Abaixo-assinado virtual pede por retirada de quebra-molas na RJ 158
Virna Alencar 19/07/2019 17:28 - Atualizado em 24/07/2019 13:55
Genilson Pessanha
Um abaixo-assinado virtual (aqui) circula nas redes sociais para remoção de quebra-molas na RJ 158 (Campos – São Fidélis) devido a constantes assaltos que tem acontecido na rodovia estadual. Até o início da tarde desta sexta-feira (19), mais de 3.791 pessoas já haviam assinado o documento. No último dia 1º de julho, a fotógrafa niteroiense Lúcia Alonso, de 38 anos, foi assaltada na altura de Itereré, sendo obrigada a dirigir por mais de 30 quilômetros com um assaltante no carona que durante todo o percurso apontou uma arma para sua cintura. O caso foi divulgado no blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa e hospedado na Folha 1.
As queixas relativas ao aumento de assalto aumentaram depois que o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de janeiro (DER-RJ) instalou, em 2016, vários quebra-molas próximos à localidade de Itereré, próximo ao Centro de Socioeducação Professora Marlene Henrique Alves (Cense), administrado pelo Novo Degase.
No abaixo-assinado virtual, Rafael Leite de Freitas pressiona o Departamento a fazer a retirada dos quebra-molas. “Nós, cidadãos de São Fidélis, Campos e região, solicitamos a remoção dos quebra-molas instalados no trecho São Fidélis - Campos da RJ 158, tendo em vista que os mesmos oferecem riscos de acidentes e de segurança para os motoristas que utilizam a estrada. Muitos assaltos e tentativas vêm ocorrendo nos trechos da estrada onde eles estão localizados, como noticiado na mídia local. O trecho já era conhecido pela insegurança, e após a instalação dos mesmos, a sensação de insegurança só aumentou. Além disso, estes não estão devidamente sinalizados (com placas inclusive escondidas atrás de árvores e sem nenhuma sinalização horizontal) e estão em desacordo com a velocidade máxima sinalizada na via e com a resolução 600/2016 do Contran”, disse.
Por volta de 14h40, do dia 1º de julho, a fotógrafa teve o seu carro, um Peugeot 206, fechado por outro veículo, com dois ocupantes. Um deles desceu do carro armado e a abordou. Em sua página no Facebook, a vítima relatou com detalhes o tempo em que ficou refém do assaltante em seu veículo. No post, ela também apontou os riscos oferecidos pelos quebra-molas instalados na rodovia.
“Não tive medo de morrer, mas o tempo todo eu pensei que minha família poderia estar comigo porque por obra de Deus, uma série de mudanças causou o cancelamento da consulta da minha filha. Eu fiz tudo o que o assaltante mandou, muitas vezes mais nervoso que eu, mas sempre com a certeza de que Deus está comigo e vai assumir o julgamento da vida dele. Com calma eu saí ilesa com perda de alguns bens, mas sã e salva. Dirigir com um assaltante no carona com uma arma apontada pra minha cintura por mais de 30 km é algo que leva tempo pra ser superado, mas eu consigo. Quanto aos quebra-molas e o perigo à beira da pista das famílias que moram à beira da RJ, a exemplo de Ururaí, passou da hora de tomarem uma decisão. Rota de fuga não é lugar de quebra-molas. Os bandidos burlam o policiamento. Algo precisa ser feito!”.
Ao passar na entrada do Parque São Silvestre, o criminoso mandou que ela encostasse o carro e desceu a pé. Durante o trajeto de carro, ele teria roubado, segundo a vítima, cerca de R$ 500,00 e jóias, sendo um anel e sua aliança de casamento.
Para o comandante da 4ª Companhia Avançada de Policiamento Rodoviário, responsável pelos postos do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) nas rodovias estaduais do Norte e Noroeste Fluminense, major Daniel Frederico, o assalto foi um evento criminoso isolado no mês de julho.
“Temos trabalhado há alguns meses para que esse tipo de crime não persista na rodovia estadual, com patrulhamento de viaturas justamente para garantir a segurança do cidadão que trafega naquele trecho, sobretudo nos horários de ida para o trabalho, colégio, faculdade, etc. Em 19 dias tivemos apenas um evento delituoso em toda região abrangida pela 4ª Companhia, considerando 35 RJs e 2.100 quilômetros de rodovias. Desde janeiro a gente vem reduzindo todos os índices de criminalidade, com base nos dados extraídos do sistema da Polícia Civil onde são registradas as ocorrências. Lembrando que a polícia deve ser comunicada dos eventos delituosos para poder traçar medidas estratégicas conforme a mancha criminal. De qualquer forma, estamos atentos, vamos intensificar cada vez mais o policiamento e vamos passar para o DER o pleito para a retirada dos quebra-molas”, garantiu.
Em nota, o DER-RJ informou que “fará nos próximos dias a remoção de um quebra-mola, onde ocorrem assaltos. Os outros quebra-molas são necessários para a redução de velocidade. Todo quebra-mola para ser instalado passa por critérios: grande fluxo de veículos, área de escolas, indústrias e hospitais”.
Sobre o número de assaltos na rodovia estadual, Folha da Manhã entrou em contato com o Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP) que informou que “os dados divulgados pelo Instituto são por área de batalhão e de delegacia. Dados por ruas, avenidas, rodovias, linhas expressas e etc. são de uso reservado das polícias estaduais”.
 
 

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