Wladimir espera Castro e Flávio para ato em apoio a Bolsonaro
26/10/2022 00:20 - Atualizado em 26/10/2022 00:30
Wladimir Garotinho no Folha no Ar
Wladimir Garotinho no Folha no Ar / Genilson Pessanha
O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (sem partido) confirmou a presença do governador Cláudio Castro (PL) na cidade nesta quarta-feira (26) para um ato público em apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Além de Castro, o senador Flávio Bolsonaro (PL) é aguardado para participar de uma carreata, com início em Guarus, às 11h, que terminará com um comício no final da Pelinca. Wladimir, entrevistado do Folha no Ar dessa terça-feira (25), declarou na última semana seu voto em Bolsonaro. A cidade governada por ele deu 58% dos votos válidos ao capitão já no primeiro turno. Apesar da declaração de apoio, o prefeito liberou secretários simpáticos a candidatura de Lula (PT). Na entrevista, explicou as razões que o levaram a tais decisões, além de analisar o resultados das urnas no primeiro turno, projetar seus reflexos para 2024 e citar ações do mandato. Vê na expressiva votação do deputado estadual Bruno Dauaire (União), seu aliado, um espelho da avaliação popular ao desempenho do governo e defende a união dos parlamentares eleitos para defesa da região. Sobre as polêmicas da Câmara campista, diz que só se preocupará após a eleição presidencial de domingo (30): “Eu não entrei ainda de cabeça na eleição da Mesa da Câmara”.
Resultado de Bruno Dauaire e outros apoiados pelo governo

A gente faz o planejamento político, e o planejamento político tem etapas a serem cumpridas. A vitória de Bruno era uma dessas etapas, a colocação dele em primeiro lugar nos votos também era uma etapa desse planejamento. Lembrando que o governo teve outros candidatos: o Pastor Marcos Elias, vereador da base, que fez cerca de 8 mil votos em Campos; também se elegeu por Campos o vereador, agora deputado, Thiago Rangel, que teve apoio do governo. Ele teve vereadores da base apoiando, teve pessoas dentro da máquina do governo apoiando. Mas, mesmo assim, a gente contava com que Bruno fosse o mais votado. Era o nosso planejamento. Confesso até que a votação foi além do que todo mundo esperava. Bruno fez quase 48 mil votos em Campos, a maior votação da história. Mas é reflexo também do bom governo, da aprovação do governo. Onde você abrir a urna, se o Bruno não foi o primeiro, ele foi o segundo, muito próximo do primeiro. Então, a gente fica contente, porque a aprovação do governo deu a Bruno quase 48 mil votos. A aprovação do governo deu boa parte da votação do deputado eleito Thiago Rangel, também deu uma boa votação ao Pastor Marcos Elias e a alguns outros candidatos que foram apoiados por pessoas ligadas ao governo. Por exemplo, o deputado Jair Bittencourt teve apoio de um vereador da base, teve apoio também de algumas pessoas ligadas à secretaria de Agricultura. Se a gente for somar a votação que vem derivada do governo, das pessoas próximas ao governo e da aprovação que o governo tem, a gente tem um resultado eleitoral e, consequentemente, político muito positivo. A gente está muito contente com o resultado. Lembrando que é só uma etapa do processo político. O processo político segue. Temos aí ainda mais 24 meses para a próxima eleição, de 2024. Então, eu posso dizer que, nesse primeiro tempo do jogo, o resultado está muito satisfatório. Mas ainda tem mais 24 meses para trabalhar, para realizar, para entregar resultado e, aí sim, começar a pensar em 2024.

Reflexos em 2024

Como eu falei, é um primeiro tempo a eleição de deputado. Naquela oportunidade (em 2018), o ex-prefeito Rafael (Diniz) não elegeu ninguém, nem para estadual e nem para federal. Nós elegemos (em 2022), nós fizemos o deputado estadual mais votado da cidade, o Bruno bateu o recorde até então do Wilson Cabral. O Wilson Cabral, naquela época, era o único candidato da máquina, apoiado pelo ex-prefeito Mocaiber, e fez 42 mil votos em Campos. Bruno fez quase 48 mil. Então, Bruno foi o mais votado. Para deputado federal, tivemos muitas mudanças no percurso, lançamos Juninho Virgílio faltando praticamente 12 dias para a eleição. Mesmo assim, ele fez 22 mil votos. Não foi uma votação pequena para o tempo de campanha que ele teve. Ele fez praticamente 1.500 votos por dia. Para deputado estadual, como já tinha uma candidatura mais consolidada, o Bruno conseguiu ser o mais votado. Então, reflete, sim, em 2024, é óbvio. A eleição é feita de etapas, e a gente cumpriu muito bem essa primeira etapa. É continuar trabalhando, continuar entregando resultado, porque faltam apenas 24 meses para a eleição de 2024. Então, o que a gente quer é entregar resultado. Ontem, por exemplo, eu fui fazer o lançamento de uma obra importante no bairro Santa Rosa: uma escola em que a obra está parada há 11 anos, e as crianças estudando numa casa emprestada pela igreja. Foi uma festa no bairro ontem. Uma escola que vai poder abrigar, se eu não estiver enganado, 750 crianças ali do bairro. Escola bonita, moderna. Então, a gente segue trabalhando e segue entregando serviço. E tem muita coisa boa para acontecer, muita coisa que está planejada para acontecer nos próximos dois anos. A gente tem consciência de que o resultado foi muito bom, foi muito positivo, reflexo da aprovação do governo nas ruas

