VI Conferência Municipal de Cultura
Matheus Berriel 30/11/2018 18:31 - Atualizado em 03/12/2018 17:27
Começa neste sábado (1º), às 18h, a 6ª Conferência Municipal de Cultura, com o tema “A valorização da identidade cultural campista”. A abertura acontecerá no Museu Histórico de Campos. Uma apresentação da Lyra de Apolo está marcada para as 18h30, seguida pela formação da mesa de abertura e por uma palestra do professor Marcelo Sampaio, às 19h30, sobre “A importância das relações de pertencimento na formação da identidade cultural”. Para participar, é necessário fazer credenciamento no próprio local. Após as atrações, a conferência terminará no domingo (2), com programação na Escola Municipal Amaro Prata Tavares.
— É uma solicitação da classe artística. A conferência tem que existir para que a gente tenha acesso a várias políticas públicas nas esferas estadual e federal. É um fato importante na elaboração do plano municipal de cultura — afirmou a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima.
Mestre em Teoria das Ideias pela Unicamp, Marcelo Sampaio comentou a importância de se discutir a questão do pertencimento. “Acho que, para formarmos a nossa identidade cultural, nós temos que valorizar as nossas peculiaridades. Ou seja, o nosso regionalismo. Falo do vocabulário, dos hábitos, costumes, principalmente na preservação das nossas manifestações artístico-culturais”, afirmou o palestrante deste sábado.
Entre os exemplos de falhas no trabalho do pertencimento, Marcelo cita a tradição que se criou em Campos de realizar o Carnaval fora de época. Para ele, isso acaba fazendo com que a nova geração das comunidades perca o interesse em desenvolver o talento de artesãos, passistas, ritmistas, intérpretes e mestres-sala e portas-bandeiras, pois as agremiações acabam levando para a avenida itens carnavalescos e até mesmo material humano vindos dos grandes centros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória.
— A questão do pertencimento é muito cara, principalmente na cultura, porque senão você acaba sendo influenciado e transformado. Ser influenciado não nenhum tem problema, porque desde a Semana de Arte Moderna, de 1922, essa antropofagia cultural é não só existente como necessária. É importante que a gente beba de outras culturas, de outras manifestações artísticas. Mas, não percamos a nossa identidade cultural — acrescentou.
O objetivo principal da conferência é reunir pensamentos, demandas, propostas e necessidades da população, contribuindo com um amplo diagnóstico de sua diversidade cultural, a fim de elaborar um documento de orientação para formulação de políticas, programas e projetos a serem distribuídos para instituições públicas e privadas do município, do estado e do país, além de fortalecer e facilitar o estabelecimento de novas redes de produtores culturais.
No domingo, os compromissos serão na Escola Municipal Amaro Prata Tavares, com credenciamento das 8h30 às 12h. Está marcada para as 9h uma palestra com o professor Juan Ignacio Brizuela, bacharel em relações internacionais pela Universidade Católica de Córdoba, na Argentina, mestre e doutor em cultura e sociedade, pela Universidade Federal da Bahia, e pós-graduado em políticas sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). O tema será: “O que é e para que serve uma Conferência de Cultura?”.
Vão começar às 10h as reuniões das Câmaras Temáticas de Artes Áudio Visuais, Artes de Rua, Artes Plásticas, Carnaval, Dança, Gestão Cultural, Instituições de Ensino Superior, Instituições de Patrimônio Histórico, Literatura, Movimentos Sociais, Música e Teatro. Após intervalo para almoço, as decisões das Câmaras serão apresentadas às 15h. Por fim, às 17h, haverá o encerramento com apresentação da centenária Lyra Guarany.
Para se inscrever na conferência e ter direito a voto, é necessário apresentar cópia de documento oficial com foto e carta de recomendação de alguma entidade da sociedade civil organizada, com atividades, no mínimo, desde janeiro de 2017. Inscrições sem estes documentos darão apenas direito a voz, sem poder votar. O Museu Histórico de Campos fica na Praça do Santíssimo Salvador, 40, no Centro de Campos. Já a Escola Municipal amaro Prata Tavares, na rua Tenente Coronel Cardoso, 647, também no Centro.
Exposição — Conhecido mundialmente, já tendo exposto inclusive no Louvre, em Paris, o artista plástico campista João Oliveira abrirá exposição deste sábado, às 19h, no Museu Histórico. “Várias pessoas querem comprar quadros meus que os originais já foram vendidos. Consegui uma firma que faz reproduções em ótimo nível de qualidade. Então, resolvi lançar reproduções das 12 melhores obras de minha carreira, em tamanho menor e com preço acessível”, disse ele. A exposição ficará aberta até o dia 22 de dezembro.

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