Diretora do Museu Histórico de Campos, analisa cultura no Folha no Ar
Maria Laura Gomes 15/08/2019 08:05 - Atualizado em 26/08/2019 13:46
Isaías Fernandes
Diretora do Museu Histórico de Campos, a historiadora Graziela Escocard foi a entrevistada da primeira edição desta quinta (15), do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Uma das remanescentes do governo de Rosinha Garotinho, ela considerou a gestão atual mais aberta ao diálogo que a anterior, seja na figura do prefeito Rafael Diniz ou na da presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima. A entrevistada também se posicionou favoravelmente ao projeto da Prefeitura em destinar cerca de 35% do Palácio da Cultura, após sua reabertura, para abrigar áreas da inovação, tecnologia e do empreendedorismo.
— O Palácio da Cultura foi criado para ser realmente da cultura. Ponto. Agora, a questão atual: se a gente vai conseguir verba através de outra secretaria, seja da Ciência e Tecnologia, para restaurar o Palácio da Cultura, eu sou a favor que seja restaurado e que seja implementado — disse Graziela.
Embora não tenha assinado a nota de repúdio ao projeto protocolada pelo Conselho Municipal de Cultura (Comcultura), do qual faz parte, a diretora do Museu Histórico concordou com a opinião de grande parte da classe artística de que era necessário um debate prévio sobre o Palácio da Cultura. “ Faltou dialogar mais sobre isso. Quando foi apresentado o projeto, foi já um projeto pronto, consolidado. Acho que essa classe artística queria ser ouvida. Acho que faltou isso. Mas, a Cristina Lima tem feito essa mediação agora”, acrescentou.
Comparando as gestões de Rosinha e Rafael Diniz, Graziela afirmou ter mais liberdade na atual.
— A Cristina Lima, por exemplo, me deixa com carta branca para programação no museu, enfim, e a gente tem muito mais liberdade de diálogo, para receber, programar. Eu, enquanto gestora do museu, posso dizer claramente que a programação do museu, hoje, eu despacho com a presidência e sempre foi aprovada. No outro governo havia situações de conflito um pouco com a programação, com quem a gente iria receber, tinha um pouco dessas questões, sim. Era bem difícil lidar com isso. Hoje, não. Hoje a casa está aberta literalmente — disse.
Entre outros temas, Graziela citou a importância para Campos do surgimento de coletivos como a Santa Paciência, Varanda Amarela, Cia. dos Arteiros e o Espaço Cultural Cátia Makabu, além de eventos de cultura de rua e cultura popular. Mencionou ainda produções de Carmen Eugênia e Sylvia Paes para enfatizar a produção literária no município. Sobre o Museu Histórico, Graziela comentou os trabalhos no sentido da preservação do prédio, como descupinização, e também a importância da comunidade se aproximar do espaço (doando acervos ou simplesmente participando dos eventos).
— O Museu Histórico de Campos já está no circuito dos museus brasileiros. A gente tem uma programação constante, não para. Isso também se deve ao apoio da comunidade. A gente sempre construiu, há sete anos, uma programação escutando a comunidade, também inserindo sugestões, e tem feito esse trabalho. Aumentou realmente a procura do museu devido ao fechamento do Palácio da Cultura; demanda de programação, evento, isso realmente aconteceu. Mas, a gente também tem feito eventos e exposições, revelando também artistas locais, que é a função principal do nosso museu — falou logo no início do programa.
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