Apoio dado a Thiago Rangel

Eu não quero entrar em polêmica. O deputado agora eleito sabe quais foram os nossos combinados, sabe que eu cumpri todos eles. Quem acompanha a política de perto viu que eu participei das reuniões dele, que eu fiz o possível. Dois vereadores da nossa base, liberados por mim, apoiaram ele. Pessoas dentro da máquina também apoiaram ele. Eu fui a reuniões dele, inclusive numa reunião emblemática no comitê dele, onde ele gravou um vídeo em que eu dizia que ele era, sim, também um candidato do governo. Tem uma reunião, tem um vídeo que foi, inclusive, patrocinado, impulsionado durante a campanha. Depois, teve a reunião dele na Multiplace, grande, que eu fui também, disse a mesma coisa: que a população podia entender, e que as lideranças ligadas a ele podiam dizer na rua que ele era também um candidato apoiado pelo prefeito. A aprovação popular, que é medida, tem pesquisa sobre isso, também se reflete na eleição de Bruno, que é a pessoa mais próxima a mim. Eu dei as condições para que ele (Thiago) pudesse trabalhar. Desejo toda sorte a ele. Que ele faça um bom mandato e represente a nossa cidade, que a gente possa continuar parcerias futuras. Eu disse isso a ele numa reunião recente, lá na Prefeitura. Que a gente quer construir política junto, quer fazer política junto, mas tudo tem o seu tempo, tudo tem o seu momento. Hoje, a gente vive um momento aqui em Campos de terminar a eleição presidencial. É importante que essa eleição termine, vai terminar agora no próximo domingo; a gente possa avaliar os resultados como um todo e aí, sim, fazer as composições políticas necessárias para seguir o governo. Foi basicamente assim a nossa conversa. Assim que acabar a eleição presidencial, a gente vai voltar a falar, vai voltar a conversar. Inclusive, eu liguei para ele ontem, convidando para ele vir à carreata que teremos amanhã. O governador Cláudio Castro confirmou que vem. Ele, hoje, deve estar saindo do período de repouso do H1N1. Então, amanhã, está confirmada a presença do governador Cláudio Castro aqui no evento, junto do senador Flávio Bolsonaro. Liguei para o Thiago, ele falou que está no Rio, ia tentar se programar para vir. Assim como também falei ao telefone com o deputado Rodrigo Bacellar, também chamei para vir. Então, eu estou convocando as forças políticas da cidade que estão apoiando o Bolsonaro. Como o Cláudio Castro, que é o governador e lidera também esses movimentos aqui das lideranças políticas, está vindo, eu convidei também todas as outras lideranças para que pudessem vir. Não sei se virão, mas foram convidadas. Rodrigo falou que ia tentar se programar. Não estava na programação dele. E Thiago Rangel, ontem, a mesma coisa. Eu liguei para ele ontem porque o governador só confirmou ontem. Eu, sinceramente, não sei (o voto de Thiago a presidente). Mas, como ele é um deputado da cidade e falei: “Olha, o governador vai estar aqui. Você é um deputado que vai ser da base do governador. Então, estou te convidando para vir ao evento”. Sinceramente, não sei se ele virá. Ele falou: “Não sei, eu estou no Rio, tenho que ver a programação”. Essa foi a resposta dele. Mas, eu não deixei de convidar. Então, todos estão convidados a participar. É um movimento com a presença do governador. Então, é importante que deputados que são da base do governador (estejam presentes). O governador, declaradamente, apoia a reeleição do presidente Bolsonaro. Então, eu convidei todos para que possam estar presentes aqui.

Correlação entre a próxima presidência da Alerj e a mesa diretora de Campos

Política é feita de diálogo, de conversa. As pessoas conversam. Eu estou conversando. Como algumas pessoas disseram, não estou procurando individualmente vereadores. Obviamente, um vereador conversa com outro, o interlocutor procura, conversa. Isso faz parte do processo, é normal. Eu não entrei ainda de cabeça na eleição da Mesa da Câmara, assim como o Cláudio Castro também não entrou na Mesa da Alerj. A gente está esperando a definição da eleição presidencial, que é agora, para começar a intensificar as conversas. É assim mesmo que funciona o processo político. O que eu queria deixar claro é que não pode, não se deve transformar uma eleição de Mesa numa guerra particular que não existe. Algumas pessoas vendem essa eleição da Mesa Diretora de Campos como uma guerra particular entre dois grupos. Não! A Mesa da Câmara é independente. Eu tenho lá, hoje, obviamente, um presidente que é meu aliado, é meu amigo antigo, o Fábio Ribeiro, que está também buscando a reeleição. Mas, seja lá quem for o presidente, e existem várias alternativas, não existem só duas, a gente tem que dialogar, conversar, pensar na cidade, no melhor caminho para a cidade, em como as instituições vão se relacionar pelo bem da cidade. Então, de verdade, eu não estou ainda dentro da eleição da Mesa da Câmara. Eu estou fazendo o meu papel, estou governando, temos uma eleição presidencial no próximo domingo. E aí, sim, acabando a eleição, a gente vai intensificar as conversas para poder saber que melhor caminho nós vamos seguir. Agora, está todo mundo procurando um ao outro. É normal um vereador procurar o outro, um interlocutor procurar o outro. Isso faz parte. Como também a eleição da Alerj: está todo mundo conversando já, é normal. E olha que a eleição da Alerj ainda é em fevereiro, e também já está todo mundo conversando. Faz parte do processo democrático, faz parte do processo político, tem que ser assim. Então, eu acho que muita coisa vai acontecer, acho que as conversas vão se intensificar, mas assim que acabar a eleição presencial, no próximo domingo.

Pode haver correlação da eleição da Mesa Diretora com a da presidência da Alerj?

Diálogo pode haver sempre. Não quer dizer que uma coisa está condicionada à outra. Não quer dizer que está. E, realmente, pode não estar. Mas, diálogo vai acontecer sempre. Por exemplo, o que eu estou ouvindo das conversas em que tenho tido no Rio é que a eleição da Alerj tem quatro candidatos, são quatro candidatos fortes. Tem o próprio Rodrigo Bacellar, tem o Jair Bittencourt e tem o Doutor Serginho, que são do mesmo partido, são do PL, e você tem o (Márcio) Canella, que publicamente diz, e foi divulgado, que existe um acordo com o aval do governador para que ele seja o próximo presidente. Foi esse o acordo com o União Brasil quando o partido deu o nome do vice, Thiago Pampolha. Então, você tem quatro candidatos postos e estabelecidos. Só que você tem que pensar que a esquerda fez 23 ou 24 deputados na Alerj. Se você tem o partido do futuro candidato com três candidaturas, que é o PL, que é a maior bancada, com 17, você já está dividindo o favoritismo, porque tem 23 ou 24 na esquerda. É normal que outras pessoas, por afinidade ou por interesses em comum, se unam. Como, por exemplo, o deputado Thiago Rangel tem um grupinho dele lá. Ele e mais três, eu acho, ou ele e mais dois, enfim, não estou lembrando. É normal, as pessoas começam a se unir por afinidade, por interesses em comum, para poder conversar. Uma coisa
da Alerj está atrelada definitivamente à Câmara de Campos? Não, não tem nada atrelado, mas existe conversa. As pessoas dialogam, as pessoas conversam. E, como eu disse, a partir da eleição presidencial do domingo agora, vou entrar para intensificar as conversas e poder entender melhor o cenário. Repito: eu não procurei vereador nenhum individualmente. As pessoas conversam. De vez em quando um liga, me bota na linha com um, para poder brincar até: “E aí, como é que está?”.. Mas não procurei pessoa nenhuma ainda. Então, acho que esse processo político tem que ser conduzido de maneira coerente, tem que ser conduzido com muita paciência. E repito: a Câmara é um Poder independente. O prefeito pode ter as suas preferências, mas ela é um poder independente. E, independente do resultado que vier, a gente tem que dialogar, tem que conversar, e nós vamos conversar muito. Conversar dentro do possível.


