As negociações entre a Prefeitura de Campos e o Sindicato dos Médicos (Simec), com a segunda reunião ontem entre o prefeito Rafael Diniz (Cidadania), o secretário municipal de Saúde, Abdu Neme, José Roberto Crespo, presidente do Simec, entre outros representantes da categoria, deu origem a uma ata com propostas firmadas que foi chamado de pacto da Saúde. Este documento será levado aos grevistas hoje à noite. Estão previstos os pagamentos de 50% das gratificações, 50% das substituições, abono das faltas no setor ambulatorial durante a greve e férias liberadas, desde que não signifique custo adicional ao poder público municipal.

A sinalização do município veio depois de revelados os valores de repasse da Participação Especial trimestral sobre a produção do petróleo. Campos recebe, com previsão para hoje, quase R$ 35 milhões. Com relação a maio deste ano, a alta é de 9,3%. Porém, com relação ao mesmo mês de 2018, a queda é de 45,5%. Como analisou Christiano Abreu Barbosa, no blog Ponto de Vista, e em artigo publicado na página anterior, no governo Rosinha Garotinho (hoje Patri), nos meses de agosto as participações especiais foram superiores a R$ 100 milhões em seis dos oito anos, chegando ao auge em 2012, com repasse de R$ 184,5 milhões.

A conta

Presidente do Simec, José Roberto Crespo admitiu em entrevista ao Folha no Ar da última sexta-feira que os problemas na Saúde de Campos “não vêm de hoje”. Nem mesmo no período dos cofres cheios com recursos do petróleo foram solucionados. Só que nunca tinham chegado ao bolso dos médicos. O pleito pode até ser justo e o diálogo deve levar a um consenso. Ontem, por conta da greve, o recém-inaugurado Hospital São José — prometido por Rosinha e só concluído este ano — chegou a ficar algumas horas sem atendimento emergencial. E isso não pode ocorrer. A conta não deve sobrar para os usuários do serviço público de saúde.

Após denúncias, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campos realizou uma operação envolvendo trabalhadores da Usina Nova Canabrava. De acordo com o órgão, não foram encontradas irregularidades características de trabalho análogo à escravidão. Contudo, outras pendências estão sendo apuradas como não pagamento de verbas trabalhistas e rescisórias, aliciamento de trabalhadores em diversos Estados, entre outras. Segundo o MPT, por ora, o caso é tratado como extrajudicial, notadamente para atendimento da situação emergencial dos trabalhadores com pagamento das verbas devidas e retorno ao estado de origem.

Em nota à imprensa, a Usina Nova Canabrava chegou a informar que não procedem as informações de trabalho análogo ao escravo. A Usina informou também que a ação do MPT ocorreu para fiscalização e apuração de divergências de informação. Uma coletiva de imprensa foi convocada para hoje, às 17h, na sede do MPT. A empresa reiterou que cumpre os princípios trabalhistas conforme a Constituição Federal, primando sempre pelo respeito, bem-estar e dignidade de seus colaboradores.

O time de blogueiros do portal Folha1 ganha mais um reforço a partir de hoje. Diretor do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Gilberto Gomes tem 23 anos e começa a escrever com a proposta de introduzir “uma nova linha de discussão sobre a política local”, segundo o próprio. “Campos é marcada pelos sobrenomes tradicionais e queremos fazer um bom debate, com uma linguagem popular, mais à esquerda, sobre economia e educação também”, disse o estudante de Administração Pública e militante do PT no município.

Viva a Juventude

Ontem, a Prefeitura de Campos realizou o evento “#VivaAJuventude” para celebrar a Semana Nacional do Estatuto da Juventude, instituída há seis anos. O primeiro dia do “#VivaAJuventude” contou com diversas atrações, como a banda da secretaria de Educação, apresentações de dança e do Paraesporte, além do coral do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). A programação de Campos, na Semana Nacional da Juventude, prossegue hoje, no Museu Histórico, a partir das 18 horas, com palestras.