A intervenção federal na segurança pública finalmente parece estar chegando a Guarus, subdistrito de Campos que possui uma das áreas mais perigosas do interior do estado do Rio, comparada à Síria por colocar em risco a vida de cidadãos, expostos em confrontos diários de facções do tráfico de drogas. Um veículo blindado foi cedido pelas Forças Armadas ao 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), para operações de combate à criminalidade nos bairros da margem esquerda do rio Paraíba do Sul.

Conforme informação do Comando Militar Leste, a viatura blindada, tipo Urutu, do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro (Bope), foi levada nessa terça-feira (31) para a 2ª Cia de Infantaria, em Guarus. Outras duas viaturas cedidas pelo Exército Brasileiro ficaram na capital. “O blindado foi transportado por meio de prancha das Forças Armadas, tendo esse apoio logístico sendo solicitado pela própria PM a fim de empregar o veículo em operações policiais naquela região”. Segundo a assessoria da Polícia Militar, a viatura do Bope será utilizada de acordo com as necessidades do 8º BPM e “o roteiro seguirá critérios sigilosos e estratégicos”.

A necessidade da integração e atuação das forças de segurança no subdistrito foi levantada tanto pelo comandante do 8º BPM, tenente-coronel Fabiano de Souza, como pelo delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus). Em coletiva de imprensa recente, no lançamento da Operação Caçador, os dois chegaram a anunciar ações a serem realizadas com participação de todas as polícias (Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal) e com homens do Exército. Em maio, em visita a Campos, o secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, o general Richard Nunes, apontou a possibilidade da parceria com a 2ª Companhia de Infantaria do Exército, que inclusive está instalada em Guarus, região que concentra o maior índice de crimes do município, especialmente homicídios.

Atuação do Exército no subdistrito - Sobre a possibilidade da atuação da 2ª Cia nas operações, o Comando Militar do Leste informou que, “até o momento, foram solicitados ao Exército Brasileiro apenas o transporte (veículo) e a sua guarda no aquartelamento da 2ª Cia” e que “a respeito da declaração dada pelo secretário de Segurança acerca de futuras operações na área, caso as Forças Armadas sejam solicitadas a colaborar com efetivos e outros recursos operativos, estarão disponíveis para prestar esse apoio como já vem acontecendo em outras áreas do Estado ao longo do processo de intervenção”.