Desgaste com o Legislativo

O problema com o Legislativo que aconteceu foi porque eu precisei, para ajustar a cidade, mandar um pacote de medidas para a Câmara que, naquele momento, era impopular. Eu mandei, se eu não estiver enganado, 13 projetos. Doze foram aprovados, e um não foi, que era a questão do Código Tributário. Talvez o que alguns vereadores mais novos, que se elegeram no primeiro mandato, não entenderam, e talvez alguns mais antigos tiveram uma certa influência na decisão dos mais novos, é que você não consegue ajustar a cidade se não cortar um pouco na carne. Não tem jeito. A cidade estava completamente desajustada. E eu tinha um problema grave, que era uma decisão, uma determinação do Tribunal de Contas do Estado, em que a Prefeitura não podia mais pagar salário do servidor com royalties do petróleo. E eu não tinha recurso próprio suficiente para bancar a folha. Então, eu tinha que propor um acordo com o Tribunal. Era a única saída que a cidade tinha. Não era que o Wladimir tinha, que a cidade tinha. E eu tive que mandar o projeto para a Câmara. Eu não tinha opção. “Ah, mas isso gerou uma crise”. Talvez pela pressa e pela necessidade de aprovar o acordo com o Tribunal, o assunto tenha sido pouco debatido. Eu faço aqui uma autocrítica. Mas, era a pressa, era a necessidade. Pela pressa que a cidade tinha em aprovar o acordo com o Tribunal, eu tive que mandar aquilo para a Câmara. Os vereadores sabiam. Talvez não tenha sido tão debatido, mas os vereadores sabiam, todos eles sabiam que teria que ser mandado para a Câmara. Mas alguns não quiseram dividir o desgaste com o Executivo, preferiram não votar, preferiram se isentar daquele momento. E aí começou a se criar um problema com a Câmara. Então, não foi uma briga porque eu quis. Foi uma briga por uma circunstância necessária para o município, que hoje tem as suas contas em dia, que hoje tem uma vida financeira, um município saudável, o que não era possível se imaginar quando a gente assumiu. A gente assumiu uma Prefeitura devendo duas folhas e meia de salário de funcionário concursado, com 13º de aposentado parcelado, com RPA em muitas das situações oito meses sem receber, fornecedor da Prefeitura, todo mundo pendurado. Essa foi a realidade que nós encontramos. E precisamos tomar medidas administrativas duras para ajustar o trilho. A gente teve que mandar alguns projetos de lei para a Câmara. Algumas categorias ficaram chateadas, alguns vereadores ficaram aborrecidos, mas aquilo era necessário para a cidade. O embate que houve com cinco meses foi por conta de uma necessidade, não foi porque eu queria brigar com ninguém. Talvez faltou um pouco mais, a autocrítica é válida, de diálogo e de debater a situação. Mas, eu não tenho a menor dúvida de que os projetos de lei encaminhados para a Câmara foram acertados, tanto que a cidade hoje respira novos ares. Então, é muito ruim quando a gente está no início de governo, foram cinco meses de governo, e cria-se esse racha no Legislativo. Mas é uma pena também que não tenha sido da compreensão de alguns ali a importância para a cidade que tinha aquilo. Mas, vida que segue, nada que não possa ser recomposto, nada que não possa ser dialogado. A briga interna no Legislativo aumentou muito, e a gente tem que compreender que o Legislativo é independente. Então, tem brigas internas também que, de um tempo para cá, ficaram muito acaloradas. Mas, a gente, com maturidade que tem, tanto eu quanto os vereadores, principalmente os mais antigos, nós temos que colocar a cabeça para funcionar e entender que temos que encontrar um caminho pelo bem da cidade. Essa briga não é boa. A cidade está crescendo de novo, a cidade está se desenvolvendo de novo, está gerando emprego de novo, está voltando a fazer obra de novo. Então, a gente tem que entender que não dá para ficar brigando e que nós temos que encontrar um caminho.

Relação com a Câmara

(Tinha) muito problema administrativo para poder resolver. Eu deleguei essa relação Câmara-governo ao presidente da Câmara e também ao líder do governo. E hoje, com as coisas mais ajustadas, eu quero ter essa relação mais próxima com os vereadores. Não consigo também todo dia atender, porque a vida é corrida, as questões administrativas são corridas. Mas eu quero, sim, ter essa relação mais próxima com a Câmara e mais próxima com os vereadores. Mas lá atrás, em início de governo, muito problema para poder resolver, eu, sim, deleguei essa questão mais ao presidente da Câmara e ao líder de governo. Mas gostaria de ter agora, no próximo biênio, uma relação mais próxima e mais ajustada individualmente com os vereadores.

Caminho do meio na Câmara

Eu acho que a Câmara precisa conversar internamente. Acho que é possível, mas eles precisam conversar internamente. Essa é uma questão em que o Legislativo precisa se entender. Como eu disse, se acirrou demais a briga interna. Não acho saudável para cidade essa briga. Não acho também que disputa de grupos seja saudável nesse momento em que a cidade está se recuperando, está visivelmente evoluindo. (Não é saudável) que essa disputa que se coloca entre grupos possa atrapalhar o bom andamento da cidade. Então, eu acho que a Câmara precisa conversar. E, quem sabe, de uma conversa entre eles, (possa) surgir aí uma alternativa viável.


Preparado para administrar com uma Câmara de oposição?

São vereadores eleitos pelo povo. É um Poder independente. E a Câmara tem que que escolher um presidente. Eu vou, obviamente, depois da eleição de presidente, intensificar as conversas para tentar encontrar um caminho. Mas, independente do presidente que estiver lá, ele não precisa ser contra o prefeito ou contra a cidade ou contra o governo. A gente tem que dialogar, conversar. Eu sou uma pessoa do diálogo, sempre fui. Isso é reconhecido por outros atores políticos. Mas todo diálogo tem o limite do possível, tem o limite do razoável. Se isso foge, eu não vou embarcar. Eu não estou aqui para isso. Dentro do limite do diálogo, dentro do limite do possível
para a cidade caminhar, para o bem de todos nós, a gente vai dialogar, vai conversar, independente de quem for o presidente. Eu acredito, de verdade, que a boa relação vai se manter. Tem que se manter. Repito: é muito ruim para a cidade essa briga que tentam desenhar o tempo todo. É o grupo de cá, o grupo de lá, e disputa e briga pelo poder da Câmara. Eu não eu não vejo dessa forma. Eu vejo a Câmara como instrumento importante, um Poder independente, que tem que dialogar com o município sempre. É como se a Câmara fosse, e ela de fato é, um poder paralelo. Ela tem a sua gestão, ela tem o seu recurso, ela tem as suas particularidades e tem que dialogar com o município. E o diálogo saudável, o diálogo dentro do possível, vai acontecer sempre, da minha parte. Mas, repito, dentro do possível. O que é impossível, não dá para conversar.


