Corrida acirrada ao Guanabara
Aldir Sales 17/02/2018 15:53 - Atualizado em 21/02/2018 17:17
Palácio Guanabara
Palácio Guanabara / Divulgação
Com a aproximação de outubro e a instabilidade política e econômica no Estado do Rio de Janeiro, a corrida ao Palácio Guanabara promete ser uma das mais acirradas dos últimos anos. A menos de nove meses para a eleição, os nomes que se colocam no tabuleiro variam dos chamados “outsiders”, como o técnico de vôlei Bernardinho, passando pelo ex-governador Anthony Garotinho, até nomes consagrados como do ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). No entanto, até o momento, ninguém parece ter decolado na preferência de um eleitorado mais exigente e desconfiado com a classe política.
Com a imagem desgastada por causa da crise que levou os servidores a ficar com salários atrasados e levou o caos a setores como Educação, Saúde e Segurança Pública, o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) tenta driblar as dificuldades, agravadas pelo desgaste do seu partido com os recentes escândalos políticos envolvendo caciques peemedebistas, principalmente o seu antecessor Sérgio Cabral, condenado a mais de 80 anos de prisão em processos por corrupção na Lava Jato. Eduardo Paes é a menina dos olhos do partido, no entanto o ex-prefeito anda estudando uma saída para descolar seu nome dos problemas recentes da sigla. Um de seus principais aliados, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB), já defendeu publicamente uma mudança de ares para o PP, mas nada está definido.
A briga dentro do PMDB é grande. O deputado estadual Pedro Fernandes anunciou a sua pré-candidatura, mesmo se Paes continuar. Se este for o cenário, o ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia afirma que vai procurar outra casa.
Único pré-candidato do Norte Fluminense o ex-governador Anthony Garotinho precisa driblar os problemas judiciais e a falta de partido para conseguir confirmar sua candidatura. Condenado a 9 anos e 11 meses de prisão em primeira por comandar o “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição, Garotinho é alvo de outras investigações e, caso o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) coloque em pauta o seu processo da operação Chequinho, pode ficar inelegível com base na Lei da Ficha Limpa em caso de condenação. Além disso, o político da Lapa está sem partido, desde que anunciou a saída do Partido da República depois que foi destituído da presidência regional da sigla. Ele anda conversando com algumas legendas, mas até agora não fechou com ninguém e o tempo fica cada vez mais curto.
Outros dois nomes de fora da capital também são cogitados na disputa. Ainda não há nenhuma confirmação, mas o PPS tenta convencer a juíza aposentada e ex-deputada federal Denise Frossard, natural de Carangola, em Minas Gerais, mas que atuou nas Comarcas de Porciúncula e Natividade, no Noroeste Fluminense. Ela chegou ao segundo turno da disputa estadual em 2006, quando foi derrotada por Sérgio Cabral. Já da Região dos Lagos quem tem dito que é pré-candidato é o ex-prefeito de Araruama, Chiquinho da Educação.
Futebol e vôlei também podem ser representados no pleito. Com mais bagagem política, o senador Romário (Podemos) tem a possibilidade de dividir a bancada esportiva com o técnico de vôlei Bernardinho (Novo), que falou publicamente que tem intenção de disputar a eleição.
Inimigo público de Garotinho, o deputado federal Índio da Costa (PSD) travou um duelo interno dentro da Prefeitura do Rio de Janeiro com a filha do ex-governador, a também deputada Clarissa Garotinho (PRB) pelo apoio do prefeito Marcelo Crivella (PRB) na corrida ao Palácio Guanabara. Índio ganhou a queda de braço e é o pré-candidato do bispo licenciado da Igreja Universal.
Já a esquerda tem dois pré-candidatos em maior evidência. O senador Lindbergh Farias era especulado, uma vez que neste ano termina o seu mandato em Brasília, no entanto, o presidente estadual do PT, o ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá já anunciou que a bola da vez no partido será do ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Celso Amorim, que chega com a desconfiança de não ter experiências recentes em cargos eletivos.
Enquanto isso, o PSOL aposta no vereador carioca professor Tarcísio Motta, que quer aproveitar o bom desempenho do partido na última eleição municipal no Rio de Janeiro, na esteira do então candidato Marcelo Freixo, que chegou ao segundo turno para prefeito, mas perdeu para Crivella. A legenda também mira no desgaste do PT para angariar mais votos da esquerda no estado.

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