs. Logo começaram a pipocar manchetes no feed do Instagram "Morre, aos 75 anos, a Rainha do Rock, Rita Lee". Eu lembro, estava alimentando os cachorros quando vi a primeira postagem. 
É verdade, quem acompanhava sabia: ela já estava velha, lutava contra um câncer de pulmão e, certamente, seria uma perda triste, mas já esperada pelos fãs. Só que com ela a coisa tinha uma tendência a mudar rapidamente de figura e, nessa manhã, a reação ao choque foi diferente.
Rita Lee não era o caso de uma vovózinha típica; era a transgressora sobrevivente que marcou gerações... Passando da psicodelia dos Mutantes, que ganhou o mundo, no final dos anos 60, ao excelente acústico MTV no final dos anos 90, quando eternizou suas obras solo - sem deixar de falar do "Balacobaco", dos anos 2000. Em todos os momentos, obras marcadas pela sua personalidade forte e boca-suja, características que não se perderam com a idade ou com a doença. 
Quem não gostava de a ler ou ouvir, nas redes — onde ela conseguiu se inserir com muita habilidade — algumas de suas pérolas entupidas de 'puta-que-pariu' diárias? "Você não imagina a imensidão do quanto estou pouco me fudendo para o que dizem. A vida é curta e eu grossa", por exemplo, é um clássico tweet da Rainha do Rock que com toda certeza já deve ter aparecido na sua timeline.
A mulher ainda emanava a energia da Ovelha Negra mandada embora de casa que poderia... Na verdade, porque estou falando no passado? Virou o disco... que vai abastecer o Brasil séculos a fio com muito Rock'n Roll.
O Rock pode até estar em baixa temporada, pelo menos por aqui, mas a nossa rainha surfa na crista da onda. E assim vai continuar, para todos aqueles que apertarem o play nos para tocar seus discos. Afinal, o Rock, por vezes, erra; Rita, jamais.
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'Brincadeira' na 28 de Março: pode isso?
26/04/2023 | 10h42
Avenida 28 de Março com Rua Visconde de Itaboraí
Avenida 28 de Março com Rua Visconde de Itaboraí / Ícaro Barbosa
A principal via pública da cidade amanheceu, nesta quarta (26), com uma figura inusitada desenhada com giz branco, típica dos cadernos da 5ª série. Os 'brincalhões' aproveitaram que as faixas de pedestre ainda não foram pintadas pela prefeitura e deixaram no asfalto recapeado - que de certa forma lembra um quadro negro - a sua 'arte' juvenil. Combinando com a infantilidade de quem fez a gozação na via, o local escolhido está localizado nas proximidades da Cidade da Criança, no cruzamento da avenida com a rua Visconde de Itaboraí... Pode isso, Campos?
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No dia de seu aniversário de 65 anos, não há dúvida: Cazuza vive
04/04/2023 | 19h29
Um dos maiores artistas de sua geração, Cazuza, faria hoje 65 anos. O cantor tinha 32 anos quando foi levado pela Aids, em julho de 1990. Mas certamente, ele continua soltando o grito no ouvido de jovens, adultos e idosos, pelos botecos do país, ou quem sabe até embalando casais através das ondas sonoras emitidas de caixas de som em quartos por aí, e porque não dando ritmo a escrita através dos fones de ouvidos em uma redação de jornal em Campos: em todo caso, esses são exemplos de como o poeta Agenor de Miranda Araújo Neto continua vivo.

Em Campos, o estilista, costureiro e intérprete de Cazuza, Dodó Cunha é o principal responsável por manter vivo o espírito exagerado daquele boêmio carioca. Para isso ele conta com sua voz e interpretação. Mesmo não realizando nenhum show em homenagem ao cantor hoje, ele fez questão de falar um pouco sobre o ídolo à Folha da Manhã:


— Falar de Agenor, Caju, Cazuza como é mais conhecido, é ter alegria vibrante e corajosa ao meu lado. Eu sinto nele um grande amigo e companheiro. É o meu padrinho, ou pelo menos é assim que eu o sinto em minha vida. Quando eu canto suas poesias e canções do rock de um tempo tão transformador, como os anos 80, exponho como sua arte é atemporal a vida e a humanidade. Suas letras viscerais, corajosas e verdadeiras. Eu sinto a vida dele acesa: não para no tempo. A vida dele não parou... e nem a morte. Ele dizia não amar ninguém, mas é impossível não amá-lo.