Paz mesmo com os Bacellar presidindo a Casa?

Eu não tenho problema em conversar com ninguém. Vou aqui dizer, porque eu acho que já não é mais segredo, algumas pessoas já me relataram que sabem: (Rodrigo) Bacellar me ligou na quarta-feira, eu liguei de volta para ele na sexta. A gente anda se falando.

Foi hasteada a bandeira da paz?

Eu fiz isso logo depois da eleição de deputado. Logo depois da eleição de deputado, eu fiz uma postagem na minha rede social, repercutida aqui na Folha da Manhã, em que eu parabenizo a todos os deputados eleitos e digo que, pelo bem de Campos e região, as pessoas têm que conversar. Como eu já falei ao telefone com a deputada eleita Carla Machado, com o Bruno eu falo quase todo dia, porque Bruno é meu amigo pessoal, falo com o deputado Jair Bittencourt, falo com o Rosenverg Reis. Eu falo com quem eu tenho relação, não tenho problema nenhum em falar. Então, a gente tem que esquecer um pouco a disputa eleitoral que já passou. A próxima eleição é daqui a 24 meses. Se a gente for ficar discutindo política pensando só em eleição, ninguém vai sair do lugar nunca, gente. Eleição de deputado passou, Rodrigo está eleito, Bruno Dauaire está eleito, Thiago Rangel está eleito, Carla Machado está eleita. Vamos trabalhar com os eleitos pensando no bem coletivo. Política é isso. Eleição de prefeito em 2024, vai ser candidato, quem não vai ser candidato, isso é para o futuro. Vamos pensar na cidade, vamos pensar na região e vamos trabalhar. Se der para trabalhar em conjunto, ótimo. Assim se faz política: conversando com os diferentes para tentar encontrar caminhos e soluções. É isso que é a política. Na hora da eleição, cada um vai disputar a sua eleição e cada um vai disputar o seu espaço.

Arquivo Público Municipal

A gente não pode correr o risco de acontecer, por exemplo, como está acontecendo
no Arquivo Público, de conseguir o dinheiro e o dinheiro ficar parado. E aqui eu faço uma crítica pública, porque eu já falei com o Raul (Palacio) do modo que a Uenf está tratando o recurso. Cada hora é uma dificuldade, cada hora é uma pendência. A Prefeitura entrega tudo, a Prefeitura responde tudo. E segundo o Raul, porque eu estive com ele há pouco tempo, na Feira de Oportunidades, isso é uma questão interna da Uenf, de trâmite burocrático da Uenf, de segurança jurídica para a Uenf. E o dinheiro não anda. O dinheiro está na conta, depositado, se eu não estiver enganado, desde maio. Está lá rendendo juros (risos) para a Uenf. Segundo o Raul, ele colocou o dinheiro num fundo de pesquisa, e, por ser fundo de pesquisa, não precisaria devolver. Foi o que o Raul me disse. O André Ceciliano está em Campos, inclusive. Saindo daqui, devo me encontrar com ele, porque eu gosto muito do André, isso é público. Vou dar um abraço nele e até perguntar se o dinheiro volta ou não volta. O dinheiro está lá, depositado. Eu estou no serviço público também, sou prefeito, mas não dá para a gente entender que vai virar o ano e o projeto não sai.

Se tiver oportunidade, não buscar outra entidade para fazer a ponte?

Muito provavelmente. No primeiro momento, quando eu solicitei o recurso ao André Ceciliano, e o deputado Bruno Dauaire fez essa intermediação também, por ser um dinheiro de sobra de duodécimo da Alerj, ele só poderia encaminhar para alguma entidade estadual. Na época, a gente decidiu encaminhar para a Uenf. Se houver outro caminho, e não sei se há, mas já me disseram que há, desde que seja aprovado pelo plenário da Alerj, pode ser que haja outro caminho, e nós vamos buscar outro caminho, porque o que a gente quer é que a obra aconteça, independente de quem vai receber o recurso. Não necessariamente precisa ser o município de Campos. Mas eu soube, por exemplo, que, desde que aprovado no plenário, pode ser pelo Consórcio Intermunicipal. Foi o que me disseram: que alguns outros projetos foram encaminhados pelo Consórcio porque foram aprovados pelo plenário. E aqui não vai uma crítica pessoal ao Raul, vai uma crítica à instituição Uenf, porque não anda. Com todo respeito que eu tenho à Uenf, universidade extraordinária, mas o recurso não anda. Tudo que eles pedem à Prefeitura, o tempo todo, a gente responde. Toda documentação que eles pedem, a gente manda, e o recurso está lá, parado. Daqui a pouco, vai acontecer o pior, porque, com essa chuva forte que deu aí, que é um evento da natureza, foi uma chuva muito forte, com muito vento, em muitos locais entrou água, muitos locais alagaram, e o Arquivo Público enfrenta dificuldades. Daqui a pouco, vai molhar o nosso arquivo todo, nós vamos perder a história de Campos e a história da região, que está guardada lá. Então, fica aqui o meu pedido: liberem o recurso, façam a licitação, contratem o projeto. Existe um acordo de cooperação técnica entre a Prefeitura e uma empresa especializada em projetos em captação de recursos. Essa empresa, a Sabra, já tem uma pré-autorização do Iphan para fazer a primeira etapa da obra, que é o telhado. E como é obra de restauro, você não tem o projeto completo. O Iphan te dá primeiro a autorização para o telhado, depois do telhado pronto, dá outra autorização, para outra parte. Depois, dá autorização para outra parte. Só a Sabra tinha esse projeto. O que está parecendo para todo mundo é que tem outras empresas nesse espaço de tempo, de maio até agora, se habilitando junto ao Iphan para poder fazer a obra também, e aí o Raul poder licitar. É o que parece. A Uenf está insegura em fazer, de repente, uma contratação da única empresa que tem o projeto, e ele está ganhando tempo para que outras empresas possam se habilitar junto ao Iphan para poder disputar uma licitação. Está bom, mas e se não conseguir habilitar junto ao Iphan? Porque não é fácil, não. Eu, por exemplo, quando tive que matar no peito e fazer uma obra emergencial no Hospital Geral de Guarus, eu fiz, porque era necessário fazer. O hospital estava caindo, estava chovendo dentro. Eu matei no peito, fiz uma licitação emergencial e botei o hospital de pé. Nós, gestores, às vezes temos que assumir o risco, matar no peito e resolver. É uma sugestão aqui que eu dou ao Raul. Eu sei que ele pode estar preocupado com o futuro, com a questão jurídica, mas no Solar dos Jesuítas, no Arquivo, está chovendo dentro. Nós vamos perder o nosso patrimônio. Se fosse eu, se o dinheiro estivesse na conta da Prefeitura, eu já tinha feito um emergencial com laudo técnico, com parecer da procuradoria, com parecer do Iphan dizendo que o prédio está chovendo dentro, que tem autorização para poder contratar aquele projeto, e já tinha feito. Mas, é uma questão interna de cada instituição. A Uenf não se sente à vontade em fazer. Falta determinação de quem está com o dinheiro, não minha. Não é para um gestor público simples fazer. Em toda contratação emergencial pode haver questionamentos, a gente entende. Mas, por exemplo, no caso do Hospital Geral de Guarus tinha laudo do Cremerj, tinha laudo da Defesa Civil, tinha imagem chocante chovendo dentro. Eu matei no peito, peguei um parecer, peguei os laudos e fiz a contratação emergencial. Hoje, o hospital está lá de pé. Se eu não tivesse feito, talvez estivesse chovendo dentro até hoje.

