Olhar para turismo no Imbé
Dora Paula Paes 19/05/2018 18:09 - Atualizado em 22/05/2018 14:35
O turismo de Campos baseia-se há anos, sobretudo, da modalidade negócio. O município tem potencial para ampliar esse leque desde o rural, passando pelo arquitetônico e religioso. Nos últimos 20 anos, esses potenciais foram sempre destacados, mas, segundo o setor hoteleiro que viu crescer no período o número de acomodações, faltou projeto de continuação. O governo do prefeito Rafael Diniz iniciou um trabalho para mudar essa realidade. A aposta é no turismo rural ou ecológico na área do Imbé.
Supcom
O departamento de Turismo de Campos, ligado à secretaria de Desenvolvimento Econômico, informa que visa fomentar o turismo em todos os potenciais identificados no município e o turismo rural é um deles. Através de contato com a gestão do Parque Estadual do Desengano (PED) e com a proprietária da área que dá acesso às cachoeiras do Imbé, a Prefeitura está viabilizando ações para garantir a visitação sustentável ao local. Além disso, também, vem mantendo diálogo com o Parque Estadual da Lagoa do Açu, na região do Farol de São Thomé, atendendo orientação de manejo do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O passo mais recente foi um acordo com os herdeiros da fazenda por onde se acessa as principais cachoeiras da área. “O fechamento da cancela, ao longo dos anos, não impediu o acesso às cachoeiras”, disse o diretor do Departamento de Turismo, Hans Muylaert.
É possível desfrutar dessas belezas sem agredi-las. “Infelizmente, muitas vezes, visitantes acabavam descartando lixo indevidamente no local. Vamos trabalhar com a formação de condutores da própria localidade para que possamos desenvolver a região economicamente, através da geração de trabalho e renda, utilizando este equipamento turístico ecológico, que são as cachoeiras do Imbé. Queremos envolver a comunidade neste processo. A associação de produtores rurais também ofereceu local para a construção de um Centro de Educação Ambiental. Com este movimento, a gente começa a desenvolver o potencial da região, respeitando o manejo da área, preservando o meio ambiente, a cultura e, principalmente, os nossos munícipes”, destaca Hans.
Ele informa que, a partir da autorização da responsável legal da área e do sinal verde da gestão do Parque Estadual do Desengano (PED), serão iniciadas as etapas seguintes, que consistem em criação de um roteiro, mapeamento das trilhas, para que os interessados possam percorrê-las com segurança; capacitação de guias e condutores locais para fomentar a geração de emprego e renda de moradores da região, interessados em desenvolver a atividade.
Setor hoteleiro fala em momentos difíceis
Do outro lado da cadeia de negócio do setor de turismo, o hoteleiro passa por momentos difíceis, segundo explica o proprietário de um dos hotéis mais tradicionais da cidade. “Isso em função do aumento expressivo da oferta de unidades habitacionais sem que demanda tenha acompanhado, demanda essa que sofre muito com a crise nacional de desaceleração de grandes investimentos, principalmente aqueles ligados a Petrobras e ao Porto do Açu (em São João da Barra)”, ressalta.
Na sua opinião, Campos tem muito a oferecer. “A vocação da cidade é para o turismo de negócios, mas não podemos desprezar outros segmentos latentes. Existe potencial para prática esportiva, como voo livre no Morro do Rato, competições náuticas na Lagoa de Cima, etc)”, exemplifica o empresário.
Para ele, é preciso elaborar um planejamento estratégico para o turismo da cidade, que seja factível e colocá-lo em prática. “O que vem sendo feito ao longo dos anos são ações pontuais que se perdem por não pertencerem a uma diretriz geral de longo prazo”, conclui. Para ele, é preciso elaborar um planejamento estratégico para o turismo da cidade, que seja factível e colocá-lo em prática. “O que vem sendo feito ao longo dos anos são ações pontuais que se perdem por não pertencerem a uma diretriz geral de longo prazo”, conclui.

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