Ele Sobreviveu Após a Foto, o Outro Não!!!
diomarcelo
O que seria prudente para um repórter fotográfico, mostrar somente a realidade através de seus clicks ou interferir no assunto se tornando coparticipante de sua fotografia ou mesmo nem fotografar? Grande dilema. Tenho certeza que esse assunto gera inúmeros pontos de vista, mas fica a reflexão. O  post de hoje tem um pouco do assunto acima. É o seguinte, não tem aquele famoso fotógrafo da década de 90, Kevin Carter, aquele que fotografou um abutre a espera da morte da criança, que era uma das muitas vítimas da fome e da guerra no Sudão, pois bem o fotógrafo clickou a foto, teve seu trabalho publicado no New York Times, que levou a ganhar o prêmio  Pulitzer  ( um dos prêmios de fotografia mais cobiçado do mundo juntamente com Word Press Photo), a opinião pública viveu o dilema citado no início do texto e crucificou Carter, que também se auto crucificou e não suportou conviver com a glória em cima daquela tragédia registrada pelo seu click,  ora chamada de vaidade profissional, que suicidou no ano seguinte da captura da foto. Novamente a pergunta, deveria somente fotografar ou interferir? O jornal espanhol El Mundo fez uma busca e descobriu que a criança fotografada em 1993 era Kong Nyong que sobreviveu a fome e a guerra no Sudão e morreu 2007, dezessete anos após o suicídio de Kevin. Ser fotojornalista talvez a mais difícil especialidade dentro do universo fotográfico, conviver com as mazelas sociais e depois ir para casa como quem nada presenciou é muito difícil, creio que a contrapartida a essa “ “hipótese de insensibilidade”, é que o recorte fotográfico que fazemos diariamente sirva de norte  na bússola  daqueles que podem melhorar a realidade fotografada seja no Sudão ou mesmo em Campos. Não podemos fechar os olhos !!!!!

Kong Nyong

Kevin Carter

Sobre o autor

Diomarcelo Pessanha

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