Aprovação automática

Primeiro, isso foi uma deliberação do Conselho Municipal de Educação. Isso não foi uma decisão do prefeito e nem do secretário Marcelo. Foi uma deliberação do conselho. Eu, inclusive, recebi uma ligação do ex-secretário de Estado de Educação Wagner Victer, que é meu amigo pessoal, trabalhou com meu pai, trabalhou com a minha mãe, e ele disse que foi muito acertada a decisão, porque, devido à pandemia, um dos maiores problemas gerados pela pandemia é a distorção em idade-série, e que essa questão da aprovação automática, que estão questionando tanto, é uma política pública implementada em várias cidades do Brasil para corrigir um problema grave, que é distorção idade-série. Mas, repito, foi uma deliberação do Conselho Municipal de Educação. Foi debatido lá por três ou quatro sessões do Conselho Municipal de Educação, aprovado pelo Conselho Municipal de Direito de Educação, e depois sancionado em portaria pelo secretário Marcelo.

O que falta para o início do funcionamento do Conselho de Mobilidade Urbana?

Não tenho essa resposta aqui agora. Posso perguntar ao Cláudio Valadares, posso perguntar o pessoal do IMTT, e podemos colocar em prática, sem problema nenhum. Mas, de fato, eu não tenho essa resposta aqui neste momento.

Morro do Coco

Em Morro do Coco, se eu não estiver enganado... É tanta coisa na cabeça que às vezes a gente acaba confundindo... Nós reformamos lá a escola, reformamos a creche, colocamos iluminação em LED. Foi despachada agora por mim, na semana passada, uma questão de uma vala negra que tem ali no centro de Morro do Coco, para poder acabar com aquela vala negra. Estamos fazendo estradas... É importante falar aqui do trabalho da secretaria de Agricultura. Nós recuperamos 700 km de estrada vicinal em apenas dois anos, com o professor Almir em um trabalho belíssimo, tecnicamente bem feito pelo Almir, pelo Álvaro César, pelo Robinho, pelo Gedson, enfim, todo o pessoal da secretaria de Agricultura. Mas, Morro do Coco, eu sei que tem um sonho. O sonho de Morro do Coco é uma praça. O distrito não tem uma praça. Eu lembro que, no governo da minha mãe, a Prefeitura não dispunha de área em Morro do Coco, e a gente teria que a que ter uma desapropriação ou até uma doação de alguém para poder fazer uma praça em Morro do Coco. Eu realmente não me lembro aqui de cabeça se chegou a encontrar essa área. Acho que até falaram comigo que teria uma área, mas que não era no centro de Morro do Coco, enfim. Mas a comunidade deseja muito uma praça. Se tivermos uma área, a gente vai buscar ajuda de deputado, vamos buscar no orçamento próprio da Prefeitura, de repente, para atender à comunidade de Morro do Coco e fazer uma praça lá, porque eu sei que é importante para todo mundo lá. Se conseguir uma doação de área, mais fácil ainda.

Previcampos, adequação à emenda 103

Está na Câmara já há bastante tempo. Inclusive, eu peço à Elaine (Leão) que, se possível, nos ajude nessa aprovação. E aqui eu já vou dar um dado, ontem, em reunião com a Controladoria do município: está aumentando o déficit no Previcampos por conta da não adequação, porque está se aposentando muita gente. Então, a conta da Previcampos está ficando mais cara para se pagar, e como não tem entrada de recursos, não há novos concursados, não há novas pessoas contribuindo, está aumentando o déficit. Então, é importante a adequação à emenda 103, porque nós vamos elevar a alíquota que a Prefeitura paga para 20%. Hoje, o funcionário paga 14%, e a Prefeitura paga 14%. A Prefeitura quer pagar mais, quer pagar 20%. É o que estava no estudo técnico feito pela empresa contratada pela Previcampos. Só que está na Câmara e não vota. Não vota porque, no início, o próprio sindicato esteve lá questionando algumas questões, depois houve um acordo, o sindicato se entendeu com a Câmara. Mas, não vota. Está lá. Questão interna da Câmara. Eu vou mais uma vez, essa semana, reiterar a necessidade. Está aumentando o déficit. Repito: tem mais pessoas se aposentando, ou seja, a conta de pagamento da Previcampos está aumentando para os aposentados e pensionistas, e tem menos gente contribuindo. Então, temos que votar isso este ano urgentemente. Isso já está lá, se eu não estiver enganado, desde março, para ser votado.
E aí, fica aqui um pedido público à Câmara de Vereadores, inclusive ao sindicato, ao Siprosep, para ajudar nessa construção com a Câmara de Vereadores para votar, de preferência rápido, na próxima semana ou no início do próximo mês, porque isso é importante para a cidade, importante para os aposentados, é importante para os pensionistas. Nós temos que fugir dessa briga na Câmara. Os grupos estão duelando e não votam uma coisa que é importante para o servidor aposentado. Então tem que votar. Peço, inclusive, a ajuda do sindicato para poder pautar essa questão e votar logo, ainda, se puder, este mês.