Bem, os antigos egípcios diziam que, se você ainda fala o nome de um homem, ele está vivo. Então, aproveitando a deixa: CAZUZA.

Mas apesar disso tudo, é impossível negar: sempre que perdemos uma pessoa criativa, perdemos algo que poderia ser acrescentado à cultura, uma coisa nova que a tornasse mais rica e brilhante, algo que faz especialmente muita falta no nosso país — que continua preso nessa mesma festa pobre de sempre. Com a partida precoce de Cazuza não foi diferente, uma das luzes artísticas mais brilhantes do Brasil se apagou.

Ainda assim, para resgatar o seu legado musical, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) aproveitou este dia 4 de abril, para fazer um levantamento sobre os dados musicais do cantor cadastrados na gestão coletiva no Brasil.

“Codinome beija-flor” é a música de sua autoria com mais regravações até o momento. O hit “Exagerado”, dedicado ao seu amigo e produtor Ezequiel Neves, foi a canção mais tocada de Cazuza no Brasil na última década nos principais segmentos de execução pública de música. Outra curiosidade sobre Cazuza é que seu parceiro Frejat, com quem integrou a banda Barão Vermelho e compôs vários sucessos, foi o intérprete que mais gravou suas músicas.
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Rotina no Centro: baderna na madrugada deixa rastros de destruição na Folha da Manhã
13/12/2022 | 14h22
A lei que vigora nas madrugadas do Centro de Campos parece ser a mesma do mar. A civilização acaba quando se ultrapassa as marcas da água na areia da praia. Além daquele ponto, todos entramos numa cadeia alimentar diferente, e não necessariamente no topo. Podemos dizer que a mesma coisa acontece quando o sol se põe na planície. Não são muitas pessoas que enfrentam a noite na área central, então os bandidos passam a marcar como alvos os vários estabelecimentos comerciais, principalmente quando o dinheiro começa a chegar aos caixas das lojas em épocas de alto movimento, como o natal.

Alguns delinquentes fazem pelo dinheiro, outros parecem focar na baderna e destruição. Sem saber ao certo qual foi a intenção, nesta terça-feira (13), houve mais um dano à sede da Folha da Manhã, na rua Carlos de Lacerda. Um sensor biométrico, utilizado para marcar o horário dos funcionários, foi destruído e uma parte foi levada por um criminoso, por volta das 2h20 da manhã. O autor foi identificado pela empresa responsável pelo monitoramento, mas o aparelho levado teria sido descartado pelo mesmo no rio Paraíba. Essa foi a segunda vez no ano que o prédio foi danificado. Em janeiro e fevereiro, esse tipo de atividade criminosa se intensificou no Centro e, durante algum tempo, as autoridades pareceram ter assumido as rédeas... Que, hoje, parecem ter sido afrouxadas, diante do aumento exponencial desses casos.

Furtos e depredações, ambos crimes pequenos que passam despercebidos às autoridades, são registrados às toneladas, e muitas vezes não chegam nem a mesa dos burocratas das forças de segurança, principalmente pela demora e complexidade no atendimento, além da falta total de esperança das vítimas de conseguir alguma solução: resta abaixar a cabeça e pagar o prejuízo.

O 8º Batalhão de Polícia Militar (8ºBPM) foi procurado, mas não forneceu mais informações sobre as ações que realizam ou sobre qualquer possibilidade de aumento de efetivo durante as madrugadas no Centro, muito menos apresentaram qualquer estatística relacionada ao assunto. Então é possível que a situação não tenha nenhuma alteração. Entretanto, o pedido das autoridades, é que esses casos sejam registrados nas delegacias para serem incluídos na mancha criminal do batalhão.

