Fátima Pacheco 'pré-candidatíssima' à reeleição e apreensiva sobre royalties
06/02/2020 19:39 - Atualizado em 06/02/2020 21:49
Fátima Pacheco participou do Folha no Ar
Fátima Pacheco participou do Folha no Ar / Genilson Pessanha
“Pré-candidatíssima”, foi o que disse a prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco (DEM), em relação ao pleito municipal deste ano. Nesta quinta-feira (5), em entrevista ao Folha no Ar, da Folha FM 98,3, ela demostrou preocupação com o julgamento da partilha dos royalties, marcado para 29 de abril, no Supremo Tribunal Federal (STF), falou de suas mudanças partidárias, passando pelo PT, Podemos e, agora, DEM. Inclusive, Fátima afirmou que sua permanência no Partido dos Trabalhadores em 2016 poderia colocar em risco sua vitória, uma vez que a discussão no cenário nacional, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, contagiou as disputas municipais. 
Fátima também comentou sobre a parceria com o Sesc, que classificou como de sucesso, na realização do verão e apontou avanços na gestão. Fátima disse que é altamente preocupante a questão da partilha dos royalties. Ela lembrou que os royalties representaram 43% do orçamento municipal do ano passado: “Não seria bom para cidade, a gente teria que fechar serviços. Eu não consigo pensar em Quissamã, Campos e o Estado do Rio de Janeiro se essa partilha se efetivar. Eu acredito, e é essa sintonia que a gente está tendo, que na Reforma Tributária vai se achar uma alternativa para isso”. A prefeita destacou, ainda, que a situação é ainda pior para o Estado:
— A gente não está falando de Quissamã, a gente está falando de três estados (Espírito Santo, São Paulo e Rio), mas aqui, especificamente, do Rio de Janeiro, que já vive momentos difíceis, há anos, em relação à essa questão orçamentária. Imagina o Estado do Rio e seus 92 municípios deixarem de receber esse recurso, que não vai resolver os municípios do país todo, mas vai destruir nossos municípios e penalizar, altamente, nossa população.
Atualmente filiada ao DEM, a prefeita afirmou que sua mudança de partido se deu de forma natural, devido à aproximação dela com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Embora tenha destacado que sua mudança de partido nunca tenha sido uma cobrança do deputado.
Sobre sua saída do PT, Fátima contou que teve aval do ex-presidente estadual Washington Quaquá, com quem chegou a ser secretária na Prefeitura de Maricá. “Na época que eu fui para o PTN [atual Podemos], para ser candidata em 2016, porque naquele momento havia um desgaste tão grande do PT com Dilma, que se eu continuasse eu corria risco naquela eleição, e o próprio Quaquá abriu essa porta no PTN para gente ir. Infelizmente, a questão nacional, naquele momento, contagiou o país todo e a gente, mesmo em municípios menores, as pessoas questionavam isso”, relatou.
Sobre a preparação do tabuleiro político, Fátima disse estar apreensiva com a polarização que se consolidou no país nos últimos tempos e com a truculência das discussões, sobretudo com as agressões nas redes sociais.
— O que a minha cidade vai ganhar se eu for uma política truculenta, arrogante, ofensiva no sentido da questão pessoal? Ninguém ganha. Não sou Madre Tereza, não serei, entraremos em vários debates, estou preparada para o debate. Mas não quero que a cadeira de prefeita seja maior que eu, me transforme em uma pessoa rude, adoecida, que a sede de poder tome conta de modo cego, que a gente não tenha respeito um pelo outro, não esteja preparado para este debate qualificado —
Questionada sobre a oposição no município e se há diálogo institucional com a vereadora Alexandra Moreira (PSC), esposa do ex-prefeito Armando Carneiro, ela respondeu: “Não dá para ter diálogo com alguém que tenha truculência, que tenha desrespeito. Não, a gente dialoga muito com a nossa base aliada”.
Confira a entrevista completa:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Arnaldo Neto

    [email protected]