Agricultura

Eu costumo brincar e dizer a verdade, não é nem brincar: o prefeito não é nada se não tiver uma equipe para ajudar, uma equipe para realizar. A gente tem que valorizar quem está junto com a gente e quem bota a mão no batente todo dia. O prefeito diz o que quer e dá condição para quem trabalha realizar. E a gente, muitas vezes, vai para a linha de frente junto, ajudar a realizar. Mas, sem equipe, a gente não faz nada. Então, parabenizar o trabalho do Almir. Se você somar os quatro anos do governo Rafael, este ano, em 2022, o que a gente vai pagar efetivamente de trabalho realizado é mais do que os quatro anos somados. Só este ano. Esse foi um compromisso nosso de campanha: que Campos ia ter o maior investimento em Agricultura da sua história. Não vai ser o da história este ano, mas ano que vem vai ser. Dentro do nosso planejamento, nós temos 36 pontes de concreto no interior, que vão ajudar o pequeno produtor a escoar a sua produção. A princípio, 36 pontes tinham o orçamento de R$ 50 milhões, mas, como o preço de material está subindo muito e esse orçamento era um pouco antigo, deve subir um pouco. Nós vamos ter o maior orçamento da história na secretaria de Agricultura ano que vem. Muitas dessas pontes já vão ser licitadas este ano, projeto já está lá, acabando o termo de referência para ser colocado em licitação. Inclusive, tem uma ponte que é em Lagoa de Cima. Esteve aqui o Soffiati falando que teriam que ser 1.500 metros e ponte. Não, são 70 metros de ponte. É ali em Santa Rita, ligando um lado ao outro da lagoa. Já está decidido, é em Santa Rita. Depois o Almir pode dar mais detalhes. A ponte vai ligar os dois lados da lagoa. Isso é extraordinário para quem gosta de pedalar, para quem gosta de frequentar a lagoa. Não vai precisar mais dar aquela volta toda para chegar de um lado ao outro. Então, nós vamos ter uma ponte ali ligando os dois lados de Lagoa de Cima. Então, nós teremos, sim, grandes investimentos programados, planejados para 2023. No caso dessas pontes, recurso 100% municipal. A princípio, era um projeto que eu tinha encaminhado para a secretaria estadual das Cidades, mas depois a gente retirou de lá. Colocamos outro projeto no lugar e trouxemos para recurso municipal, e eu tenho certeza de que vai ser muito importante.

Posto de bombeiros na Baixada

Esse é um dos problemas em que a gente fala sobre a disputa desnecessária de grupos políticos. A área estava decidida, com autorização, mas aí um outro grupo político quer fazer em outra área, e fica nessa briga, e aí a obra não anda. Quando eu liguei para o comandante do bombeiro, o Leandro: “Ah, sabe como é, está dando confusão aqui...”. Querem fazer em Ponto de Coqueiro, não querem fazer mais em Baixa Grande. Eu até acho que Baixa Grande é melhor. A gente precisa dar socorro no Farol de São Thomé no verão, e todo ano a Prefeitura aluga uma casa para o bombeiro no farol. Sendo em Baixa Grande, não precisa mais alugar casa, fica perto para a gente poder se deslocar. Mas fica dando esse conflito de interesses entre grupos, que não tem que existir. A melhor área é Baixa Grande. Vamos seguir com a obra. Então, passando aí as eleições, como já estão passando, eu vou voltar a tocar no assunto de novo, porque a área estava decidida. Está tendo uma obra, que é da Universidade da Baixada, que eu chamo assim, que é do Centro de Inovação Tecnológica, enfim, do lado de onde vai ser o destacamento do Corpo de Bombeiros ali em Baixa Grande. Aquela área é uma área abandonada, a antiga fábrica de macarrão, e a gente está dando vida para ela de novo: vai ter a Universidade da Baixada, ia ter o destacamento do Corpo de Bombeiros e também estava prevista para ela uma escola. Não sei ainda se vai dar tempo ou se vai ter tamanho de terreno para construir uma escola ali, mas a gente está dando vida para aquela área, movimentando a Baixada, movimentando Baixa Grande em especial. Mas, vamos voltar a tocar nesse assunto assim que terminarem as eleições.
Episódio de Roberto Jefferson

Absurdo. Primeiro que eu não gosto de arma, eu pessoalmente. Não acho que as pessoas se armarem vai resolver o problema de segurança pública, acho que pode até agravar. E a atitude do Roberto Jefferson foi repugnante. Eu não tenho o mínimo apreço por pessoas que cometem aquela insanidade. Aquilo, para mim, é uma insanidade. Não é porque eu voto no Bolsonaro que eu vou aprovar uma atitude dessa. Jamais. Quem me conhece sabe que eu sou moderado. Eu sou do diálogo, sou do consenso. Agora, aquilo ali, confesso que eu demorei a acreditar quando comecei a receber os vídeos, porque eu comecei a receber por etapas os vídeos. Aí, fui para a televisão para tentar acompanhar. De repente, chega lá o Padre Kelmon (risos), parecia até um enredo de novela mexicana. Mas não tem como aprovar. Desculpa! Se alguém aprova uma atitude daquela, está vivendo em outro planeta.

