A coluna hoje vai falar de uma uva ícone do Piemonte, norte da Itália, que dá origem a vários vinhos famosos, entre eles, o Barolo, conhecido como o “Rei dos Vinhos e o Vinho dos Reis”.
A Uva Nebbiolo, também conhecida como Chiavennasca ou Spanna, é uma casta tinta conhecida por sua acidez e taninos acentuados originando um vinho complexo e rústico, com um grande potencial de guarda, envelhecimento e aromas de alcatrão e rosas.
As denominações de origem mais famosas no Piemonte são as Barolo e Barbaresco que figuram entre os melhores vinhos do mundo. Existem outras DOs com vinhos mais em conta, como Langhe Nebbiolo, Nebbiolo D’Alba e Magno que são vinhos que apresentam as mesmas características da uva, porém não necessitam de tanto tempo evoluindo em garrafa, podendo ser apreciados mais jovens.
A Nebbiolo é bastante delicada e sensível às variações de solo e clima, sendo difícil de ser cultivada e raramente se adapta em outros terroirs.
Curiosidade: O nome desta variedade deriva da palavra italiana Nebbia (névoa em português), e faz menção à neblina que envolve os vinhedos no final do outono, quando as uvas são colhidas. Outra justificativa para o nome é que a Nebiollo tem alta concentração de pruína, uma substância que confere um aspecto ligeiramente esbranquiçado ou cinza que lembram névoa.
Os vinhos elaborados a partir da Uva Nebbiolo são poderosos, tânicos e com acidez elevada (quando jovens, exibem forte acidez e taninos muito firmes, sendo praticamente impossíveis de serem consumidos) e geralmente precisam um longo período de envelhecimento, para que a acidez e os taninos consigam atingir um equilíbrio assim os vinhos ganham complexidade e elegância. Seus aromas e sabores são bem particulares em relação a outras variedades de uvas.
No Brasil alguns produtores tem conseguindo bons resultados com o cultivo e elaboração de vinhos com a Nebbiolo, uns dos ícones foi o vitivinicultor Oscar Guglielmone (já falecido), proprietário da antiga Adega Medieval, localizada em Viamão que se tornou uma verdadeira lenda na elaboração de vinhos com a casta Nebbiolo.
Devido ao seu alto índice de acidez e taninos, a Nebbiolo deve ser harmonizada com pratos que tenham sabores ácidos, mas ao mesmo tempo um bom índice de gordura. Essas características devem estar bem equilibradas, ou sua degustação não será agradável.
A Vinícola
Localizada na cidade de Rodeio – SC, a história da vinícola San Michelle começa há 25 anos, no antigo Castelo de San Michele de Trento, Itália, quando Marcelo Luiz Sardagna e Silnei Alberto Furlani, descentendes trentinos da cidade de Rodeio, Santa Catarina, colocaram na mala a paixão pelo vinho e atravessaram o oceano para se especializar nos métodos tradicionais da vinicultura do velho mundo.
Motivados a compreender os segredos dos vinhos europeus, os jovens adentraram nas centenárias muralhas do reconhecido Instituto San Michele all’Adige, na Itália, para vivenciar as técnicas da vitivinicultura. Após anos de estudo, Marcelo e Silnei iniciaram a busca pela fórmula perfeita, especializando-se nas mais conceituadas vinícolas do Norte da Itália.
De volta ao Brasil e sob o patrocínio da Província Autônoma de Trento, em 1993 o sonho ganhou forma: nasceu, já cheia de história e tradição, a Vinícola “San Michele”, onde elaboram diversos tipos de vinhos finos, brancos e tintos, como também a Spumante Moscatel e Brutt especial, são um dos poucos viticultores no Brasil que trabalham com a cepa Nebiollo e a partir de 2015 com a marca de vinho BARONE tem oferecido um excelente vinho de terroir, do qual somente 2.000 garrafas foram produzidas,
Com técnicas, tecnologia e procedimentos modernos a San Michelle tem se destacado tanto no Brasil como no exterior, arrematando diversos prêmios nos concursos em que participa.
A vinícola possui uma adega para degustação aberta ao publico conforme os horários abaixo
HORÁRIO DE ATENDIMENTO
Segunda à Sexta 9h às 12h, 13h30min às 18h Sábados e Domingos 9h às 17h30min
O Vinho
SAN MICHELE BARONE NEBBIOLO, 2018
VISUAL: Coloração vermelho-rubi pouco intenso com reflexos violáceos, límpido e brilhante.
OLFATIVO: Na primeira impressão um pouco rústico, com o tempo no decanter abriu aromas de frutas vermelhas, florais, mel, chocolate e baunilha.
GUSTATIVO: Potente e robusto, bem estruturado, taninos presentes secando a boca, porem a acidez faz a sua parte e equilibra bem, o álcool dá corpo ao vinho e desce de forma harmoniosa, final longo e redondo.
Sem dúvida o melhor custo-benefício para um Nebbiolo brasileiro, recomendo a experiência e guarde algumas garrafas para ver a evolução.
Recomendo de 1h a 1:30 no decanter
Somente 2000 garrafas produzidas. (Garrafa degustada 967)
