Filme brasileiro no Festival de Berlim
29/01/2020 21:10 - Atualizado em 07/02/2020 15:08
Os organizadores do Festival de Berlim divulgaram nesta quarta-feira os filmes da mostra competitiva oficial de sua 70ª edição, cujo júri será presidido pelo ator britânico Jeremy Irons, de 72 anos. “Todos os Mortos”, de Marco Dutra e Caetano Gotardo, integra a seleção dos filmes da mostra e vai disputar o Urso de Ouro. “My Salinger Year”, do canadense Philippe Falardeau, dará partida em 20 de fevereiro ao festival, que vai até o dia 01 de março.
O filme da dupla de diretores brasileiros é um drama de época que retrata três mulheres na passagem do século 19 para o 20. Reféns das memórias da fazenda da família, elas não conseguem acompanhar a modernização que acomete São Paulo no período. Dutra é autor de “As Boas Maneiras” e “Trabalhar Cansa”. Gotardo se notabilizou pela produção intimista em especial, “O que se move”, seu longa de estreia.
Sem conseguir disfarçar sua emoção, Dutra expressou sua alegria com a seleção do seu filme para disputar o Urso de Ouro. “Estou extremamente feliz e emocionado, principalmente num ano com tantos brasileiros participando de mostras no festival”, declarou o diretor paulista de 40 anos.
O programa da competição inclui 18 filmes de 18 países, com 16 estreias mundiais — no qual também se destacam “Le Sel des Larmes”, de Philippe Garrel — França/Suíça; “Days”, de Tsai Ming-Liang — Taiwan; “The Roads Not Taken”, de Sally Potter — UK; “Undine”, de Christian Petzold — Alemanha/França; e “Siberia”, do polêmico Abel Ferra — Itália/Alemanha/México.
A Berlinale Special também já está concluída com mais quatro títulos confirmados. Ao fazer o anúncio, Carlo Chatrian, diretor artístico do festival, disse que os filmes da competição contam histórias íntimas e impressionantes, individuais e coletivas, que têm um efeito duradouro e ganham impacto na interação com o público.
— Se há predominância de tons sombrios, isso pode ser porque os filmes que selecionamos tendem a olhar para o presente sem ilusão. Não para causar medo, mas porque querem abrir nossos olhos. A confiança que o cinema deposita na humanidade é ininterrupta, tão ininterrupta, que os vê como seus protagonistas — comentou Chatrain. (A.N.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS