José Eduardo Pessanha: Bons hábitos; mais saúde!
José Eduardo  Advogado e professor universitário
José Eduardo Advogado e professor universitário
Passados quase nove meses, relembramos os primeiros sinais da crise da Saúde: necessário usar máscaras e, mais importante, lavar as mãos e não levá-las aos olhos e à boca. Não lhe parece lição da sua avó? “Menino, tira essa mão da boca!”; “vai lavar essas mãos!”; “não come de mão suja!”; “use lenço”, etc. Sim, lições antigas contra um novo adversário! O que significa isso? Nada demais: apenas que a melhor arma é a higiene e os bons hábitos de educação.
Sempre foi preconizado que “não se deve falar próximo ao rosto alheio”; “não toquem as pessoas sem ser autorizado” (às vezes é até assédio!); “ao tossir, cubra a boca”, logo, normas de conduta social e de saúde básica que deveriam ser uma prática corrente, mas que foram sendo abandonadas pelos maus hábitos e pela falta de educação.
Ser sociável, agradável e simpático não impõe que as pessoas fiquem se tocando, indistintamente, ou ultrapassado os limites da individualidade e do contexto da privacidade. Quantas vezes somos surpreendidos em um ambiente onde um determinado cidadão, teoricamente bem relacionado, fala alto, as vezes aos berros, como forma de ser notado. Em verdade encobre um complexo de inferioridade; uma necessidade de afirmação e uma clara falta de educação. As pessoas, mais cordatas e cônscias, preferem se afastar a ter de submeter-se a esses arroubos de despreparo social.
A máscara, já sedimentada na cultura oriental, as vezes para contenção da poluição, mas no mais das vezes pela simples manutenção da higiene, possivelmente (esperamos) passará a integrar, de forma perene, a cultura ocidental, por mais que, em nosso caso — dos brasileiros — haja veemente inexplicável restrição e claro anseio pelo banimento das máscaras. Seu uso, quando realizado de forma controlada e consciente, pode ser adaptado à moda local, de forma a unir a protetividade da saúde ao estilo de cada indivíduo. O fato é que em pouco tempo teremos estatísticas que comprovarão a diminuição evidenciada das enfermidades transmitidas por gotículas e aerossóis, sendo certo que o grande precursor de tal boa nova será, por certo, o uso das máscaras. Com este incremento da higiene, como já estamos vivenciando, muitas outras enfermidades que proliferavam em meio à sujeira e à dispersão de microrganismos estão sendo minimizadas, na “carona” da pandemia, incutindo procedimentos de limpeza, de forma obrigatória, que muitas famílias pregavam, sem êxito, mas que boa parte dos membros fazia “ouvidos moucos”.
Por certo não há como ter por benéfica a pandemia, que sepulta famílias inteiras e destroça sonhos de forma cruel, porém, em todas as desgraças, aprendizados positivos são colhidos, ainda que posteriormente ou de forma transversa. Nestes casos, estamos resgatando a higiene, critérios de educação e costumes mais saudáveis. Prevê-se que passada mais uma década deste atual evento catastrófico, o mundo estará mais controlado no que tange as epidemias e mais preparado para enfrentar novas cepas virais, sendo produzidas e aprimoradas vacinas, em projetos globais, de forma que a saúde, ao final, como todo senso de sobrevivência, saia vencedora desta avassaladora demanda. O ser humano é altamente adaptável e ultrapassaremos mais esta barreira imposta à nossa existência.

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