Minutos depois de agentes da Polícia Federal (PF) e da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) retirarem a tornozeleira eletrônica do ex-governador Anthony Garotinho, em sua casa da Lapa, na manhã desta quinta-feira (28), o vereador Jorginho Virgílio (PRP) compareceu à 134ª Delegacia de Polícia (Campos-Centro) para registrar uma queixa contra Garotinho. Na noite dessa quarta-feira (27), após habeas corpus concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-secretário de Governo da gestão Rosinha declarou que os vereadores do município recebem uma mesada em um “bar da propina”.

Jorginho explicou que foi à delegacia para fazer uma representação contra o ex-governador devido à declaração dada na noite de quarta, quando Garotinho conversou com militantes, em frente à sua casa, ainda com a tornozeleira eletrônica.

— Eu, como vereador, não posso aceitar um tipo de acusação inverídica. Vim fazer uma queixa-crime contra ele. Os meus advogados já estão preparando toda a documentação para entrar com uma ação criminal, para que ele possa provar o que denunciou ontem à noite — explicou Jorginho.

No primeiro contato com um inspetor da Polícia Civil, o político foi orientado a conversar com os advogados para reduzir a queixa a termo, para que o procedimento seja aberto ainda nesta quinta-feira.

PF e Seap na casa de Garotinho — Por volta das 10h desta manhã, os agentes da PF e da Seap retiraram a tornozeleira eletrônica do ex-governador. O procedimento aconteceu na casa da Lapa. As equipes foram recebidas pela funcionária do casal. Minutos antes da retirada, o vereador Thiago Virgílio esteve na porta da residência. Ele declarou à imprensa que o processo no qual está envolvido o líder do grupo irá fortalecê-los:

- Nós, que fazemos parte do grupo político do Garotinho, estamos muito felizes com a decisão. Agora, sim, a justiça foi feita. Para a gente, é uma motivação muito grande. Garotinho é nosso líder. Hoje, teremos uma reunião com todo nosso grupo político para entender o que houve de fato, e nosso líder passará orientações para o grupo. Como Garotinho vem dizendo e tem provas (coisa que não tenho, mas confio nele), não se trata de um processo apenas jurídico. Na minha opinião, não tem nada de jurídico, e sim totalmente político. Traz desgaste, mas não é o primeiro e, com certeza, não será o último processo que nosso grupo passa – falou o vereador, que é réu na ação eleitoral da Chequinho.

Garotinho foi notificado sobre sua liberdade, na noite dessa quarta-feira, por um oficial de Justiça. Ele estava em prisão domiciliar desde o dia 13 de setembro. O político foi condenado a nove anos, 11 meses e 10 dias na operação Chequinho. As medidas cautelares também foram revogadas pelo TSE até o julgamento em segunda instância.

Nesta noite desta quinta (28), às 18h, Garotinho se reunirá com sua militância em um encontro no Clube de Regatas Rio Branco, no Centro.