Campos recebe maior repasse de royalties em sete anos
Joseli Matias 18/03/2022 20:17 - Atualizado em 18/03/2022 21:36
Campos receberá na próxima segunda-feira (21) o maior repasse de royalties dos últimos sete anos. Serão depositados para o município R$ 52.631.656,80, referentes à produção de janeiro deste ano, valor 29% maior que o repassado em fevereiro (R$ 40.804.971) e 50,4% superior ao pagamento de março do ano passado (R$ 34.991.035). Com este depósito, Campos vai somar R$ 184.019.122,76 em royalties e participação especial pagos neste início de 2022.
A maior alta deste mês, em comparação com o depósito anterior, é registrada por Quissamã, que terá R$ 19.263.238,67 depositados na segunda, enquanto em fevereiro o repasse foi de R$ 14.574.851,86 (+32,2%). Em relação ao mesmo mês de 2021, quando foram pagos R$ 15.955.859, a alta é de 20,7%.
Para São João da Barra serão pagos em março R$ 16.983.097,66. O repasse representa uma alta de 26,5% sobre os R$ 13.422.843,11 repassados em fevereiro e de 49,1% sobre o depósito de março do ano passado (R$ 11.389.554).
Macaé é o município da região que recebe a maior fatia de royalties. Nesta segunda-feira serão repassados R$ 97.384.474,78, enquanto no mês anterior o valor pago foi de R$ 77.289.265,70 e em março de 2021, R$ 65.972.400, o que representa aumento de 26% e 47,6%, respectivamente.
— Recorde de arrecadação. Este é um momento ímpar que estamos vivendo no mundo, que resulta nesse excelente repasse previsto para segunda, tanto para o Estado do Rio de Janeiro, que recebeu nesta sexta-feira (18) o valor de R$ 782,75 milhões, como para os municípios produtores. O mesmo em decorrência do preço do petróleo, que já vinha em alta acima dos US$ 60 desde o início da vacinação global no ano passado, com reflexo na retomada da demanda por petróleo no mundo. No início de janeiro deste ano, a commodity já era comercializada perto dos US$ 80 e após o início do conflito da Rússia, que é o terceiro maior produtor mundial com a Ucrânia, o preço do petróleo chegou a um pico de US$ 139, preço alcançado somente em 2008, quando chegou aos US$ 147,50. Desde 24/02, com o início do conflito, o preço oscila acima dos cem dólares e hoje (sexta), Fatih Birol, diretor geral da AIE (Agência Internacional de Energia) emitiu um alerta ao mercado internacional dizendo que a crise energética pode piorar. Fato é que a geopolítica do petróleo foi seriamente abalada e nunca será a mesma. Com isso, arrisco em dizer que não vejo o valor da commodity a US$ 70 em curto espaço de tempo. Este é o maior repasse de royalties recebido pelo Estado do Rio de Janeiro e por muitos municípios produtores. Mesmo em 2008 não alcançamos esse patamar, visto que o câmbio estava abaixo de R$ 2. Podemos aguardar uma boa participação especial para maio e repasses de royalties maiores até o mês de junho, se nada afetar seriamente a produção. Momento para os administradores respirarem com esse “oxigênio” e traçarem investimentos em ordem nacional, estadual e municipal, sem deixar de seguir a legalidade na hora dos gastos e sem aumentar deliberadamente seus custeios a prazos exacerbados. Lembrando que a União tem um Fundo Social ‘Lei n° 12.351/2010’ bilionário que estimo saldo acima dos R$ 100 bilhões. Sem deixar de lembrar da liminar que temos no STF e da Marcha de Prefeitos prevista para abril da CNM, que é a entidade que mais reivindica a distribuição dos royalties a nível nacional — ressaltou o consultor na área de petróleo e gás Wellington Abreu.

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