Moradores de Quilombo fazem protesto e interditam trânsito na RJ 180
Verônica Nascimento e Jonatha Lilargem 17/04/2018 09:40 - Atualizado em 18/04/2018 13:58
Isolados com alagamentos de parte da RJ 180, moradores da localidade de Quilombo fizeram um protesto na manhã desta terça-feira (17), interditando o tráfego de veículos na rodovia que liga o distrito de Dores de Macabu ao Centro de Campos. Com o registro de chuvas desde março na região norte do Imbé, ocorre a cheia da Lagoa Feia e do rio Prata, provocando alagamentos na região de Dores. Uma parte baixa da RJ 180 alaga, impedindo a passagem de automóveis pequenos e deixando a população com dificuldades de locomoção para a cidade.
"Os moradores não podem ser socorridos. O posto de saúde não tem remédio e a ambulância não tem como passar. Todo ano é isso, nos períodos de chuva e cheia dos rios, ficamos ilhados e nenhum governo resolve nosso problema", disse o morador de Quilombo, Sérgio Luiz de Souza.
Os manifestantes também reclamaram da falta de segurança na região. Segundo um deles, não tem nenhuma viatura da Polícia Militar circulando no distrito. O número de assaltos preocupa a população local. "Toda semana tem morte. As casas estão sendo assaltadas e Dores está 'largado'. Se não for a comunidade agir para ajudar ela mesma, ninguém faz nada para mudar essa situação", contou Luiz Felipe Barleta.
  • População protesto a situação da localidade

    População protesto a situação da localidade

  • População protesto a situação da localidade

    População protesto a situação da localidade

  • População protesto a situação da localidade

    População protesto a situação da localidade

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    População protesto a situação da localidade

A Polícia Rodoviária Estadual (BPRv) esteve no local e acompanhou o ato. Os manifestantes atearam fogo em galhos e pneus. Um engarrafamento foi formado. Os participantes do ato disseram que muitos não estão conseguindo ir trabalhar devido à deficiência do transporte público. A Defesa Civil foi acionada pelo BPRv, que solicitou a instalação de uma bomba.
De acordo com o major Edison Pessanha, coordenador do órgão municipal, não é possível bombear a água no local porque é uma passagem natural da água que vem da região do Imbé. Segundo o agente, devido à vasta vegetação na região, o volume da água demora a ser drenado e a única solução seria a construção de uma ponte arqueada, pelo Governo do Estado, por se tratar de uma rodovia estadual. Em ocasiões anteriores, quando o volume de água era maior, a Prefeitura chegou a botar um caminhão para fazer a baldeação de pequenos veículos.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que, "com relação à passagem pela RJ 180, o Departamento de Transportes da Prefeitura disponibilizou, no mês de março, um caminhão-prancha para auxiliar na baldeação de veículos de médio porte à comunidade Quilombo, em Dores de Macabu. O caminhão-prancha encontra-se em manutenção e a previsão é de que seja verificada a viabilidade de novo encaminhamento do maquinário". A Coordenadoria Municipal da Defesa Civil esclareceu que a água na pista está ligada à cheia do Rio da Prata, que tem seu curso natural próximo ao local, não sendo possível a instalação de moto-bombas. "A rodovia estadual necessita de intervenção estrutural no trecho, o que já foi notificado ao Governo do Estado, responsável pela RJ 180", diz a nota.
Em relação às estradas vicinais na região, a secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana explicou que há intervenções previstas em Quilombo e nas proximidades, pois alguns destes trechos foram prejudicados pelas fortes chuvas na região.
Sobre os questionamentos feitos pelos moradores sobre a segurança na localidade, o comando do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Campos disse que a “equipe policial do batalhão é empregada para patrulhamento rotineiro com viatura em Dores de Macabu e que o policiamento é planejamento de acordo a mancha criminal da cidade, sendo revisto quando necessário”.
A equipe de reportagem da Folha 1 também entrou em contato com o Governo Estadual para saber o que os órgãos têm a dizer sobre as reivindicações dos moradores de Dores de Macabu e aguarda a resposta.
Fotos: Verônica Nascimento

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