Capivara é flagrada em mar de Atafona
Paula Vigneron 05/02/2020 20:21 - Atualizado em 19/02/2020 15:35
Capivara na praia de Atafona
Capivara na praia de Atafona / Regina Amaral/Facebook
Uma capivara foi flagrada na areia, saindo do mar, na praia de Atafona, em São João da Barra. O caso aconteceu na tarde dessa terça-feira (4) e atraiu a atenção de curiosos. A sanjoanense Regina Amaral registrou o momento em foto e vídeo e compartilhou o material na página “Lembranças de Atafona”, no Facebook. O fato foi divulgado em primeira mão pelo blog do Arnaldo Neto, hospedado ao Folha 1.
A capivara estava sozinha, na altura do Espaço da Ciência, no Balneário. Para o ambientalista e professor Aristides Soffiati, a aparição do animal na praia está relacionada às alterações ambientais provocadas pelos humanos.
— É uma coisa incomum. Capivara, jacaré e macaco na beira do mar, como vi lá em Macaé, é incomum porque são animais que têm ligação com água doce, pelo menos a capivara e o jacaré. Eu estou entendendo que está havendo uma expulsão dos animais silvestres dos seus ambientes, por uma razão: a redução do ambiente deles. A gente está invadindo o que é uma área deles. Aí, eles vão para as cidades, para o meio urbano. As pessoas ficam com medo e podem acabar matando — explicou o professor.
Soffiati acredita que, além do resgate, outras ações precisam ser feitas em prol dos animais silvestres, como a construção de novas áreas para reinserção. O ambientalista afirmou que não basta resgatar, cuidar e devolver o animal à natureza, e sim reintroduzi-lo com cuidados adequados que exigem a atuação de um especialista:
— Ambientes para reinserção estão cada vez mais reduzidos. Então, é necessário criar áreas específicas para isso, fazer uma espécie de demarcação do que é nosso e do que é deles. Nas cidades, algumas áreas não ocupadas poderiam ser reservadas e cercadas para que os animais fiquem ali e não haja nem invasão nem fuga. Por exemplo, como eu tenho proposto há muito tempo, uma área verde para Campos, à margem direita, naquele eixo da Artur Bernardes, daria. E, em Guarus, uma área úmida, que seria formada pelas lagoas que ainda existem. Em outros lugares, também é possível criar áreas que sejam protegidas, tanto no meio urbano quanto no rural, para que os animais sejam colocados ali.
A secretária de Meio Ambiente de SJB, Joice Pedra, declarou que não há dúvida de que a capivara chegou até a praia com a última cheia do Paraíba do Sul, devido às fortes chuvas que caíram na região. Ela orientou que a população, quando encontrar animais silvestres, entre em contato com a secretaria, por meio do telefone (22) 2741-8384. 
À tarde, na página “Lembranças de Atafona”, no Facebook, algumas pessoas informaram que, com a ajuda do Corpo de Bombeiros, a capivara foi resgatada e devolvida ao seu habitat natural. No entanto, após várias tentativas de contato por telefone com a corporação, a Folha não conseguiu confirmar a informação. 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS