Preços da cesta de Páscoa estão mais baratos em 2020
Aldir Sales 10/04/2020 14:22 - Atualizado em 08/05/2020 20:50
Para driblar a crise causa pelo coronavírus, supermercados e lojas especializadas estão entregando ovos em casa
Para driblar a crise causa pelo coronavírus, supermercados e lojas especializadas estão entregando ovos em casa / Rodrigo Silveira
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) constatou que os preços da cesta de Páscoa tiveram redução de 0,99% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em Campos, o Procon não realizou as tradicionais pesquisas por estar concentrando suas ações de fiscalização nos produtos relacionados à saúde pública, como álcool gel e máscaras. No entanto, os consumidores sentem a diferença nos valores também na planície goitacá. Produtos como ovos de chocolate, azeite e batata inglesa estão, em média, mais baratos do que em 2019. E para driblar as restrições de circulação por causa das ações de combate ao coronavírus, alguns supermercados estão apostando em serviços de delivery pelo telefone e pela internet para que os clientes possam garantir as compras sem sair de casa.
Ovos de chocolate de 120g, que poderiam ser encontrados a aproximadamente R$ 30 no ano passado, agora estão sendo comercializados a aproximadamente R$ 23 em alguns dos supermercados pesquisados por telefone pela reportagem.
No entanto, os consumidores devem estar atentos ao custo-benefício de alguns produtos. É possível encontrar ovos de chocolate de 100g por R$ 32,90 e outros de 318g por R$ 26,99, por exemplo.
Outro ponto importantes são as variações de preço do mesmo produto em estabelecimentos diferentes. Uma alternativa mais em conta aos ovos de chocolate são as caixas de bombons. Contudo, o item da mesma marca pode variar 32,9% a depender do local, superando os 29% aferidos pelo Procon em 2019. O mesmo produto foi pesquisado a R$ 6,99 em um supermercado e encontrado a R$ 9,29 em outro.
Grande vilão da cesta no ano passado, com variação de 115%, quando estava custando até R$ 5,35, a batata inglesa ainda continua com um percentual de diferença grande (23,4%), mas o valor do quilo não tem passado dos R$ 3,69.
Outro produto que registrou queda foi o tradicional azeite Galo de 500ml. Em 2019, o valor da unidade variou de R$ 19,50 a R$ 24,90 (28%), segundo o Procon. Em 2020, porém, o preço pesquisado está entre R$ 17,99 e R$ 21,49 (19,4% de variação).
De acordo com o estudo da FGV, os produtos mais comercializados na época subiram 29,67% no ano anterior. A taxa registrada na Páscoa de 2020 ficou abaixo da inflação acumulada entre abril de 2019 e março deste ano pelo Índice de Preços ao Consumidor da instituição (IPC-FGV), que foi de 3,44%.
Peixes continuam em alta na Semana Santa
A Sexta-Feira Santa já passou, mas muitas famílias aproveitam o almoço do Domingo de Páscoa para servir o pescado como prato principal. As recomendações das autoridades de saúde são para que a população continue em casa e para que a refeição seja apenas entre aqueles que moram na mesma residência. No entanto, a ida ao Mercado Muncipal para comprar o peixe está liberada, desde que respeitados o distanciamento das outras pessoas e as medidas de higiene.
Roseli Silva, de 56 anos, foi ao Mercado Municipal na última quinta-feira e achou o preço salgado, mas não deixou de manter a tradição:
— Essa Semana Santa está sendo muito pesada, as coisas estão bem caras. Eu não posso deixar de comprar porque eu como e tenho cinco filhos que também comem o peixe.
Mesmo com a pandemia do coronavírus, o vendedor Bruno Rocha, de 38 anos, disse que não sentiu queda nas vendas e lembrou das medidas para manter a segurança da saúde dele e dos clientes.
— Não achei diminuir tanto as vendas por causa da pandemia, porque as pessoas continuam precisando de comer. Elas estão pedindo muito por delivery também. Nós estamos atendendo rápido para não haver aglomeração de clientes aqui na banca. Nessa Semana Santa, as vendas estão dentro da normalidade como nos outros anos — comentou.
No Mercado Municipal, clientes reclamaram do preço, mas vendedores falaram que não houve queda no movimento
No Mercado Municipal, clientes reclamaram do preço, mas vendedores falaram que não houve queda no movimento / Genilson Pessanha
Delivery é alternativa para supermercados
Com a recomendação das autoridades de saúde para o isolamento social e os decretos municipais que limitam o funcionamento do comércio, o setor espera uma forte retração natural durante a Páscoa, porém, a aposta é na criatividade para atravessar a crise. E uma dessas alternativas é o atendimento de delivery.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Campos), Orlando Portugal, explicou que a entidade tem feito um cadastro dos estabelecimentos.
— A Páscoa normalmente é um período importante de faturamento, mas os resultados devem ser pífios este ano. O delivery é mais fácil para quem já era acostumado a fazer essa modalidade de venda, pois já possui uma base de clientes, mas o momento exige reinvenção. Os resultados não vêm imediatamente, mas a partir dessa necessidade, estamos criando um cadastro para os comerciantes que queiram se adaptar — explicou Portugal.
A advogada Mária de Fátima Ferreira, de 38 anos, mora no Parque Aurora e tem mantido o isolamento social, mas disse que isso não impediu de comprar os ovos de chocolate da criançada.
— Tenho evitado ao máximo sair de casa, até porque moro com meus pais que são mais idosos e estão no grupo de risco do coronavírus. Mantivemos a tradição do chocolate de todos os anos, mas liguei para o supermercado e eles entregaram em casa, junto com outros produtos. É muito mais fácil e prático, além de seguro.
Delivery é alternativa para supermercados
Com a recomendação das autoridades de saúde para o isolamento social e os decretos municipais que limitam o funcionamento do comércio, o setor espera uma forte retração natural durante a Páscoa. Porém, a aposta é na criatividade para atravessar a crise. E uma dessas alternativas é o atendimento via delivery.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Campos), Orlando Portugal, explicou que a entidade tem feito um cadastro dos estabelecimentos.
— A Páscoa normalmente é um período importante de faturamento, mas os resultados devem ser pífios este ano. O delivery é mais fácil para quem já era acostumado a fazer essa modalidade de venda, pois já possui uma base de clientes, mas o momento exige reinvenção. Os resultados não vêm imediatamente, mas, a partir dessa necessidade, estamos criando um cadastro para os comerciantes que queiram se adaptar — explicou Portugal.
A advogada Mária de Fátima Ferreira, de 38 anos, mora no Parque Aurora e tem mantido o isolamento social, mas disse que isso não impediu de comprar os ovos de chocolate da criançada:
— Tenho evitado ao máximo sair de casa, até porque moro com meus pais, que são mais idosos e estão no grupo de risco do coronavírus. Mantivemos a tradição do chocolate de todos os anos, mas liguei para o supermercado e eles entregaram em casa, junto com outros produtos. É muito mais fácil e prático, além de seguro.

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