Câmara completa quinta semana sem sessões e não tem perspectiva de retorno
19/03/2022 09:29 - Atualizado em 19/03/2022 09:29
Câmara de Campos
Câmara de Campos / Rodrigo Silveira
Sem a presença da oposição, a Câmara de Campos não teve quórum novamente para deliberações e completou a quinta semana sem sessões. Durante a tarde da última quarta-feira (16), os vereadores do grupo estiveram no Legislativo e se reuniram com representantes do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) e do Sindicato dos Servidores Públicos de Campos (Siprosep) para discutir as propostas de reajuste salarial das categorias, mas não compareceram ao plenário.
Desde 15 de fevereiro, o grupo de 13 vereadores tem adotado a estratégia de esvaziar as sessões em protesto contra a decisão da Mesa Diretora em anular a eleição do líder da oposição Marquinho Bacellar (SD), que chegou a ser proclamado como novo presidente para o biênio 2023/2024.
O argumento acolhido pela maioria da Mesa Diretora é de que Nildo Cardoso (PP) não foi chamado e não votou, o que seria contrário ao regimento interno, que prevê o voto nominal e expresso. Os vereadores de oposição entraram com uma ação na Justiça e uma representação no Ministério Público questionando a condução da eleição por parte do atual presidente Fábio Ribeiro (PSD). O grupo quer que o pleito continue com a escolha dos demais cargos da Mesa, mas Fábio entende que a decisão interna de anular o pleito é soberana.
Sem um entendimento, a Câmara ainda não votou nenhum projeto no ano e o governo aumenta a pressão, enviando projeto de reajuste salarial para profissionais da Educação e falando sobre importância de se votar a reforma previdenciária até o final de março, mas a oposição não tem mudado a estratégia.
Havia a expectativa de que as sessões pudessem ser retomadas na última terça, mas não houve acordo entre governistas e oposição. A negociação teve as presenças do presidente Fábio Ribeiro, do líder da situação, Alvaro Oliveira (PSD), e do líder oposicionista, Marquinho Bacellar.
 
 
Polícia intima Maicon Cruz no Legislativo
Agentes da Polícia Civil estiveram na tarde da última quarta-feira na Câmara para intimar o vereador Maicon Cruz (PSC) sobre a queixa-crime aberta pelo presidente Fábio Ribeiro contra o parlamentar do PSC por falsidade ideológica. A acusação é de que Maicon teria assinado um termo de compromisso de voto em Ribeiro na eleição da Mesa Diretora no último dia 15 de fevereiro.
Na ocasião, Maicon ficou a tarde inteira no gabinete de Fábio, assinando o documento e saindo apenas para o plenário na hora da eleição. No entanto, em um movimento articulado pela oposição, Maicon Cruz acabou votando em Marquinho Bacellar.
— Fui convidado para comparecer à 134ª DP para esclarecer a acusação do presidente Fábio Ribeiro, que foi derrotado pelo voto na sessão que iniciou a eleição da Mesa para o próximo biênio. É lamentável ver como a derrota o afetou a ponto de questionar o voto de um vereador que é inviolável, independente de qualquer manifesto de intenção de voto, que não tem validade jurídica. Com os esclarecimentos, se confirmará que nunca houve crime por minha parte, mas que a conduta do presidente, sim, é passiva de sanções — disse Cruz.
Insatisfeitos com a decisão da presidência, os oposicionistas também registraram uma queixa-crime contra Fábio Ribeiro por abuso de autoridade e o presidente foi intimido sobre os dois inquéritos no dia 23 de fevereiro.

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