O cenário político de Carapebus, no Norte Fluminense, está totalmente indefinido. Por um lado, os Cordeiro aguardam uma consulta feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para definir se vão lançar a pré-candidatura à reeleição da prefeita Christiane (PP) ou se apostaria no nome do ex-prefeito Eduardo (PP). O imbróglio depende de uma consulta já feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para só então definir se a prefeita vai renunciar ao cargo no próximo dia 3, abrindo a possibilidade de o marido disputar a eleição deste ano e, caso eleito, ter a oportunidade de disputar a reeleição em 2024. Já a oposição trabalha, ao que tudo indica, com quatro opções, com quadro a se definir após pesquisa interna.

No caso dos Cordeiro, a estratégia é que a prefeita Christiane renuncie ao mandato, no próximo dia 3, e a sua vice, a pedagoga Marinete Possidônio (SD), assuma o cargo até o fim do atual mandato. O ex-prefeito Eduardo Cordeiro lançaria a sua pré-candidatura e teria como vice Marinete. Só que o próprio grupo político dos Cordeiro teme que as substituições sejam barradas pelo TSE e, portanto, preferiu fazer uma consulta à Corte Eleitoral antes de bater o martelo.

O principal receio é que nas alterações propostas a vice também tenha que renunciar para garantir condições de elegibilidade em outubro, deixando a Prefeitura nas mãos do atual presidente da Câmara, Anselmo Prata (PSDB), que é filho do ex-prefeito Rubem Vicente e faz parte da bancada de oposição na atual legislatura. Se houver essa possibilidade, a pré-candidatura lançada será a de Christiane à reeleição.

Na oposição, ainda não há um nome definido, mas quatro estariam na em uma espécie de disputa prévia. O grupo conta com Anselmo, que conduziu, como presidente do Legislativo, um conturbado processo de impeachment contra Christiane, que acabou tendo a última sessão suspensa por decisão judicial. Também estão na lista de possíveis candidatos da oposição Bernard Tavares (PSD), segundo colocado no pleito de 2016, o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Juninho Luna (Podemos) e o empresário Rodrigo Mancebo, único do grupo que ainda não teve mandato eletivo. A frente única de oposição estaria com acordo selado para lançar uma pesquisa a partir de abril e ter como pré-candidato o mais bem posicionado na sondagem.

Por enquanto, no pequeno município, de apenas 16,3 mil habitantes, ninguém bate o martelo sobre os nomes que estarão nas urnas em outubro. O cenário é todo de indefinição.

Impeachment — A Câmara de Carapebus tenta cassar a prefeita Christiane Cordeiro por seis crimes de responsabilidade. Entre eles, está o de conduta incompatível com o cargo, com o marido e ex-prefeito Eduardo Cordeiro ocupando a posição, segundo a denúncia, de “prefeito de fato”. A última sessão para análise do processo, em 14 de fevereiro, foi encerrada por questões de segurança, após muitas manobras e confusões. Uma nova reunião foi marcada para o dia seguinte, mas a juíza Soraya Pina Bastos, do plantão judiciário, suspendeu a sessão até a análise definitiva do juízo da Comarca de Carapebus/Quissamã.