Em atos e palavras, até que ponto Wladimir não repetirá os erros de Garotinho?
02/08/2019 09:25 - Atualizado em 09/09/2019 14:35
Wladimir: prós e contras
Deputado federal, Wladimir Garotinho (PSD) tem conseguido recursos aos hospitais conveniados da planície. E, caso aprove seu projeto para classificar o clima do Norte e Noroeste Fluminense como semiárido, pode beneficiar os produtores rurais de 22 municípios, que teriam acesso a linhas de crédito com juros mais baixos. Por isso tem se cacifado como pré-candidato a prefeito de Campos em 2020. Seu principal obstáculo é a enorme rejeição do seu pai, Anthony Garotinho (sem partido). Que só conseguirá driblar se agir diferente do ex-governador, maior colecionador de desafetos na política campista e fluminense.
Espaço concedido
Todas as iniciativas de Wladimir que trouxeram benefícios a Campos e região foram noticiadas na Folha. No programa matinal Folha no Ar, o deputado já foi em duas oportunidades, desde que a Folha FM 98,3 entrou no ar em 28 de março. Exatamente o mesmo número de vezes que o prefeito Rafael Diniz (Cidadania). Nesta semana, após ter um áudio com críticas pesadas aos assistentes sociais divulgado no blog do Frederico Monteiro, hospedado no Folha1, Wladimir pediu e teve espaço para resposta no blog “Opiniões” do diretor de redação da Folha, Aluysio Abreu Barbosa. Assim como na edição de ontem desta coluna.
“Aprendiz do Bozomor”
Assim mesmo, na última terça (30), em outra rádio do município, Wladimir se referiu à Folha como “uma espécie de diário oficial do município”. Nas redes sociais, na postagem do link da sua polêmica com Frederico, foi advertido pelos internautas: “o ‘Chequinho’ (...) só saiu da formatação original por obra e graça do próprio Wladimir (...) querendo que fosse ampliada a ação ilegal para beneficiar seu grupo de candidatos”, disse Sérgio Provisano. “Wladimir está fazendo jus ao nome Garotinho (...) atacou até a Folha da Manhã, que sempre abre espaço pra ele”, lembrou Pedro Brandão Soares. “Aprendiz do feiticeiro Bozomor”, definiu Sylvia Paes.
Papai mandou?
Na aprovação da Reforma da Previdência na Câmara Federal, que ficou contra, após ter se pronunciado a favor até a semana da votação, Wladimir perdeu muitos votos entre a parcela mais conscientizada do eleitorado campista. Nas redes de WhatsApp da cidade, quase todos atribuíram a súbita mudança de opinião do jovem deputado aos ditames do seu pai. A avaliação, não sem razão, foi de que não seria diferente se ele fosse eleito prefeito de Campos. Por este motivo, a incoerência do deputado e sua aparente origem no que “papai mandou” foram tema da coluna em 11 de julho, dia seguinte à votação fundamental ao futuro do país.
Constrangido
Sobre a Reforma da Previdência, a incoerência de Wladimir foi contrastada com a coerência dos outros três deputados federais da região: sua irmã Clarissa Garotinho (Pros), Christino Áureo (PP) e Felícia Laterça (PSL). Este foi ontem citado junto com Wladimir pela jornalista Berenice Seara, no jornal carioca Extra: “Laterça criou climão na abertura da Festa Agropecuária de Quissamã, na última sexta (26). Ao microfone, afirmou ter ouvido várias vezes o vizinho de gabinete ganhar broncas, por telefone, do pai, o ex-governador Garotinho. Wladimir ficou sério e preferiu não tocar no assunto quando chegou sua vez de discursar”.
Da família
A imprensa nacional começou a noticiar que a namorada do “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, preso na última quarta-feira, é da família do ex-governador Garotinho. Myra de Oli-veira é filha da ex-deputada federal Alcione Athayde, prima de primeiro grau do político da Lapa, e do o empresário e cirurgião dentista Carlos Jader, que foi vereador em Campos. Ontem, em sua coluna na Folha, Esdras Pereira também informou que Messer tinha sido presa no apartamento da campista, em um luxuoso apartamento nos Jardins, em São Paulo. Só não sabia, ainda, o grau de envolvimento entre os dois.
Sogra na prisão
Há alguns anos afastada do cenário político, a sogra do “doleiro dos doleiros” foi deputada federal por dois mandatos, assumidos como suplente, e ocupou cargos na Prefeitura de Campos e no governo do Estado. Alcione foi presa na operação Pecado Capital, em agosto de 2008. A ação apurava desvios de cerca de R$ 60 milhões na secretaria de Saúde estadual na gestão da ex-governadora Rosinha Garotinho, e também prendeu o ex-secretário de Saúde Gilson Cantarino. Alcione ficou detida pouco mais de um mês.

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