Mas não são só lojistas que se preocupam. Diretamente afetados, moradores do Centro, como Eduardo Duarte, dizem estar “acostumados” a conviver com a criminalidade:

— A cidade de Campos, como um todo, sofre com o problema da violência, mas o Centro é um dos alvos preferidos para furtos durante a madrugada. Então, de certa forma, nos, moradores, nos acostumamos com o medo. É um fato. Como comerciante, eu também já tive minha sorveteria arrombada. Todo dia tem algum roubo, furto ou arrombamento, será possível que não haja um patrulhamento eficiente de madrugada para tentar diminuir isso? Está difícil confiar e acreditar na segurança pública por aqui.
Fotos: Genilson Pessanha 
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Vitória de Lula traz instabilidade ao mercado das armas de fogo, em Campos e no país
20/11/2022 | 11h45
Para o bem e para o mal, Luís Inácio Lula da Siva (PT) ganhou as eleições presidenciais de 2022 e irá governar pelos próximos quatro anos. Em seu discurso, um “revogaço” desarmamentista para frear o crescimento do armamento civil no Brasil foi uma promessa. Agora, há menos de um mês e meio do início de seu terceiro mandato, o mercado de armas de fogo — que emprega diretamete um total de 3 milhões de pessoas no país — vive momentos de aflição.
Calafrios percorreram a espinha de lojistas e proprietários, especialmente após as falas, nesta quinta-feira (17), do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA). Ele, que participa da transição de governo, afirmou que um recadastramento ou a devolução de certas armas deve acontecer.

— Daqui para a frente o conceito fundamental é estatuto do desarmamento. E o que está em circulação, provavelmente, haverá uma modulação, no sentido de que aquilo que for de grosso calibre, por exemplo, dever ser devolvido com algum tido de recadastramento — salientou o senador.

Em Campos, uma cidade que demonstrou nas urnas ser conservadora, o assunto assombra atletas de tiro, caçadores, colecionadores, instrutores e lojistas, centenas de pessoas que literalmente tem a questão como ganha-pão ou então principal hobby. Por aqui foram abertas sete novas lojas nos últimos quatro anos, quando, antes de 2018, apenas uma atuava no ramo.

Para Giuliano Pereira, instrutor de tiro e proprietário da 4º Calibre, a situação é complicada. Mas, para os armamentistas, manter a calma é necessário:

— O esporte continua, a caça de subsistência e o colecionismo também, mas vai ficar complicado para a gente a questão da posse e do porte com a Polícia Federal (as armas de defesa) diante da necessidade de comprovar-se a ‘efetiva necessidade’, um quesito subjetivo. Ainda temos a questão dos calibres restritos que foram liberados pelo Bolsonaro, como o .45ACP, o 9mm e o .357 Magnum. Caso eles voltem a ser categorizados como restritos, a realidade para as armas curtas volta ao máximo de um revólver .38 ou uma pistola .380, por exemplo. Nesse caso, quem tem poderá ter que devolver. Claro que isso vai gerar impacto grande no primeiro momento, mas acredito que nós lojistas vamos conseguir nos adequar — diz o Giuliano, ressaltando que em jogo não está só o direito a legítima defesa, mas também o emprego direto de 3 milhões de brasileiros.

Na contramão, a professora e pesquisadora da Uenf, Luciane Soares, defende um “revogaço” para combater “a falácia de que arma traz segurança para o cidadão comum”. Para ela os lojistas podem até registrar uma queda de vendas, “mas isso (o comércio) não vai acabar quando Lula assumir a presidência”. Além disso, outra sugestão da academica para esses lojistas foi apostar na diversificação de produtos em suas lojas.  

— A onda armamentista é um elemento de um movimento global da extrema-direita, o que pode acontecer é uma refreada a ela — acrescentou.

Advogado criminalista e atirador esportivo, Felipe Drummond, relembrou que a insegurança jurídica sempre foi um corvo montado sobre os ombros de lojistas do setor, em Campos e no resto do país.

— Com a eleição de Lula para a presidência da República tem sido divulgado que os decretos editados durante o governo Bolsonaro sobre a matéria serão revogados. Isso gera uma queda considerável no movimento do mercado. Consumidores estão receosos de terem seus equipamentos relegados à ilegalidade ou, até mesmo, apreendidos, muito embora adquiridos em perfeita conformidade com o direito... Do outro lado, há um crescente prejuízo das empresas desse segmento. Muitas contraíram financiamentos consideráveis para a viabilização de operacionalização e aquisição de estoque e hoje não têm perspectivas de como poderão fazer frente às suas dívidas, uma vez que correm o risco de não poderem mais comercializar boa parte dos produtos — explicou o advogado.
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Cervejagosto: Reunião de cervejeiros artesanais campistas é sucesso logo na estreia
29/08/2022 | 23h59
Existe um antigo ditado Celta que diz ‘boas pessoas bebem boas cervejas’: isso era verdade era há mais de 3 mil anos, e permanece sendo até os dias de hoje, em qualquer canto do globo. Neste sábado (27), em Campos, muitos daqueles que se enquadram nesse ditado participaram da 1ª edição do Cervejagosto, um evento promovido pela Confraria dos Cervejeiros de Campos nos fundos da Aport Seguros, que contou com apresentações artísticas da banda de blues e folk Moonshine Mojo e de Dodó Cunha como Cazuza, que está na disputa o título cover oficial do cantor ao nível nacional.

O Cervejagosto foi uma iniciativa do professor de Geografia e produtor de cerveja artesanal Maurício Lamonica, que reuniu e se juntou a outros nove amigos para produzir — cada um — 30 litros de uma receita especial de cerveja de sua preferência. Eles cumpriram o combinado e, ao todo, foram 300 litros de cerveja produzidos e divididos em 10 variações.

Várias pessoas foram convidadas para participar do evento e ajudaram a custeá-lo. Uma vez lá dentro, o consumo de bebidas era liberado. Sem que nenhum desentendimento ocorresse, principalmente pelo clima extremamente familiar proporcionado pela organização, o evento pode ser descrito da seguinte forma: “uma grande confraternização de amigos e afins, com cerveja e companhia de altíssima qualidade... Uma tarde e noite excepcionalmente gostosa, com cervejas especiais e música espetacular.”

Para quem perdeu a 1ª edição, não há motivo de stress. A 2ª já foi confirmada e é só esperar e riscar um “X” vermelho no dia 19 de agosto, no calendário do ano que vem.

O organizador, Maurício, ressaltou ainda a honra de poder apresentar para os amigos algumas receitas inéditas na região, que ocuparam quase 85% das opções que deslizavam das chopeiras do evento direto para o copo e garganta dos convidados.

— Quase todas as receitas foram inéditas na região, cervejas que não são vendidas em lugar nenhum... nem em locais especializados. Só quem esteve no local teve a chance de experimentar — pontuou.

