Rafael descarta plano B e diz que só Deus pode tirá-lo da disputa à reeleição
04/02/2020 12:09 - Atualizado em 04/02/2020 20:30
Rafael Diniz foi o entrevistado desta terça no Folha no Ar
Rafael Diniz foi o entrevistado desta terça no Folha no Ar / Cláudio Nogueira
“Sou pré-candidatíssimo a prefeito. Só que essa não é minha preocupação agora”. A afirmação é do prefeito de Campos, Rafael Diniz (Cidadania), entrevistado desta terça-feira (4) do Folha no Ar, da Folha FM 98,3, e que, ao ser questionado, descartou a possibilidade de um “plano B” do seu grupo político neste ano: “Só se Deus tiver para mim um plano B, que é eu não estar aqui ou não me der saúde para estar aqui. Mas, se Ele me der condições, eu sou. E sou por acreditar que este é o verdadeiro projeto para Campos”. Rafael ainda analisou possíveis adversários nas urnas e falou de questões relacionadas à queda do orçamento, pagamento dos funcionários que trabalham por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) e os buracos em diversos pontos da cidade e a situação dos hospitais contratualizados.
O prefeito observou a queda de receitas oriundas da produção de petróleo, destacando que houve aumento na receita própria do município, mas nem de longe o suficiente para equilibrar as finanças com a perda de royalties. Rafael também lembrou que, além da diminuição do recurso, parte do que é arrecadado com a produção de petróleo é utilizado para pagar as três “vendas do futuro” realizadas na gestão Rosinha Garotinho (Pros). Ao reafirmar sua pré-candidatura à reeleição, Rafael ressaltou que não era de sua vontade tomar algumas medidas de austeridade, mas que foram necessárias devido ao que chama de nova realidade financeira de Campos:
— Eu tenho pé no chão, a gente sabe que a aceitação não é aquela de 2016. Mas a gente sabe, também, e tem pesquisa para isso, porque a gente se baseia em pesquisas, que quando senta na mesa para analisar: ‘para aí, será que ele não fez por que não quis ou será que ele não fez por que não pode fazer, já que a realidade financeira é essa? Na minha casa, realmente, a minha renda caiu pela metade e eu tive de dizer muitas vezes não para o meu filho, que eu amo muito’. Eu acho que a gente vai ter muitos debates pela frente, que vai abrir a cabeça de todo mundo.
Logo no início da entrevista, assim que falou sobre a nova realidade financeira do município, foi levada a Rafael a pergunta do ouvinte Gildo Henrique, no grupo de WhatsApp do programa, sobre o atraso no pagamento de RPA. “A gente não paga porque não tem recurso. Conseguimos agora, com recursos próprios da Saúde, na semana passada, iniciarmos o pagamento de mais uma folha de RPA. O pagamento do RPA é simplesmente, e eu compreendo a situação do trabalhador na ponta, por falta de recursos. Além da folha que foi paga com recursos próprios da Saúde, estávamos programados para pagar mais uma folha no meado de janeiro, mas veio uma decisão judicial nos obrigando a pagar a folha de 13º. Nosso governo trabalha com planejamento, embora esse planejamento muitas das vezes não consiga ser cumprido porque a gente depende das receitas de royalties”, afirmou o prefeito.
Outro questionamento que veio dos ouvintes do programa foi com relação aos buracos na cidade. “Tapar buraco é prioridade, a gente encara isso como responsabilidade. A gente fez isso rigorosamente quando tinha recursos para fazer e hoje a gente faz isso, de forma hercúlea, com trabalho de mão de obra própria, muita das vezes, da secretaria de Obras. Por óbvio, em uma cidade de mais de 4 mil quilômetros quadrados de extensão, numa falta de recursos, não dá para garantir que todos os buracos sejam tapados. Não estou fugindo dessa responsabilidade, entendo sim, e vivo essa realidade porque rodo a cidade toda, que é um problema grave que enfrentamos e estamos buscando solução”, disse Rafael, lembrando de outros serviços que precisam ser mantidos de forma constante, mesmo com a queda na arrecadação, sobretudo de royalties, em relação a governos anteriores.
Também em questionamento feito por ouvinte — o Alexsandro Tavares Sarlo, durante a transmissão ao vivo na página da Folha FM no Facebook —, Rafael comentou sobre o atraso no pagamento da complementação municipal aos hospitais contratualizados.
— Não há briga nenhuma da Prefeitura com os hospitais contratualizados, embora alguns diretores gostem de ficar falando que a Prefeitura não quer dialogar ao invés de ter calma, responsabilidade para enfrentar a questão. (...) No ano de 2018, com a melhor receita que tivemos, de R$ 2 bi, mesmo que abaixo do que Campos estava acostumado, mantivemos o pagamento deles rigorosamente em dia. Inclusive, pagando os atrasados de 2017 e atrasos de 2016 de verba federal, o que é inadmissível. Atrasavam, no passado, verba federal, que simplesmente é você receber, auditar e repassar. Há o repasse rigorosamente em dia, de parte da nossa gestão, com relação às verbas federais. O que nós, infelizmente, acabamos por atrasar são os recursos municipais, no mesmo tema que o RPA, por falta deles. Mas é importante a gente frisar que mesmo com os atrasos em 2019, estando 2018 rigorosamente em dia, todos os quatro grandes hospitais, isso é importante deixar claro, receberam mais em 2019 do que em 2018 — disse o prefeito, acrescentando que tem agenda em Brasília nesta terça, junto com o deputado federal Marcão Gomes (PL), e o secretário de Saúde de Campos, Abdu Neme, e um das pautas é a questão da rede contratualizada do município. 

Críticas a ex-prefeitos e filhos pré-candidatos 

Ao analisar o quadro de pré-candidatos, Rafael teceu críticas aos governos dos ex-prefeitos Arnaldo Vianna e Rosinha. Ela é mãe do pré-candidato Wladimir Garotinho (PSD), sobre quem Rafael falou: “Não teve a oportunidade quando tinha influência direta no governo da mãe, que vendeu o futuro três vezes, administrou nossa cidade que jamais foram vistos. Agora, quer apontar caminhos que ele sabe que não existem. Mas é um direito de ele ser candidato. Teve muita oportunidade durante oito anos. Se eu tivesse a metade do dinheiro que a mãe dele teve, ou um pouquinho mais, estava tudo resolvido, coisas que eles não tiveram condições de resolver”.
Já Arnaldo é pai de outro pré-candidato, Caio Vianna (PDT): “Ele era mais novo quando o pai dele administrou a cidade — o pai e mãe (Ilsan), porque a mãe tinha influência direta no governo do pai. Tinha dinheiro de sobra para transformar a praça São Salvador. Inchou a folha, o que hoje é um grande problema de qualquer gestão”, avaliou Rafael.
Confira a entrevista completa:

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    Arnaldo Neto

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