Violência em Guarus na mira da intervenção
Virna Alencar e Mário Sérgio Júnior 11/08/2018 18:17 - Atualizado em 13/08/2018 13:35
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Área é considerada como ENTITY_quot_ENTITYFaixa de GazaENTITY_quot_ENTITY / Antônio Leudo
Apesar da megaoperação deflagrada na última semana, pelas forças de segurança, polícias Militar (PM), Civil (PC), Rodoviária Federal (PRF) e Exército, o cenário de violência na área de Guarus, em Campos, ainda assusta moradores e os faz reféns do medo. Além de 30 prisões, apreensão de drogas, armas e celulares, a ação retomou 100 casas de moradores que haviam sido expulsos por traficantes. Após a retomada desses imóveis, o Ministério Público Estadual se posicionou sobre a importância de mais um integrante no trabalho conjunto.
Segundo o promotor de Justiça Sérgio Ricardo Fonseca, agora há uma necessidade de atuação do poder público municipal capaz de pacificar e levar serviços sociais à comunidade.
O delegado da 146ª Delegacia de Polícia, Luiz Maurício Armond, disse que as investigações apuravam invasões e expulsões de moradores pelo tráfico de drogas. Durante a operação, foram identificados alguns imóveis abandonados e outros com moradores irregulares, que estão sendo interditados. Esses dados reunidos serão encaminhados às entidades federativas, que têm a responsabilidade de distribuição dessas residências, para que adotem as medidas cabíveis.
As casas fazem parte do conjunto habitacional Morar Feliz, que foi criado na gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho, e as famílias contempladas são inscritas no Cadastro Nacional para Programas Sociais (CadÚnico), uma responsabilidade da Prefeitura Municipal. Em nota, a Prefeitura informou que “a secretaria de Desenvolvimento Humano e Social aguarda relatório oficial da polícia sobre as casas para que possa tomar as medidas necessárias”.
O promotor de Justiça Sérgio Ricardo Fonseca destacou a importância da atuação do poder público no sentido de organizar a retomada desses imóveis. “Não sei se os proprietários originais para lá retornarão porque muito provavelmente podem ter receios, mas pode ser aproveitado para outras pessoas em situação de carência e esses proprietários originais dirigidos a outros imóveis. As investigações vão continuar e a gente conta agora é que a prefeitura passe a integrar essa parceria que foi realizada ontem, que a gente pretende que continue, para pacificar e levar serviços sociais àquela comunidade”, disse.
Operação Integração contou com 800 agentes
Operação Integração contou com 800 agentes / Antônio Leudo
Foram impactadas cerca de 15 mil pessoas que vivem nesta área comparada à Síria, pelos frequentes confronto entre facções rivais.
Em nota, a assessoria de comunicação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro informou que “o relatório será encaminhado nos próximos dias. Como a operação aconteceu na quinta-feira, não temos detalhes para passar por enquanto”.
Blindados do Exército e Bope intimidaram
A intervenção federal na Segurança Pública do estado chegou a Campos na última quinta-feira (9). A operação Integração contou com dois blindados do Exército e um do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), modelo Urutu, além de 800 agentes do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros Militar e das polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Bombeiros fizeram patrulhamento aquático pelo rio Paraíba do Sul enquanto, por terra, agentes percorreram o Parque Eldorado I e II, Parque Santa Rosa, Parque Santa Clara e Parque Prazeres. A região é conhecida como “Faixa de Gaza”, onde moradores vivem reféns do tráfico de drogas. Cerca de 15 mil pessoas que vivem em área comparada à Síria, pelos frequentes confronto entre facções rivais, foram impactadas.
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Área é considerada como ENTITY_quot_ENTITYFaixa de GazaENTITY_quot_ENTITY / Antônio Leudo
No total, 30 pessoas foram presas, entre flagrantes e cumprimento de mandados, e 100 casas de moradores que haviam sido expulsos foram retomadas. A operação, que visou o cumprimento de 162 mandados de prisão, também apreendeu 20kg de pasta base de cocaína, com lacre e selo em QR Code, dispositivo que, através de scanner do celular, mostra a procedência da droga: “Caballo Fuerte, Producido en la Colombia”. Foram realizadas 600 revistas em pessoas e veículos e apreendidos ainda dois carregadores de pistola, duas granadas caseiras, uma espingarda calibre 12, munições e material do tráfico. Dez barricadas foram removidas.
Dono de bar morre e PM troca tiros após megaoperação
Depois da megaoperação em Guarus, três casos de violência foram registrados. Um policial militar foi vítima de uma tentativa de homicídio no Custodópolis, na sexta-feira. O PM havia acabado de sair de uma barbearia na rua Romualdo Peixoto. O agente não foi atingido e revidou, dando início a uma troca de tiros. A vítima contou para os policiais que os atiradores são três homens, que fugiram a pé da região. Custodópolis, assim como os parques Eldorado, Santa Rosa, Santa Clara, Prazeres e Bandeirantes e ainda a Codin, faz parte de uma das áreas de conflito mais perigosas, que já foi conhecida como ‘Faixa de Gaza’ entre policiais e hoje e comparada com a Síria.
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Área é considerada como ENTITY_quot_ENTITYFaixa de GazaENTITY_quot_ENTITY / Antônio Leudo
Na quinta-feira, na avenida José Carlos Pereira Pinto, em Guarus, o dono de um bar foi baleado por três tiros e morreu na manhã seguinte. Com a morte, o número de homicídios em Campos este ano chegou a 146, sendo 4 em agosto.
Já na noite da sexta-feira (10), um homem fugiu para dentro de uma igreja após ser baleado no Parque Prazeres.
 
 

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