Foram receitas americanas, indianas, irlandesas, australianas e inglesas, com destaque pessoal para a Porter — um estilo criado nos pubs portuários ingleses e irlandeses no século XVII — que despertou a sensação descrita pelo repórter no momento do evento, e só lembrada no dia seguinte, esquecida e cheia de erros de digitação no bloco de notas, no formato da brincadeira: “parece que tem um anjo mijando na ponta da minha língua.”
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Sucesso da AXC: Campos sedia Campeonato de Xadrez Clássico
22/08/2022 | 19h03
Pode-se dizer que, para o grande público, acostumado com o impacto de esportes como boxe, futebol ou basquete, o xadrez não é um grande atrativo. Mas quando se vê atletas sentarem, olharem nos olhos do oponente com o cenho franzido e ativarem seus relógios, cada toque delicado nas peças se torna uma decisão brutal e irreversível... e, portanto, motivo de medo e delírio suficiente para fazer o suor jorrar da testa de participantes – e daqueles que assistem com total atenção.
Por isso tudo, ainda bem que o final de semana (20 e 21) foi de frio em Campos, porque, caso contrário, uma das notícias em todos os jornais da cidade nesta segunda-feira seria: “Clientes reclamam de alagamento em uma das entradas do Shopping Boulevard”. O 1º Campeonato de Xadrez Clássico, promovido pela Academia de Xadrez de Campos (AXC), possivelmente teria sido o motivo.
O evento, que contou com o apoio da Folha da Manhã, teve 40 participantes, que se digladiaram em seis rodadas – cada uma com duração de duas horas – divididas entre sábado e domingo. O campeonato, que definiu o campeão das regiões Norte, Noroeste e Lagos Fluminense, contou, além das caras habituais dos desportistas da região, até com presença internacional: Guilhermo Eduardo Heller, um ‘hermano’ da Argentina, considerado um dos melhores atletas do nosso país vizinho.
Mas a vitória coube mesmo ao universitário campista Luciano Correa. O também estudante Alexwender Fernandes e o professor Eduardo Durte ficaram, respectivamente, em 2º e 3º lugar. O campeonato ainda premiou a melhor atleta feminina, Gabriela Faria; melhor sub-12, melhor sub-16, melhor o master (acima de 60 anos) e o melhor de cada cidade participante. Além das medalhas e títulos, houve premiação em dinheiro para os vencedores.
O campeão, Luciano Correa, falou: “Eu estou muito feliz por ter ganhado, é sempre um prazer estar com a AXC. Eu acredito que o torneio dá visibilidade ao esporte que merece mais atenção de toda a sociedade.”
Alexwender, além de comemorar e parabenizar a organização do evento, disse estar feliz com o resultado e abordou a exaustão mental que um campeonato de xadrez proporciona para todos aqueles que participam. Eduardo Duarte, o Piolho, assentiu o comentário do colega, brincou e revelou qual foi sua estratégia para se manter no páreo após dois dias consecutivos de partidas: “No final eu vi que possibilidade de um colapso físico e mental era bem real... o segredo foi ir em frente e contar com que o adversário estivesse se sentindo da mesma maneira, até que cometesse um erro qualquer.”
Mostrando que o Xadrez depende exclusivamente do cérebro dos participantes e não tem barreira de idades, crianças e idosos também pelejaram uns contra os outros: o resultado foi a premiação de Pedro Lucas Santos como melhor infantil e Luiz Oswaldo Sifuentes como melhor master.
O evento foi pensado, organizado e arbitrado pela presidente da AXC, Fernanda Fernandes Toledo, que também é vice-presidente de interior da Federação Estadual de Xadrez do Rio de Janeiro (Fexerj). Ela conta que não foi fácil “arrumar aquilo tudo”, mas que valeu apena pela “importância e tradição do interior fluminense na cena do Xadrez Brasileiro”.
– A nossa intenção é achar quem joga xadrez e está espalhado, sem time e sem ideia de como começar, pelo interior do Rio. Além disso, foi excelente estar em um espaço tão bom e atrativo cedido pela superintendência do Shopping Boulevard e contar com a divulgação da Folha nesta empreitada – Acrescentou, por fim, a presidente eleita “D8 do interior”, que na linguagem dos enxadristas significa ‘dama negra da região’, em referência a posição inicial da peça no tabuleiro.
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O Tempo Não Para: Campista na disputa pelo título de cover oficial de Cazuza
16/08/2022 | 16h09
Se engana quem pensa que Cazuza e seus hits ficaram no passado. O Poeta está vivo e reúne fans novos e antigos por todo o Brasil. Em Campos, especificamente, a irreverência do jovem carioca que teve a vida ceifada pela Aids, há 32 anos, é encarnada em voz, aparência, trejeitos e carisma, pelo artista e estilista Dodó Cunha: que hoje disputa, sob o crivo de jurados, a chance de ser eleito o cover oficial de Cazuza no Brasil, apadrinhado por Lucinha Araújo, mãe do cantor. O resultado da primeira fase do concurso será divulgado na página @cazuza.oficial, nesta quarta-feira, dia 17.
Exagerado, e até nisso mantendo a semelhança com quem se dedica a incorporar nos palcos, Dodó vê no concurso a grande oportunidade de sua vida artística: “Eu vivo essa ilusão de sonhos, que espero realizar no auge dos meus 49 anos. Se eu começar a carreira (de cover oficial) e Deus me iluminar, vai ser por pouco tempo; pois o vigor de Cazuza de 30 e poucos anos vai me deixar pouco tempo para convencer nos palcos, por isso enxergo como minha grande oportunidade.”

