Homem faz 39 reféns em ônibus no Rio e é morto por atirador de elite
Ícaro Barbosa 20/08/2019 08:07 - Atualizado em 26/08/2019 13:19
Reprodução - TV Globo
Um homem sequestrou um ônibus na ponte Rio-Niterói e manteve 39 pessoas reféns, na manhã desta terça-feira (20), e acabou morto por um atirador de elite da Polícia Militar após mais de três horas de tentativas de negociações. William Augusto da Silva, de 20 anos, portava uma arma de brinquedo e afirmou que estaria com gasolina no veículo. A ação criminosa, que começou pouco antes das 6h, levou, inicialmente, ao fechamento apenas da pista no sentido Rio. Pouco depois, também foi interditada a pista oposta. Por volta das 9h, houve disparos em direção ao coletivo da Viação Galo Branco. A Polícia Militar confirmou que o suspeito foi baleado, chegou a ser socorrido para o Hospital Souza Aguiar, mas morreu na unidade. 
De acordo com as informações oficiais, o homem teria se identificado como policial militar para fazer com que o ônibus parasse para pegá-lo. Ainda não há informação sobre a motivação. Segundo jornais da capital, atiradores de elite ficaram posicionados em locais estratégicos. A ação foi acompanhada pelo Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), por meio de um celular que foi entregue ao suspeito.
O homem responsável pelo assalto fez ameaças com galões de gasolina, segundo uma vítima que conseguiu enviar mensagens para o marido de dentro do ônibus. O porta-voz da Polícia Militar, coronel Mauro Fliess, em entrevista à TV Globo, afirmou: “Foi algo premeditado. Ou seja, ele tinha instrumentos para fazer coquetel molotov, para imobilizar as vítimas”.
O trânsito na ponte ficou totalmente parado durante o sequestro. Ambulâncias, viaturas e veículos do Corpo de Bombeiros estiveram na área; barcos da Marinha e também dos bombeiros fizeram a patrulha da área na Baía da Guanabara.
Devido à presença de materiais inflamáveis, extintores de incêndio foram posicionados pelos agentes das forças de segurança na lateral do ônibus. O suspeito estaria acompanhando a cobertura da TV Globo do caso e, apesar de manter os reféns no interior do ônibus, ele não estaria impedindo o uso de telefones celulares.
Por volta das 9h, o suspeito foi baleado por um sniper, que estaria posicionado em cima de um caminhão do Corpo de Bombeiros. Policiais e ambulâncias se deslocaram até o coletivo, carregando macas. Ele morreu a caminho de uma unidade hospitalar. 
O governador Wilson Witzel se pronunciou sobre o caso, ao pousar de helicóptero na ponte. Na descida, ele comemorou. Em entrevista a jornalistas que estavam no local, Witzel defendeu o uso de atiradores, parabenizou as equipes responsáveis e disponibilizou o auxílio do Estado às vítimas e aos familiares do sequestrador. Ele também comparou o êxito desse caso à morte da professora do ônibus 174. "Além destas 37 vidas que foram poupadas hoje (terça-feira), nestes últimos oito meses de governo, nós tivemos quase oitocentas vidas que também foram poupadas pelo trabalho da polícia. Não é o ideal porque o Rio de Janeiro ainda padece de uma violência que atinge, especialmente, a população mais pobre. Nossa secretaria de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, comandada pela secretária major Fabiana, está agindo para dar apoio às vítimas, às famílias das vítimas e, também não poderia deixar de ser diferente, estamos acolhendo a família desta pessoa que sequestrou o ônibus. Conversei com um dos parentes, ele disse que a mãe dele está muito abalada. Falou que vamos ajudá-la a superar esse momento difícil", disse.
O governador não entrou em detalhes sobre a quantidade de disparos, mas, de acordo com pessoas que estavam no local, ao menos sete foram ouvidos. Witzel também informou que vai aguardar a perícia concluir o seu trabalho.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, comparou a situação desta terça-feira ao sequestro ocorrido em 2000, também no Rio, no qual uma professora foi morta.
— A ordem superior era fazer qualquer coisa, menos atirar. Não foi usado sniper. Resultado foi a morte de uma professora inocente. Depois, esse vagabundo morreu dentro do camburão. Os policiais do camburão foram submetidos a júri popular. Foram absolvidos por 4 votos a 3. Quase colocam na prisão o policial que matou um marginal como aquele do sequestro do ônibus 174.
O sequestrador — William Augusto da Silva foi morto após jogar um casaco para os policiais. Ele trabalhava como vigilante. O sequestrador havia exigido uma ambulância. Depois que foi atingido, segundo a secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro, William foi levado para o Hospital Souza Aguiar, onde teria chegado com quadro de parada respiratória, sendo constatado, logo depois, o óbito pela equipe médica.

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