Rafael Soriano é apresentado no Americano ciente do grande desafio no Grupo X
Matheus Berriel 28/01/2020 17:58 - Atualizado em 07/02/2020 16:29
Com passagens anteriores, técnico retorna ao clube tendo aval do presidente Carlos Abreu
Com passagens anteriores, técnico retorna ao clube tendo aval do presidente Carlos Abreu / Genilson Pessanha
Anunciado na segunda (27) para substituir Josué Teixeira, o técnico Rafael Soriano foi apresentado na tarde desta terça-feira (28) pelo Americano, no Centro de Treinamento Eduardo Viana, em Guarus. Assumindo a equipe na lanterna do Grupo X, o profissional disse estar ciente de que tem um desafio difícil, mas acha possível a permanência na Seletiva do Campeonato Estadual em 2020 sem a necessidade de disputar o Grupo Z. Márcio Bittencourt chegou como auxiliar técnico.
— Se eu não acreditasse, não estaria aqui. O futebol não é matemática, não é uma ciência exata. A gente não pode afirmar que vai vencer os quatro jogos. Mas, a fórmula que a gente tem para tirar o Americano é vencer, fazer desses quatro jogos os jogos da vida do Americano. São quatro finais. E, sem dúvida nenhuma, se a gente vencer os quatro jogos, a gente vai (ficar em primeiro) — disse Rafael Soriano. — O Fábio Rangel (presidente do Conselho Deliberativo) me falou isso, e guardei para mim. Nosso alfabeto tem que terminar no X. Que bom que esse ano tenha uma sobrevida, até acho que, nisso, o regulamento nos ajudou. Mas, o nosso pensamento não pode ser diferente de tentar manter o Americano nesse primeiro momento, que é o principal objetivo — pontuou.
Um dos pontos positivos citados pelo treinador foi o fato de já ter trabalhado com vários jogadores do elenco e enfrentado outros. Em relação aos titulares, disse que precisa avaliar o estado físico de cada atleta para definir se fará alguma mudança na equipe. O próximo compromisso do Americano será na quarta-feira (05), às 15h, contra o Friburguense, no estádio Eduardo Guinle. A partida fechará o primeiro turno do Grupo X.
— A gente vai ter um primeiro contato com o grupo, até para bater um papo com eles, para conversar, entender como eles estão se sentindo. E aí, a gente vai definir junto deles. Nesse momento, é importante a gente ouvir o Nunu (um dos auxiliares), o Brás (preparador de goleiros), o pessoal que já está inserido no contexto, os próprios jogadores. O momento é de a gente somar forças — enfatizou Soriano.
Um dos seis atletas dispensados pelo Americano após não ter conquistado na Seletiva a vaga nas fases principais do Estadual, o atacante Bruno Viana foi reintegrado ao elenco pela diretoria. Ele ainda não atuou nesta temporada.
— Tem que ser uma operação alvinegra, vamos dizer assim. A gente não pode abrir mão de quem estiver disposto, seja o Bruninho, sejam alguns jogadores... Não sei o que se passou para trás, também não cabe a nós ficar olhando para trás. A gente precisa quebrar o retrovisor, olhar para frente e somar forças. Quem estiver com disposição de ajudar, realmente entendendo a grandeza do clube e o momento, a gente precisa de todo mundo — comentou o treinador.
Em dois jogos no Grupo X, o Americano tem apenas um ponto, atrás do Nova Iguaçu pelo saldo de gols. America e Friburguense estão com quatro, cada.
Confira outros trechos da coletiva de Soriano:
Agradecimento — Primeiro, agradecer pela confiança. É um dia muito feliz para mim, de estar retornando ao Americano. Entrando aqui no CT, conhecendo, porque ainda não havia conhecido, fiquei muito feliz com a estrutura e o trabalho que vem sendo feito. Até comentei com o Fábio (Rangel, presidente do Conselho Deliberativo) que muita gente na cidade não tem a dimensão do que o Americano tem hoje. Eu, particularmente, não tenho essa noção. Está muito à frente em muita coisa. Fico feliz pela oportunidade, agradeço à confiança. Como o presidente falou (Carlos Abreu), é um momento difícil, mas não é o primeiro na história do Americano. E o Americano sempre passou, sempre somou e mostrou muita força nesses momentos. É um clube que tem essa marca de se juntar no momento difícil e fazer a coisa acontecer. A gente chega com essa missão. Mas, costumo dizer que desafio bom é desafio grande. Tenho convicção de que a gente veio para somar, dar continuidade no bom trabalho que o Josué vinha fazendo, haja visto que são dois anos. Que a gente possa, o mais rápido possível, manter o Americano e fazê-lo voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído, que é a primeira divisão.
Elenco — Nesse momento, se tem uma coisa de positiva que a gente possa dizer é, justamente, a gente conhecer o elenco. A grande maioria desses jogadores já trabalhou comigo ou eu já conheço de jogar contra, de outras oportunidades. Acho que isso facilita nesse primeiro momento, sem dúvida nenhuma. A gente tem um pouco mais de uma semana até o próximo jogo. Eu fico muito feliz, porque acredito que, em momentos difíceis como esse, você precisa muito mais de transpiração do que de inspiração. Você precisa muito mais daquele jogador que tem identificação com o clube, que tenha um algo mais, que sofra na derrota... E, se a gente pegar a escalação dos últimos jogos do Americano, de 11, oito jogadores são formados na casa ou são da cidade de Campos. A tendência é de facilitar. Lógico que a gente não vai ter facilidade, mas, acho que esse conhecimento do grupo e, principalmente, por ter jogadores identificados com o clube, já facilita bastante o processo.
Elevar a moral — Acho que o principal, agora, é fazer eles (os jogadores) entenderem que é possível. O trabalho psicológico agora, o fazer o jogador acreditar, entender a importância dos resultados, é muito mais importante do que qualquer outro tipo de trabalho, seja ele técnico, tático. É lógico que a gente precisa manter aquilo de bom que o Josué vinha fazendo, procurar encaixar um pouco daquilo que a gente pensa, mas, o trabalho principal agora é, justamente, a gente elevar a moral do grupo, fazer eles entenderem que a gente acredita. Se nós não acreditássemos, não estaríamos aqui hoje. Então, eles precisam também acreditar e, principalmente, fazer.
Responsabilidade dobrada — É um desafio grande. A gente escolheu trabalhar com futebol e tem que trabalhar sempre com essa pressão. Costumo dizer que é uma pressão boa, gostosa. A responsabilidade é muito grande, por estar substituindo um treinador vitorioso. O Americano é um clube vitorioso em toda a sua história, e não foi diferente com essa diretoria. Se a gente pegar, de 2017 para cá, o Americano sempre chegou. Não sei, mas esse talvez seja o único momento em que o Americano não chegou. De 2017 para cá, retornou à Série D do Campeonato Brasileiro, retornou à Copa do Brasil, retornou à primeira divisão (do Estadual). O Americano está voltando a ser o que sempre foi. Já é uma responsabilidade muito grande. Maior ainda por ser campista. A pressão começa em casa. Quando assinei, meu irmão foi o primeiro. Ele é o torcedor mais enjoado que possa ter do Americano, e mora a mil quilômetros de distância. Então, a pressão começa dentro de casa. Mas, a gente sabe do tamanho do desafio, do tamanho da responsabilidade e, principalmente, pelo carinho que a gente tem com o clube, a responsabilidade passa a ser dobrada.

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