Hotel Flávio recebe vistoria
Verônica Nascimento e Virna Alencar 14/08/2018 13:48 - Atualizado em 15/08/2018 13:30
Nova reunião do Coppam discutiu situação
Nova reunião do Coppam discutiu situação / Antônio Leudo
Uma vistoria foi realizada no antigo Hotel Flávio, na tarde desta terça-feira, para avaliar ações emergenciais e evitar novos desmoronamentos no prédio que fica localizado na rua Carlos Lacerda, no centro de Campos. O trabalho contou com a presença de um dos herdeiros, Paulo Marcos Mendonça Lima, membros do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), da Defesa Civil e da superintendência de Postura. No último dia 26 de junho, um desmoronamento levou à interdição do perímetro. Nesta terça o assunto foi debatido em reunião do Coppam.
Segundo o coordenador de Defesa Civil, major Edson Pessanha, um projeto para estabilização do prédio deve ser apresentado, pelo proprietário, antes que as chuvas de verão – que costuma vir acompanhada de ventos fortes – comprometam ainda mais a estrutura do imóvel. A prioridade seria a realização do escoramento da fachada do prédio e de uma cobertura capaz de evitar qualquer tipo de infiltração e deterioração da parte de alvenaria.
— O prédio já ficou vulnerável com o desmoronamento ocorrido. Se vier o período de chuva e até lá nada for feito, com certeza vai vir abaixo. Isso colocará em risco a vida de transeuntes e essa é a nossa principal preocupação —, alertou ressaltando que o projeto assim como a execução da obra é de responsabilidade do proprietário.
O major explicou que, após a vistoria, Paulo deve fazer um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e apresentar o projeto junto à secretaria de Obras. O documento deve passar por avaliação no Coppam para, então, ser liberada a execução da obra.
O neto da herdeira original Zilda Carneiro Silva, que atualmente mora no Rio de Janeiro, disse que já foi gasto o valor de R$ 60 mil pela família, sendo realizada a contenção e retirada de entulhos e escombros do local. Em reunião com o Coppam, antes da vistoria, ele alegou a falta de recurso para arcar com a restauração do prédio em sua integralidade, uma obra de até quatro milhões de reais, e propôs a flexibilização das decisões. “A ideia é fazer o retrofit mantendo as características da fachada. Também esperamos conseguir alguém da iniciativa privada que tenha interesse em comprar o imóvel. Acho que seria muito bom para cidade e, inclusive, iria valorizar mais a praça. Se todos se empenharem vamos achar uma solução”, disse falando sobre a possibilidade de novas reuniões com o Coppam e o Ministério Público.
A demolição do Hotel Flávio voltou a ser pauta da reunião do Coppam, também nesta terça-feira, com a participação de um dos herdeiros, Paulo Marcos Mendonça, que apresentou uma solicitação de flexibilização das decisões acerca da reforma e restauração.
Entre as propostas para a flexibilização da obra, a fachada do Hotel Flávio seria restaurada e iluminada, e sua parte interna reformada, porém, mantendo as características, a identidade do prédio. Paulo falou que a parte de recolhimento de escombros está sendo concluída, dentro dos serviços emergenciais contratados pelos herdeiros do imóvel para conter novos desabamentos, e solicitou outra inspeção, para a liberação de imóveis vizinhos.
Representante da sociedade civil no conselho, o restaurador Humberto Neto das Chagas também apresentou sugestões. O terceiro andar e parte do segundo estão comprometidos, com os tijolos perdendo a capacidade de sustentação. Dessa forma, foi requerida a cobertura do telhado. O Coppam também requereu proteção de calçada, alguma forma de garantir o trânsito de pedestres.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS