Testemunha da Caixa d'Água depõe em ação contra Temer
16/02/2018 20:17 - Atualizado em 18/02/2018 21:14
Ricardo Saud
Ricardo Saud / Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-diretor da JBS Ricardo Saud, uma das principais peças das investigações da operação Caixa d’Água, que chegou a levar para a cadeia os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho, prestou depoimento na tarde desta sexta-feira no inquérito que tem o presidente Michel Temer entre os investigados. Delator da Lava Jato, Saud foi interrogado pelo delegado Cleyber Malta Lopes, que conduz o processo que apura suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto, por Temer, relacionado ao setor de portos.
Este decreto, pelas investigações, teria beneficiado a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos, em São Paulo. Temer e a Rodrimar negam a acusação. Em 10 de janeiro, Ricardo Saud também foi levado à PF para interrogatório, mas ficou em silêncio durante as cerca de três horas de questionamentos dos investigadores.
Preso no complexo penitenciário da Papuda desde setembro do ano passado, o ex-diretor da J&F teve o acordo de delação premiada suspenso pela Procuradoria Geral da República (PGR) por suspeita de omissão de informações nos depoimentos.
Garotinho - Na última semana, o juiz Ralph Manhães, responsável pelo processo da operação Caixa d’Água em Campos, marcou para o próximo dia 21 de fevereiro o depoimento de Saud. O juízo da 18ª Zona Eleitoral de Brasília foi oficiado para realizar o interrogatório, assim como os advogados de todos os réus do processo.
O empresário André Luiz Rodrigues, conhecido como Deca, delator da Caixa d’Água, afirmou em depoimento que Garotinho exigiu uma “contribuição” de R$ 1 milhão de cinco empresários em forma de caixa dois para sua campanha a governador em 2014. André Luiz relatou, ainda, que ele não teria esse dinheiro, mas que um dos empresários e também réu na ação, Ney Flores, teria intermediado um contrato de fachada com uma das suas empresas, a Ocean Link, com a JBS, no valor de R$ 3 milhões. No entanto, contou Rodrigues, ele teria sido intimidado pelo policial civil aposentado Antonio Carlos Ribeiro, o Toninho, utilizando até mesmo arma de fogo para que o dinheiro fosse entregue para a campanha de Garotinho. Saud seria o homem da JBS por trás deste dinheiro. (A.S.) (A.N.)

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