Treinamento x Tecnologias
É praticamente impossível, hoje, dissociar treinamento de tecnologia. Com Stravas e Garmins e Suuntos tão largamente utilizados, a captação de dados referentes a todo um período de treinos se tornou quase tão natural quanto o próprio ato de correr.

A questão que aparece, no entanto, é outra: o que fazer com esses dados? Se o objetivo é tão somente enxergar em uma tela a quantificação do suor que você deixou no asfalto ou na trilha, tudo bem: não é mesmo preciso muito esforço de análise. Mas se, por outro lado, o objetivo for utilizar esses dados para melhorar o seu condicionamento físico e, consequentemente, sua performance, aí tudo muda de figura.

Nesse caso, os aplicativos mais populares, se usados de maneira isolada, tendem mais a atrapalhar do que a ajudar. Quer um exemplo? Imagine que você esteja se preparando para bater um recorde pessoal em uma prova qualquer e, além das planilhas que estiver seguindo, acabe naturalmente se baseando nos dados do seu Strava. Por lá, você não apenas verá o seu próprio desempenho, como também o de outros amigos ou atletas que segue - e facilmente acabará seduzido a se forçar mais e mais e mais a cada treino para poder "batê-los". O resultado natural disso? Cansaço. Que pode se transformar em queda de performance. Que fará você instintivamente se forçar ainda mais. Que piorará ainda mais o quadro até que ele se configure em um overtraining ou até mesmo em uma lesão.

Há incontáveis exemplos nessa mesma linha que atestam o perigo da tecnologia para o exercício - mas isso não quer dizer que não haja vantagens a serem colhidas. Diria mais, até: saber aliar a tecnologia certa ao treinamento é até fundamental para se otimizar a performance.

Mas, para isso, deve-se ir além de ferramentas sociais que medem desempenho e captam dados e mergulhar fundo na possibilidade de se interpretá-los.
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    Marcos Almeida

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