Arlete Salles está de volta à Globo
09/02/2018 22:24 - Atualizado em 15/02/2018 16:11
No ano em que completa 60 anos de carreira, Arlete Salles, 75, está cheia de motivos para comemorar. Em primeiro lugar, sua saúde vai muito bem, obrigado. Em 2014, ela enfrentou e venceu um câncer de mama. “Estou ótima”, diz, com o sorriso costumeiro. Outro motivo para ficar feliz é que a Globo estreou mês passado a série “Brasil a Bordo”, gravada em setembro de 2016 e que teve seu lançamento na TV adiado diversas vezes, ficando disponível apenas no Globo Play, plataforma digital, desde abril de 2017.
“Estive nessa expectativa de ver a produção ser transmitida na TV. Queria muito a exibição desse projeto, tem mais de um ano que gravamos”, lembra. Por fim, e não menos importante, ela é uma das protagonistas do filme “Amigas de Sorte”, está no elenco do longa “Crô 2” e reservada para a próxima novela das 21h, de João Emanuel Carneiro, que estreia em maio. “Sou inquieta, geminiana. Quero fazer muitas coisas ao mesmo tempo”, avisa a intérprete de Berna, da série “Brasil a Bordo”, na Globo. Quando encontra um tempo livre, além de curtir a família, Arlete adora ver Netflix. “Sempre tiro uma brechinha para ver 'The Tudors'e 'House of Cards'", conta ela sobre as séries favoritas.
A atriz é do tipo que fala abertamente sem meias-palavras. Principalmente quando questionada sobre o movimento cada vez maior de mulheres denunciando casos de assédio, seja cometido por seus chefes, colegas ou estranhos. “As mulheres tinham vergonha de colocar um assunto desses em público e suportavam tudo caladas. Graças a Deus, nunca sofri com assédio, mas tinham abordagens, sem insistências. Mas vejo que há excessos no momento. Em toda evolução e revolução sociais, os excessos são inevitáveis. Depois, ajusta. Agora tem que diferenciar o galanteio, o elogio, do assédio, da insistência”, afirmou.
Em ano de eleição, Arlete não esconde sua preocupação. Ela fala que os problemas no país são tantos e tão graves que temos que esperar muito tempo para voltar a funcionar com normalidade. “Quanto tempo mais temos que viver nessa desigualdade, violência, falta de educação, falta de coisas básicas na vida do cidadão como a saúde ou o salário dos funcionários públicos atrasados?”, questiona ela, indignada. “Será que agora nas próximas eleições saberemos escolher bem e fazer uma escolha feliz? Essa é a pergunta que faço e é o que me angustia no momento. Finalmente, aprendemos a votar? Vai surgir uma pessoa legal para governar esse país tão bonito?”, indaga.
A atriz conta que, durante as filmagens do longa “Amigas de Sorte”, viajou para o Uruguai — o filme teve cenas rodadas em Punta Del Este e Montevidéu. “O vento era frio, Montevidéu é bonito, mas eu pensava no nosso país”, salientou. (A.N.)

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