A utilização de vias expressas, como a Arthur Bernardes e a RJ 216 (Campos-Farol), para as práticas de caminhada e ciclismo é mais frequente a cada dia na planície goitacá. Basta dirigir, por cinco minutos, principalmente na parte da manhã, para constatar pessoas realizando com gosto suas atividades físicas diárias. Mas, em caminhadas e pedaladas em vias onde os veículos trafegam em alta velocidade, é preciso seguir alguns cuidados.

— Correr é muito bom! Até ouvimos sobre alguns riscos de acidentes, mas eu nunca vi nem presenciei. A qualidade trazida pelos exercícios diários supera todos os riscos, recomendo a todos — afirmou Alan Costa, que trabalha no ramo de material de construção e, aos 31 anos, se exercita diariamente na ciclovia da avenida Arthur Bernardes.

Os riscos, citados por Alan, são as caminhadas e corridas noturnas que ocorrem às margens das vias. Não são raros os relatos de situações inusitadas em que motoristas quase atropelam atletas desavisados. Ao menos, na maioria das vezes, esses casos não passam de susto, tanto para os condutores quanto para quem pedala ou caminha. Júlio César dos Santos Rodrigues, de 53 anos, cobrador de ônibus e ciclista amador, dá a dica:

— Ao longo dos 20 anos em que eu pedalo por aqui, na Campos-Farol, posso dizer que nunca passei pelo susto de me envolver em acidentes, até porque uso sinalização quando vou pedalar meus 50 quilômetros — comentou o ciclista, citando os equipamentos de segurança que garantem que a pessoa que pratica a atividade não fique “invisível” para os motoristas.

Não só os desportistas — Mesmo que, pelo fato de estarem mais focados na melhora de seu desempenho, os desportistas amadores e profissionais aparentem estar mais vulneráveis aos incidentes, pessoas que simplesmente se deslocam, de bicicleta ou a pé, pelos acostamentos das vias para realizar seus afazeres diários também estão muito suscetíveis aos imprevistos.

Por estarem no dia a dia, constantemente, disputando espaço com carretas, caminhões, automóveis e motocicletas, os transeuntes são vítimas recorrentes de acidentes de trânsito. Fones de ouvido, falta de respeito às sinalizações, ausência de equipamentos de proteção, como sinalização na bicicleta, são causadores e agravantes de acidentes no perímetro urbano.

— É ótimo ter uma bicicleta e sair para se exercitar, mas a atenção e o cuidado sempre têm que ser priorizados. Afinal, nossa própria vida que está em risco quando nos expomos dessa maneira — alertou Júlio César.

Atenção ao caminhar — Na jornada de exercícios físicos, as pessoas colocam músicas para dar ritmo, motivação e distração a suas atividades. Mas, em vias públicas, o uso de fones de ouvido, em pedaladas ou caminhadas, não é indicado.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) orienta, como dicas de segurança, que os pedestres devem evitar obstáculos, como postes e árvores, que tirem a visibilidade deles aos motoristas. Outra dica, também para quem pedala, é manter a atenção ao fluxo de veículos na pista, aos semáforos e placas de travessia, atravessando sempre em linha reta e levando em conta a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos para uma passagem segura.

O Departamento ainda destaca que os que caminham por vias expressas e autoestradas devem evitar o uso de aparelhos celulares, por conta do desvio de atenção, e, ainda, desacelerar nas travessias, pois um tropeção ou uma derrapada no asfalto aumentam muito o risco de ser atingido por um veículo.

— O prazer proporcionado pela atividade física é muito bom, mas não adianta de muita coisa se você não estiver vivo e com saúde para aproveitar — finalizou Júlio César, seguindo na sua bicicleta pela RJ 238, também conhecida como Estrada dos Ceramistas.