Wladimir queima a largada com anúncio, mas TAG trará benefícios além dos fiscais
18/09/2021 11:26 - Atualizado em 18/09/2021 11:39
Prefeito Wladimir
Prefeito Wladimir / Genilson Pessanha
Queimou a largada (I)
O prefeito Wladimir Garotinho (PSD) anunciou (aqui) na quarta-feira (15) que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) havia autorizado a celebração do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), que vai permitir ao município utilizar recursos dos royalties para pagamento de pessoal. Mas queimou a largada. Ao que tudo indica, o TCE deve aprovar o TAG na próxima semana, só que a própria Corte de Contas se posicionou (aqui), informando que ainda não havia nada em definitivo. Além disso, o voto da relatora indica que a proposta a ser aprovada não será a apresentada pelo município, mas uma minuta alternativa, elaborada pelo corpo técnico do TCE.
Queimou a largada (II)
Com a sinalização positiva do Tribunal de Contas quanto ao TAG, mesmo que ainda não tenha sido aprovado, o prefeito de Campos já se comprometeu (aqui) a retirar da Câmara o polêmico projeto com alterações do Código Tributário, que se arrastava na Casa desde maio. Então com confortável maioria no Legislativo, Wladimir também queimou a largada ao enviar o projeto para análise dos vereadores antes de discuti-lo amplamente com o setor produtivo. Assim como também pode ter queimado outra largada ao romper com vereadores que votaram com o governo em todas as outras medidas impopulares do pacote, mas se opuseram ao Código.
Recomposição da base
Além do alívio fiscal e de discutir antecipadamente com o setor produtivo as alterações do Código Tributário, que um dia voltarão à pauta, o TAG vai dar a interlocutores do governo maior facilidade para recompor a base. Um passo havia sido dado ao manter no grupo Luciano Rio Lu (PDT), Maicon Cruz (PSC) e Marquinho do Transporte (PDT), mesmo com a postura deles contra o Código na última tentativa de votação. Diferentemente do que aconteceu com Bruno Vianna (PSL) e Raphael Thuin (PTB), que tiveram aliados exonerados em junho. Possíveis mudanças partidárias para o pleito de 2022, e o apoio do governo, também entram no jogo.
Aliança regional
Por falar em arranjos no Legislativo, fora as questões locais, o Parlamento Regional será retomado, incluindo, agora, municípios do Noroeste Fluminense. Na última quinta-feira (16), o presidente da Câmara de Campos, Fábio Ribeiro (PSD), recebeu o da Câmara de São João da Barra, Elísio Rodrigues (PL), para tratar do assunto. O objetivo é unir o Legislativo dos municípios, fortalecendo a busca de soluções para problemas comuns ao Norte e Noroeste. Na próxima sexta (24), às 10h30, a Câmara de Campos sediará o primeiro encontro dos presidentes das câmaras municipais, para implantação do “Parlamento Inter-Regiões”.
Bolsonaro sangra (I)
Mais conceituado instituto de pesquisa do Brasil, o Datafolha começou a divulgar na tarde de quinta sua pesquisa nacional de setembro. E, como a de julho, deve continuar a ser revelada homeopaticamente, detalhando parte a parte da realidade nacional. Que, no todo, nunca foi tão desfavorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A pouco mais de 12 meses das urnas de 2022, 53% da população consideram seu governo ruim ou péssimo, com 22% que acham bom ou ótimo e 24% que julgam regular. É a pior avaliação dos seus pouco mais de 32 meses no poder.
Bolsonaro sangra (II)
No final da madrugada de sexta (17), o Datafolha divulgou a segunda parte da pesquisa. E revelou que a corrida presidencial está estagnada desde julho. O ex-presidente Lula (PT), mantém larga vantagem sobre o atual ocupante do cargo, na segunda posição. Os dois continuam seguidos também à distância pelo pelotão da chamada “terceira via”. Nos quatro cenários de consulta estimulada, o petista tem entre 42% e 44% de intenções de voto; e o capitão, entre 24% e 26%. Ciro Gomes (PDT) vem atrás, variando entre 9% e 12%. Todos os demais batem 6 pontos ou menos. Na espontânea, Lula teve 27%; Bolsonaro, 20%; e Ciro, 2%.
Bolsonaro sangra (III)
É nas projeções de segundo turno que residem os maiores problemas de Bolsonaro. Ele perdeu todas as simulações do Datafolha: 31% a 56% para Lula, 33% a 52% para Ciro, e 34% a 46% para João Doria (PSDB). O petista, por sua vez, apareceu ganhando em todas as simulações de segundo turno. Como Lula ganhou todas: além do capitão, bateu também Doria, por 55% a 22%; e Ciro, por 51% a 29%. Bolsonaro é o campeão de rejeição: 59% hoje não votariam nele de maneira nenhuma, o que é aritmeticamente proibitivo em qualquer eleição de dois turnos. De longe, o presidente foi seguido no índice negativo por Lula (38%), Doria (37%) e Ciro (30%).
Bolsonaro sangra (IV)
Na tarde de ontem, o Datafolha soltou a terceira parte pesquisa: 57% dos brasileiros nunca confiam no que é dito por seu presidente. Enquanto 28% dizem confiar às vezes, com 15% que confiam sempre. Este, segundo a Datafolha de julho, é o mesmo índice dos chamados “bolsonaristas-raiz”. Seu “mito” caiu hoje até entre os evangélicos: só 29% acham seu governo bom ou ótimo, enquanto 41% já consideram ruim ou péssimo. A despeito da crise econômica, o único setor da sociedade em que Bolsonaro ainda tem maioria é entre os empresários: 47% classificam seu governo bom ou ótimo, contra os 34% que acham ruim ou péssimo.
Com o jornalista Aluysio Abreu Barbosa
Publicado na edição deste sábado (18) da Folha da Manhã

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