Político jovem e considerado promissor, Caio Vianna (PSD) teve o nome testado nas urnas pela quarta vez consecutiva. Foram duas tentativas de chegar à Prefeitura de Campos e outras duas de chegar a Brasília, como deputado federal — todas sem sucesso. A aposta neste ano de 2022 era que o filho do popular ex-prefeito Arnaldo Vianna pudesse furar os limites regionais, já que se esperava, novamente, uma boa votação em Campos. Para impulsioná-lo, havia um fato novo: Caio tinha sido secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Niterói, cidade que tem mais de 400 mil eleitores. Porém, na terra de Arariboia, Caio só teve 34 votos nas urnas.
Outros campistas na frente
Outros nomes de Campos que também estavam na disputa a deputado federal e que não teriam ligação direta com Niterói, tiveram mais votos que o ex-secretário do município. Marcão Gomes (PL), teve 39 votos dos eleitores niteroienses; do mesmo partido de Caio, Pastor Éber teve 65; Professora Natália (Psol), 100; Juninho Virgílio (União), 108; Tarcísio Miranda (MDB), 312; e Zé Maria (PT), 606. Vereador de Campos eleito em 2020 pelo partido que Caio disputou a Prefeitura, Leon Gomes (PDT) também foi candidato a federal. E o vereador campista recebeu mais votos em Niterói do que seu ex-aliado: foram 63.
Números em alta
Apesar do desempenho ruim na cidade em que foi secretário, o filho de Arnaldo Vianna aumentou a votação para deputado federal em relação ao ano de 2018. Na primeira tentativa frustrada de chegar ao Congresso Nacional, Caio recebeu 21.017 votos. À época, foi o terceiro mais votado em Campos, com 18.900. Neste ano, no geral, recebeu 36.785 votos — sendo o mais votado entre os campistas, com a marca de 27.706. Caio também teve um crescimento de 47,8% da sua votação na outrora capital do antigo estado do Rio de Janeiro. Passou dos 23 antes de ser secretário, para os 34 depois de ter desempenhado um cargo na Prefeitura.
Chance de assumir mandato
Apesar de revezes sucessivos nas urnas, a conjuntura pode acabar positiva para Caio. Primeiro suplente do PDT na eleição de 2018, ele não assumiu o mandato em nenhum momento. Agora, ficou como terceiro suplente do PSD, mas com mais chances reais de chegar a um cargo eletivo pela primeira vez. Dos seis nomes que ficaram à sua frente na legenda (quatro eleitos e dois suplentes), cinco foram secretários na gestão de Eduardo Paes (PSD) na Prefeitura do Rio — alguns até já voltaram para as pastas. Paes, que é presidente estadual da legenda, inclusive, sinalizou, em entrevista à Folha (aqui), no início do mês: “A chance de ele assumir é muito grande”.
Transferido
Foi publicado nessa sexta-feira (21), no Diário Oficial de Campos, o decreto que transferiu o Dia do Servidor, originalmente comemorado em 28 de outubro, para 14 de novembro, passando a ser ponto facultativo nas repartições públicas do município neste dia. A medida, no fundo, visa evitar o feriado prolongado no fim de semana do segundo turno das eleições. O prefeito Wladimir Garotinho (sem partido) considerou o decreto estadual, que transferiu a data comemorativa. A publicação do município prevê que os serviços essenciais vão funcionar normalmente. Já as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ficam dispensadas do funcionamento.
Rede Mulher
O Governo do Estado lançou nessa sexta o Rede Mulher, aplicativo desenvolvido pela Polícia Militar para socorrer vítimas de violência. A ferramenta, que pode ser baixada gratuitamente no celular, tem um botão de emergência que permite acionar o 190, entre outras funcionalidades. O aplicativo integra um conjunto de políticas públicas para a proteção das mulheres. O aplicativo tem mais cinco ícones. Em um deles, da delegacia on-line, a mulher é redirecionada para o site da Polícia Civil. Há também um passo a passo de como gerar um pedido de medida protetiva e a relação de centros especializados de atendimento à mulher.
Liz Truss, a breve
A renúncia da primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss, “a breve”, depois de apenas 45 dias no cargo, trouxe à tona a crise na qual os britânicos estão mergulhados. Com inflação em alta e as incertezas causadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, Truss teve rejeitado seu plano de corte de impostos e aumento de gastos públicos, com intensa desvalorização da libra e queda da bolsa de valores de Londres. Ministros importantes pediram demissão e deixaram sua permanência no cargo insustentável. No entanto, o caso da Grã Bretanha tem muitos ensinamentos e similaridades com o Brasil.
Semelhanças
A direita britânica ascendeu ao poder em 2016, com uma campanha repleta de fake news, discursos nacionalistas e preconceituosos, além do uso de algoritmos nas redes sociais para manipular o eleitorado, que aprovou o Brexit com apertados 52% dos votos, referendando a saída da União Europeia. O Partido Conservador ampliou o poder, mas ele próprio e o Reino Unido estão reféns da decisão. Algoritmos, fakes e discursos nacionalistas, segundo analistas, são semelhantes ao movimento que no Brasil, dois anos depois, levou Jair Bolsonaro (hoje, PL) a presidência da República. O teste nas urnas, daqui a oito dias, mostrará se a estratégia ainda é exitosa.