Definição pelo apoio a Bolsonaro no segundo turno

De maneira bem objetiva: primeiro, como eu postei na minha rede social no domingo, a gente tem que falar no respeito às decisões individuais. Nós estamos vivendo uma eleição polarizada, radicalizada dentro das nossas famílias, dos nossos lares. Temos opiniões diferentes, tem que aprender a respeitar quem pensa diferente. Lá em casa, somos nove irmãos. Tem dois que votam em Lula. Dentro da minha casa. Tenho dois irmãos que votam em Lula. A gente tem que saber respeitar as diferenças, saber entender os porquês. A gente tenta dialogar, tenta conversar, tenta convencer, mas não adianta você querer brigar, porque o outro pensa ou vota diferente de você. Assim como, dentro do meu governo também, eu tenho pessoas que preferem votar em Lula, e a gente tem que entender e respeitar. Não sou ditador. Não vamos tutelar ninguém numa eleição tão polarizada e tão dividida como a gente está vivendo. Eu fui deputado no governo Bolsonaro. Em determinado momento, votei contra o governo, principalmente na reforma da Previdência. Eu votei contra. Mas eu não posso deixar de reconhecer alguns avanços que, na minha opinião, o governo teve. E também não posso deixar de lembrar da boa relação que eu estabeleci como deputado e como prefeito com o governo federal, que tem me ajudado muito a resolver problemas aqui de Campos: liberação de recurso, liberação de obras que estavam paralisadas, de infraestrutura, na área de saúde, de respiradores que eu, enquanto deputado, consegui aqui. Se eu não estiver enganado no número, eu consegui quase 80 respiradores para o município de Campos enquanto eu era deputado federal, junto ao governo federal. A obra do Hemocentro, que estava lá parada desde 2013 ou 2014, a Clarissa, deputada federal, junto ao governo federal, conseguiu liberar para poder reiniciar a obra. Eu estou asfaltando algumas ruas de Campos com o dinheiro do Ministério de Desenvolvimento Regional. Então, existe parceria, existe reciprocidade. Eu também recebi pedido do governador Cláudio Castro, que é um parceiro, que é um amigo, que tem ajudado muito o município de Campos. Ele está engajado na campanha do Bolsonaro. Ele me pediu voto também. Então, a minha opção leva em conta o meu bom relacionamento, leva em conta o que eu tenho conseguido para o município de Campos desde que eu fui deputado federal e agora também, como prefeito. Leva em conta a parceria com o governo estadual. E, repito: a escolha precisa ser respeitada, tanto a minha quanto a de qualquer outra pessoa. É a minha opção. Não tinha agenda de rua marcada em Campos, mas o Flávio me ligou na semana passada dizendo que foi um pedido da Clarissa para que ele viesse a Campos, e a gente está agora ajudando a organizar. O evento não é do Wladimir, também não é da Clarissa. Ontem, inclusive, eu tive uma um encontro com alguns movimentos aqui de direita de Campos, que estão organizando esse movimento junto. Eu falei, olha: “o evento não é meu, não é de vocês, o evento é para os eleitores do Bolsonaro em Campos, que são maioria, como se viu pelo primeiro turno”. Acho, e aí é um achismo de quem conhece um pouco de número e de pesquisa, que não vai ampliar muito também. Deve ficar aqui em 60% a 40%, 62% a 38%. A gente deve manter a média. Mas, majoritariamente, o eleitor de Campos vota e votou em Bolsonaro. E eu estou ajudando a organizar um movimento para quarta-feira. Vão ser dois atos em Campos: primeiro uma carreata, e depois um ato público no final da avenida Pelinca. Não é um comício, como estão divulgando. É um ato público. Vai ter ali um grupo de apoiadores. Vai haver discursos do governador e do senador Flávio Bolsonaro. E eu tenho muitas políticas públicas, principalmente da área social, que estou implementando aqui no município de Campos, e elas não são obrigatoriamente de direita ou de esquerda, são políticas sociais. As pessoas me questionam: “Como é que você, que faz política para pobre, faz política para o povo mais humilde, vai votar em Bolsonaro?”. Eu digo que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Aquilo que eu acredito como política pública verdadeira, como política pública de transferência de renda para as pessoas mais vulneráveis, não tem nada a ver com a minha opção de voto. E digo mais, repetindo: a gente tem que respeitar as opções das pessoas e tentar, no diálogo, se for o caso, conquistar o voto dela. Não vai ser com imposição que nós vamos conseguir virar voto.

Público esperado quarta-feira

Acho que a carreata vai ter um bom número de carros. Os horários não são bons, eu disse isso ao senador Flávio Bolsonaro. É dia de semana e de manhã, início da tarde. Mas, a gente está se esforçando para fazer uma boa carreata e depois também um bom ato público ali no final da avenida Pelinca. O ato público está marcado para começar às 13h. O horário é ruim, quarta-feira, 13h. É no horário de almoço. Quem trabalha, vai poder tentar correr lá um pouco, quem quiser estar presente. É um horário um pouco ingrato. Mas, eu tenho convicção de que o público vai ser bom, até pelo momento eleitoral, véspera de eleição, eleição muito polarizada, muito acirrada. Vamos ter presença do governador, do senador Flávio Bolsonaro, alguns deputados já confirmaram presença, Hugo Leal vem. O senador Portinho ainda não conseguiu confirmar, porque ele vai estar em Brasília. O deputado Murilo Gouveia, de Itaperuna, vem. A prefeita de Cardoso Moreira, Geane, vem. A prefeita de São Francisco, Francimara, eu liguei para ela. Ela falou que vai se esforçar para estar aqui. Então, acho que vai ser um evento bacana, com lideranças políticas de várias cidades aqui. Estou esperando um público bom. A gente vai fazer esse movimento. Repito: não estava programado a gente fazer nenhum momento. Estava programada a minha declaração de voto, como eu fiz no domingo. Então, a gente está preparando aí um grande ato para quarta-feira.

Base popular

Eu não desgarrei da base popular em hipótese alguma. Não acho contraditório. Eu sou de uma base popular, busco fazer um governo popular, acho importantíssimas as políticas sociais, faço e estou tentando ampliá-las aqui no município de Campos. Mas, eu não me sinto representado pela figura que hoje se diz de esquerda. Eu não me sinto representado por ele (Lula). Eu tenho muito mais afinidade nos princípios com o Bolsonaro hoje. Eu sou cristão, eu defendo a família, eu sou contra o aborto. Até nesses casos que dizem que é importante para a saúde pública, são casos muito pequenos perto do contexto geral de liberar um aborto, sobre liberar droga. Eu acho até que o Lula errou muito feio em começar a defender publicamente essas pautas que ele nunca defendeu. Essas eram pautas do nicho da esquerda. Ele falou que tem que discutir a liberação do aborto. Eu não concordo. Eu acho que em casos de risco para a mãe, de a mãe poder morrer, aí tudo bem, é uma questão diferente. Mas, o que o nicho defende de liberação de algumas questões, eu não concordo por princípio pessoal. Isso não quer dizer que eu deixei de ser popular, que eu deixei de defender bandeiras trabalhistas, que eu deixei de defender aquilo em que nós sempre acreditamos. Também não concordo com tudo o que o Bolsonaro faz. Mas, no campo de vista de princípio pessoal, eu me aproximo muito mais dele, do que ele defende, do que do que o outro candidato defende. Isso é uma questão de escolha. E, repito, a gente tem que respeitar as escolhas individuais de cada um. Eu não sou um político nem esquerda e nem de direita. Eu sou um político que me defino como um progressista, que defende causas populares, mas que tem princípios pessoais cristãos. “Ah, vamos tentar me rotular então como político de centro”. Hoje só existe isso: esquerda, direita e centro. Eu acho que rótulo limita demais o que todos nós somos. Eu tento fazer uma política fiscal em Campos equilibrada. A Prefeitura está com as contas em dia. Eu faço política social porque eu acredito nela, na importância que ela tem. Eu prego que o município de Campos não pode ser o único indutor da economia, como durante muito tempo foi. Então, para isso nós estamos tentando atrair indústrias e empresas para cá, temos muitas coisas boas engatilhadas. Foi matéria em outro veículo de comunicação recentemente que cinco indústrias vão se instalar em Campos nos próximos dois anos. Isso é fruto de conversa, de diálogo, de ambiente favorável, de negócio. Enfim, a cidade está se desenvolvendo. E a gente tem que tentar fugir de rótulo, para que a gente possa trafegar, vamos dizer assim, transitar entre a direita, entre a esquerda, e fazer a cidade crescer. Então, a decisão individual do próximo domingo não tem que rotular ninguém, nem o prefeito e nem quem decide votar diferente do que o prefeito vota. São questões pessoais, são questões individuais de cada um. Há muitas pessoas, sim, por ideologia, e aí nos extremos... A gente tem que entender que existe, tem que entender que respeita, mas não acho que o extremo é a solução para a sociedade. Acho que a solução para a sociedade é o equilíbrio, o diálogo, sempre.