Mas Dodó não vê problema nisso, pois a energia do poeta carioca, que deixou o Brasil mais pobre há 32 anos, é fonte de inspiração artística desde que se entende por gente, segundo o fã e interprete campista.

– Com ele (Cazuza) conquistei o amor, tive coragem para trabalhar, fiz farra com os amigos... – continuou Dodó – Como diria outro grande poeta, Ferreira Gullar, ‘a arte existe porque a vida não basta!’ É nisso que me prendo hoje em dia. Eu trabalho, costuro e graças a arte consigo sobreviver.

Mantendo vibrações positivas, Dodó espera passar da primeira fase e então, sim, poderá contar com o apoio de amigos, admiradores de seu trabalho e com a sociedade campista, como um todo, para a votação popular através do intagram, que terá encerramento no dia 26 deste mês. Os mais votados irão passar, então, para a terceira – e última – fase, no dia 31: onde os eleitos irão cantar para a mãe de Cazuza, que vai dar a palavra final e apadrinhará o cover oficial de seu filho.

O sonho, que começou há poucas semanas, chegou através de um amigo de Dodó e agora está, nas palavras do mesmo, “na mão dos Deuses”... Portanto, que o dia nasça feliz amanhã para o artista campista e para aqueles que torcem por seu sucesso. 
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Manada Trip: Campos na rota do airsoft nacional com visita de influenciadores
02/08/2022 | 15h23
Se não fossem pelas risadas e brincadeiras, poderíamos dizer que a usina desativada de Santa Cruz, na Avenida São Fidélis, às margens da RJ 158, estava sendo alvo de uma operação policial durante a noite da última sexta-feira (30). Homens fardados, com fuzis AR-15 e AK-47 estavam ali reunidos. Acontece que eram réplicas e os homens não eram militares, mas sim praticantes campistas do airsoft: cerca de 20 jogadores da cidade davam as boas-vindas para o Manada Trip, um grupo de três influenciadores digitais que embarcou no audacioso projeto de percorrer o Brasil em um trailer para filmar um documentário sobre o esporte em todas as regiões do país.

De acordo com o cronograma de Lucas Oliveira, o cabeça da empreitada Manada Trip e um dos maiores youtubers do esporte, são 14 mil km atrás dos melhores jogos do país e buscando sempre divulgar o airsoft. A jornada começou no dia 20, em Santa Catarina, com o destino à Fortaleza, Ceará. De lá, Lucas, Rafael Dornelas e André Oliveira irão retornar para Gramado, no Rio Grande do Sul. O resultado disso tudo será um documentário sobre o esporte no Brasil.

Em Campos, mortos após o jogo carregado de adrenalina, em meio ao breu e ao frio que fez na noite de sexta, Lucas comentou: “Vocês têm uma área muito boa aqui em Campos, uma das melhores do Brasil. Um campo bem estruturado que rende bons jogos noturnos e diurnos, capaz de comportar até umas 200 pessoas.” A partida, que tinha como objetivo conquistar, abrir e segurar a posição – por 10 minutos – em uma das salas escuras, acabou na madrugada de sábado. Na mesma madrugada, o trailer do Manada Trip seguiu em direção ao Espírito Santo, aonde participaram de dois eventos.

Por fim, Lucas lembrou de seu compromisso com o público das redes sociais e também agradeceu aos fabricantes de equipamentos de airsoft que proporcionaram a viabilidade do projeto: “Estamos morando aqui dentro do trailer e gerando conteúdo diário para os nossos seguidores, vídeos que podem ser vistos através do Youtube ou do Instagram. Queria lembrar e agradecer a quem nos apoiou, os principais fabricantes de Taiwan e dos Estados Unidos... G&G, Krytec,ICS e AF4. Também é importante lembrar de quem fez a ponte que tornou essa viagem possível: a loja Arsenal Sports, que está mostrando para o pessoal de fora a força do esporte aqui no nosso país”.

