Thiago Rangel prega diálogo com Wladimir, sem fechar porta com Rodrigo
Aldir Sales, Arnaldo Neto, Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira e Matheus Berriel 15/10/2022 08:08 - Atualizado em 15/10/2022 09:40
Vereador de primeiro mandato e deputado estadual eleito, Thiago Rangel (Podemos) afirmou, em entrevista ao Folha no Ar da última quinta-feira, que vai permanecer na Câmara para a polêmica eleição da Mesa. E sinalizou que continua na base de apoio ao prefeito Wladimir Garotinho (sem partido). Assim como disse não ver dificuldade em compor com Rodrigo Bacellar, caso o parlamentar campista dispute a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Falta de diálogo do Executivo com a Câmara – Sobre essa polêmica que está acontecendo na Câmara, quero dizer que, infelizmente, houve um pouco de dificuldade de diálogo do Executivo com o Legislativo, ao ponto em que aconteceu essa divisão, esse racha que está tendo na Câmara. E isso é muito ruim, porque quem perde com isso é a população campista.

Permanência na Câmara – Eu vou ficar para a eleição da Mesa, porque eu entendo que tenho que concluir esse ciclo do meu mandato. Sabemos que nós temos um grupo formado hoje por 14 vereadores: a base de independência e de oposição. É importante a gente tentar construir o diálogo, o bom senso, para a gente poder dar continuidade agora, nesse segundo ano de governo do prefeito Wladimir.

Falta de diálogo – Falta mais a presença do prefeito atuar, ele entrar para ter diálogo com os demais vereadores. Mas, quando você já tem 14 integrantes formados para ganhar a eleição da Mesa, obviamente eles (da oposição) não vão querer abrir mão disso. Então, eu acho o seguinte: na minha opinião, hoje, dificilmente será diferente do que a gente está presenciando. Estou falando de hoje, não sei daqui a 30 dias, a 10 dias, a 15 dias. O que tem que haver é um diálogo, um bom senso. Obviamente, o governo vai tentar continuar trabalhando para fazer o que o candidato do prefeito quer, que é o Fábio Ribeiro. Antecipar as eleições da Mesa, lá atrás, foi um erro gravíssimo.

Negociações – Muita coisa vai acontecer. Como diz o Paulo Feijó, na política de Campos já se viu até boi voando. Mas, o governo está trabalhando para fazer presidente o candidato indicado por ele, e a oposição também está trabalhando para obter mais votos. Isso é normal, isso faz parte da política.

Presidência da Alerj – É muito gratificante para a gente quando nós temos um deputado na nossa terra que tem musculatura política para conseguir alcançar a presidência da Alerj. Obviamente que ele (Rodrigo Bacellar) me ligou, a gente conversou, não em relação à presidência da Alerj, mas ele me ligou para me parabenizar até pela minha expressiva votação em Campos. Ele também ficou muito surpreso com a votação que eu tive. Se ele for candidato a presidente, obviamente a gente vai ficar muito honrado por ser um candidato da nossa terra. Sou muito bairrista, não tenho dificuldade de fazer esse tipo de composição.

Apoio (ou não) de Wladimir – Eu, hoje, constituí uma militância. Desde o início eu já venho trabalhando para mim, construindo a minha eleição para deputado estadual. O que o Wladimir fez foi não me atrapalhar. Ele participou de algumas reuniões, não posso deixar de dizer que ele participou. Mas, querendo ou não, a força foi muito brusca ali para a eleição de Bruno (Dauaire). Inclusive, agora, depois do pleito, acho que quatro pessoas que me apoiaram vieram se queixar que foram demitidas da máquina por me apoiarem. E eu até falei com o Wladimir sobre isso, se ele estava ciente disso. Eu tive 20.500 e alguma coisa de votos dentro de Campos. Então, isso foi construído, foi trabalhado. Porque o esforço dele maior e a declaração de voto dele foram para Bruno Dauaire, não foram para mim.

Independência em Campos e na Alerj – Eu não fui eleito por nenhum desses grupos políticos. Fui eleito pela minha articulação política e pela minha militância, criei a minha identidade. Eu fui eleito deputado estadual por uma articulação minha e do meu grupo, da minha militância. Ninguém pode tirar essa identidade minha. Não tive o apoio da máquina municipal, como também não tive o da estadual. Por isso que eu saí fortalecido dessa eleição. Eu estava entre o mar e a rocha, e fui um sobrevivente.

Presidência da República – Eu sou muito partidário. E a posição do partido é manter a neutralidade. Prefiro não falar (em quem votei no primeiro turno). A eleição está muito polarizada. Prefiro ficar neutro.

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