Rotina no Centro: baderna na madrugada deixa rastros de destruição na Folha da Manhã
Ícaro Abreu Barbosa - Atualizado em 13/12/2022 14:22
A lei que vigora nas madrugadas do Centro de Campos parece ser a mesma do mar. A civilização acaba quando se ultrapassa as marcas da água na areia da praia. Além daquele ponto, todos entramos numa cadeia alimentar diferente, e não necessariamente no topo. Podemos dizer que a mesma coisa acontece quando o sol se põe na planície. Não são muitas pessoas que enfrentam a noite na área central, então os bandidos passam a marcar como alvos os vários estabelecimentos comerciais, principalmente quando o dinheiro começa a chegar aos caixas das lojas em épocas de alto movimento, como o natal.

Alguns delinquentes fazem pelo dinheiro, outros parecem focar na baderna e destruição. Sem saber ao certo qual foi a intenção, nesta terça-feira (13), houve mais um dano à sede da Folha da Manhã, na rua Carlos de Lacerda. Um sensor biométrico, utilizado para marcar o horário dos funcionários, foi destruído e uma parte foi levada por um criminoso, por volta das 2h20 da manhã. O autor foi identificado pela empresa responsável pelo monitoramento, mas o aparelho levado teria sido descartado pelo mesmo no rio Paraíba. Essa foi a segunda vez no ano que o prédio foi danificado. Em janeiro e fevereiro, esse tipo de atividade criminosa se intensificou no Centro e, durante algum tempo, as autoridades pareceram ter assumido as rédeas... Que, hoje, parecem ter sido afrouxadas, diante do aumento exponencial desses casos.

Furtos e depredações, ambos crimes pequenos que passam despercebidos às autoridades, são registrados às toneladas, e muitas vezes não chegam nem a mesa dos burocratas das forças de segurança, principalmente pela demora e complexidade no atendimento, além da falta total de esperança das vítimas de conseguir alguma solução: resta abaixar a cabeça e pagar o prejuízo.

O 8º Batalhão de Polícia Militar (8ºBPM) foi procurado, mas não forneceu mais informações sobre as ações que realizam ou sobre qualquer possibilidade de aumento de efetivo durante as madrugadas no Centro, muito menos apresentaram qualquer estatística relacionada ao assunto. Então é possível que a situação não tenha nenhuma alteração. Entretanto, o pedido das autoridades, é que esses casos sejam registrados nas delegacias para serem incluídos na mancha criminal do batalhão.

Mas não são só lojistas que se preocupam. Diretamente afetados, moradores do Centro, como Eduardo Duarte, dizem estar “acostumados” a conviver com a criminalidade:

— A cidade de Campos, como um todo, sofre com o problema da violência, mas o Centro é um dos alvos preferidos para furtos durante a madrugada. Então, de certa forma, nos, moradores, nos acostumamos com o medo. É um fato. Como comerciante, eu também já tive minha sorveteria arrombada. Todo dia tem algum roubo, furto ou arrombamento, será possível que não haja um patrulhamento eficiente de madrugada para tentar diminuir isso? Está difícil confiar e acreditar na segurança pública por aqui.
Fotos: Genilson Pessanha 

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