"Tudo mentira", diz Garotinho sobre Chequinho e outras acusações
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Citado nas delações da Odebrecht e, agora, com nome em documentos entregues pela JBS em sua colaboração premiada (confira no Ponto de Vista), o ex-governador Anthohy Garotinho (PR) usou seu blog para uma estratégia já conhecida: enaltecer erros de outros políticos e dizer que tudo contra ele não passa de “perseguição” e que é “tudo mentira”. Apesar de sua citação em dois casos de proporção nacional, Garotinho destacou em seu texto a operação Chequinho, que investiga o “escandaloso esquema” da troca de Cheque Cidadão por votos em Campos. Então secretário de Governo na gestão da esposa Rosinha (PR), Garotinho chegou a ser preso em novembro do ano passado, acusado de ser líder do esquema de distribuição fraudulenta do programa social. O caso ainda está em julgamento. Só da ação penal que Garotinho é réu já foram realizadas três audiências e outras duas estão agendadas, em 29 de maio e 5 de junho.
Segundo Garotinho, “existem interesses obscuros que em breve traremos ao conhecimento da justiça brasileira envolvendo as autoridades que conduzem esta ação em Campos, há também o preconceito daqueles que consideram o programa de complementação de renda, Cheque Cidadão, populismo”. O ex-governador diz ainda que “apesar das arbitrariedades, dos absurdos jurídicos, de depoimentos arrancados a base de tortura, nada temo, porque nada fiz de errado!”.
Garotinho volta a dizer que não tem conta no exterior e não enriqueceu ilicitamente na vida pública. No seu texto, cita que foram encontradas contas de “José Serra, José Dirceu, Cabral, Eduardo Paes, Aécio Neves, Eduardo Cunha e mais de uma centena de políticos. Diz ainda que foram encontrados imóveis “dos Picciani, Fernando Henrique Cardoso, Cabral, de vários petistas e outras centenas de políticos que enriqueceram ilicitamente”. Com relação a ele, diz que “nada foi achado”.
Sobre o “escandaloso esquema”, Garotinho teve a prisão revogada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram impostas medidas cautelares. Entre essas medidas, o juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral, havia proibido o ex-governador de tecer qualquer tipo de comentário sobre a ação que ele é réu. Essa medida foi revogada na última semana, pelo TSE (confira aqui). Em seu blog, ele comenta sobre o caso pela primeira vez desde que foi liberado, no que chama de uma “carta ao nosso povo”: “Não há uma só verdade nas acusações que foram feitas contra mim e outros companheiros neste processo que envolve o Cheque Cidadão”.

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    Arnaldo Neto

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