Mas por mais que o número de praticantes no país cresce, ainda há muito desconhecimento e preconceito, pelo fato de envolver a polêmica questão das armas. Então, para quem não conhece, vamos destrinchar e resumir: o que é o airsoft?

O airsoft é um esporte de ação que simula situações de combate armado. Diferente do
Paintball, as munições utilizadas nos armamentos não são de tinta e sim de plástico. Como essas esferas – que são disparadas de réplicas idênticas das armas de fogo reais – não marcam a roupa do oponente, o airsoft depende ainda da honra de reconhecer que foi atingido e assumir a derrota. No Brasil, a modalidade e a venda do equipamento são regulamentadas pelo Exército Brasileiro, que, por sua vez, exige a ponta laranja nas metralhadoras, fuzis, espingardas e pistolas utilizadas nas simulações.

Um dos responsáveis pela organização do jogo em Campos foi o praticante de airsoft
Leonardo Santos, servidor público. De acordo com ele, o airsoft em Campos, hoje, conta com quase 100 praticantes regulares. São nove equipes dividindo os campos na planície goitacá, onde os jogos ocorrem em usinas abandonadas (como Santa Cruz, Outeiro, São João), na estação ferroviária e na sede da antiga Cooperleite.

Leonardo vê que o airsoft de Campos tem muito potencial e é extremamente favorecido pela qualidade dos campos (que pertencem ao passado dourado da cidade) – mas, por vezes, não é totalmente explorado por uma mentalidade atrasada de não querer gastar ou se esforçar para fazer um jogo grande e de qualidade. Entretanto, ele ressalta que a presença e “a vibração dos caras (do Manada) é uma coisa diferente, amenizando qualquer discussão e capaz de atrair pessoas de fora do airsoft para o esporte”.
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Campeonato Clássico põe Campos e região no mapa do xadrez nacional
30/07/2022 | 22h15
O primeiro Campeonato de Xadrez Clássico das regiões Norte, Noroeste e Lagos Fluminense já tem data marcada e as inscrições para as 50 vagas disponíveis estão abertas. Quem organiza o evento é a Academia de Xadrez de Campos (AXC), que vem incentivando o esporte na região há mais de cinco anos. O evento acontecerá nos dias 20 e 21 de agosto e terá premiação em dinheiro para o pódio geral, para o melhor master (acima de 60 anos) e para a melhor jogadora feminina. O evento contará, ainda, com o apoio da Folha da Manhã.
Quem pratica o esporte na cidade como os veteranos dos tabuleiros, os professores campistas Eduardo Duarte “Piolho” e Greison da Silva, vêem uma oportunidade incrível para todos os atletas e entusiastas do esporte – sejam eles novos ou antigos.
“O torneio clássico é importante para todos os jogadores da região, desde amadores, alunos e mais experientes, a quem terá sua primeira experiência no xadrez clássico. Essa é uma oportunidade única e para os mais experientes a oportunidade de voltar a participar dos torneios e rever os amigos”, disse Greison.
Eduardo vai além e defende que “o Xadrez da cidade de Campos dos Goytacazes, tem novamente voz e oportunidade de fomentar o turismo, lazer e a prática do esporte mais uma vez, promovido pela Academia de Xadrez de Campos”.
O objetivo do torneio, segundo os professores é motivar, movimentar e selecionar os melhores para o Torneio Estadual Interclubes que acontecerá no Rio de Janeiro, em setembro.
A presidente da Academia de Xadrez de Campos, Fernanda Toledo, afirma que essa movimentação é “essencial para que as escolas com xadrez em Campos tenham a devida movimentação de seus atletas, assim como todas as escolas do Norte Fluminense, que podem e devem aproveitar essa oportunidade e revelar novos talentos”.
A inscrição pode ser feita através das redes sociais da AXC ou deste link. O campeonato será aberto a quem quiser participar. 
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Sobre o autor

Ícaro Abreu Barbosa

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Convido você para embarcar nesse safári jornalístico. Com um arsenal repleto de escárnio, ira e desespero, vamos desbravar os pesadelos de uma aldeia e de um mundo tomados pelo caos.