Liberação de secretários e vereadores a apoiarem quem desejam

Nós não queremos transformar a cidade de Campos num campo de batalha como vemos em alguns outros locais do Brasil. Eu tenho a minha posição, eu tenho o meu voto, respeito quem tem posição diferente, contrária, assim como secretários meus têm. Quem declarou o voto em Lula que trabalha no meu governo já votou em Lula no primeiro turno. Nós não estamos mandando ninguém fazer campanha para o outro lado. A pessoa já votou, é a decisão dela, é a opinião dela. Não vai ser um pedido do prefeito que vai mudar agora o voto dela. A pessoa entende diferente, ela tem uma visão de sociedade do ponto de vista dela. Eu não vou mudar o voto de uma pessoa como o professor Wainer, eu não vou mudar o voto de uma pessoa como a professora Auxiliadora, que são pessoas vividas, experientes, que têm a sua história de vida. Eles simplesmente, agora, no segundo turno, pediram liberação para fazer campanha, mas eles já deram voto em Lula no primeiro turno. Eu não vou conseguir mudar. Vou falar aqui da professora Auxiliadora, uma amiga antiga, militante política antiga, já foi vereadora. Eu não vou mudar o modo de pensar dela. Ela votou em Lula no primeiro turno. Ela me chama de Wlad, me conhece há muito tempo, e só falou: “Wlad, eu votei em Lula no primeiro turno, vou votar no segundo, e agora eu vou fazer campanha”. Eu falei assim: Auxiliadora, eu não tenho como te impedir. Eu só vou te pedir o seguinte: não misture a Prefeitura com isso, não peça voto dentro da Prefeitura e nem o horário de trabalho. Da porta para fora, depois do horário do expediente, você tem a sua visão, você tem a sua opinião, você é livre”. As pessoas são livres. Eu tenho a minha. Eu acho que a minha declaração de voto é importante para os indecisos, é importante para quem gosta do meu do meu governo, e por isso eu a fiz. Eu tenho a minha posição, eu tenho a minha opinião, e por isso eu dei a minha declaração de voto. Pela métrica do Instagram, a minha declaração de voto alcançou 68 mil pessoas. Eu posso ter virado voto de alguém? Posso. Eu posso ter influenciado alguém? Posso. Através de uma declaração de voto, através de um testemunho. Não vai ser brigando, não vai ser quebrando bandeira, não vai ser radicalizando que você vai virar o voto de ninguém. Não vai virar o voto. O voto vem pelo convencimento, vem pelo testemunho que alguma pessoa dá, por argumento. Quebrar bandeira, fazer algazarra, dar tiro, isso não vai mudar voto de ninguém, só vai piorar, só vai radicalizar mais. E eu não quero viver numa sociedade radicalizada. Por isso eu não prego em Campos esse conflito na eleição presidencial, que está radicalizado no Brasil inteiro. Se a gente permitir que na nossa cidade viva isso, nós vamos virar um campo de batalha desnecessário para sociedade. Então, por isso eu respeito toda a opinião contrária, e por isso eu não tenho como impedir ninguém que trabalha comigo de votar no candidato que não seja o que eu voto. (Peço que o campista) respeite as diferenças. Eu dei uma declaração no dia do primeiro turno, quando eu fui votar, acho que até postei esse vídeo na minha rede social: independente do resultado que vier, nós temos um país para seguir em frente, nós temos que pacificar o país, temos uma cidade para governar, um estado para governar, um país para governar. Nós temos que pacificar o país! Não adianta: “Ah, o Lula ganhou, o Bolsonaro não vai aceitar”. “O Bolsonaro ganhou, o Lula não vai aceitar”. Gente, nós temos que pacificar o país, nós temos que governar, nós temos que baixar a guarda. Depois, se você não gostar do governo, você faz oposição a ele durante o governo. Mas não adianta a gente querer viver num campo de batalha do “nós contra eles”. Se eu vivesse em um campo de batalha do “nós contra eles”, talvez a cidade de Campos não tivesse hoje com perspectiva que tem. Eu fui eleito numa cidade dividida. Eu tive 52% dos votos, fui eleito com uma cidade dividida. Hoje, em pesquisas internas que eu tenho, o governo tem muito mais avaliação positiva do que o 52% que eu tive, porque a gente tem que entender que a eleição passou. A gente precisa pacificar a cidade. Inclusive, voltando um pouquinho ao assunto da Câmara, esse é um entendimento que eu prego para a Câmara. A eleição passou! Nós temos que pacificar entre o Executivo e o Legislativo, para a cidade poder avançar, poder crescer, poder atrair investidor, atrair investimento. Atraindo investimento, o dinheiro vai circular, a receita própria do município vai aumentar. Para eu poder aumentar salário de servidor e para fazer concurso público para novos servidores, eu preciso de receita própria, porque tem uma determinação do Tribunal. Eu consegui fazer um acordo, levar isso até 2024, mas tem uma determinação do Tribunal de que eu só posso pagar servidor com receita própria. Então, para eu aumentar a receita própria, eu tive que fazer os ajustes do município que eu precisei fazer, e eu preciso atrair investidor para cá. Então, se a cidade não tiver pacificação entre os poderes, não vai atrair investidor. Voltando agora para o campo federal, a gente precisa pacificar as questões. Cada um tem a sua opinião, cada um vai lutar para dar o voto ao seu candidato, mas que lute por esse voto de maneira ordeira, com argumento, com testemunho. E nós temos cinco dias para isso. Acabaram os cinco dias, o resultado que vier da urna, nós temos que respeitar e tentar botar pano quente na fervura. Nós temos um país pela frente, em que nós vamos estar vigi

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