Eleição da Mesa inviabiliza acordo para aprovar contas de Rosinha e Rafael
12/03/2022 09:30 - Atualizado em 12/03/2022 15:39
Eleição da Mesa atinge ex-prefeitos
A conturbada eleição da Mesa Diretora da Câmara de Campos, que chegou a ter a vitória do líder da oposição, Marquinho Bacellar (SD), proclamada, com direito a sessão suspensa devido à confusão entre vereadores e, posteriormente, com a votação anulada pela atual Mesa, atendendo a recurso de vereadores da base, atinge, ainda que indiretamente, os ex-prefeitos Rosinha Garotinho (Pros) e Rafael Diniz (Cidadania). Independentemente do que prega o regimento ou da previsível judicialização do caso, politicamente a sessão de 15 de fevereiro mostrou uma Câmara dividida, com 12 vereadores na base e a maioria, 13, na oposição.
Contas tramitam na Câmara
E o que essa divisão da Câmara tem a ver com Rosinha e Rafael? É preciso lembrar que tramitam na Casa os pareceres do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre as prestações de contas deles, de 2016 e de 2020. A Corte de Contas recomendou a reprovação nos dois casos. Porém, a decisão, que pode tornar os políticos inelegíveis por oito anos, cabe aos vereadores. Nos dois casos, para reverter a recomendação do TCE seriam necessários os votos de 17 dos 25 vereadores campistas. Nem a base, nem a oposição chegou a ter essa maioria na atual legislatura. Então, para aprovação, seria necessário diálogo entre os grupos para um consenso.
“Acordão” fica mais distante
Nos bastidores, um possível acordo chegou a ser aventado para que fossem aprovadas na Câmara as contas de Rosinha e as de Rafael. Mas, com a tensão política entre a base (garotista) e a oposição (formada por políticos com histórico de ligação com Caio Vianna, Diniz e Rodrigo Bacellar), o acordo morreu antes mesmo de nascer — ao menos, por enquanto. Vale destacar que o pacto para aprovação das duas prestações de contas nunca foi sacramentado, mas tanto vereadores da base, quanto os da oposição, confirmam que havia a possibilidade do diálogo para que isso acontecesse. Agora, esse tipo de “acordão” está praticamente descartado.
Votação ainda neste ano
As contas de Rosinha foram reprovadas pelo TCE em 2018 e, no mesmo ano, também pela Câmara. Porém, no ano passado, os vereadores da atual legislatura anularam a decisão da anterior, e reabriram o processo, alegando cerceamento de defesa. A comissão de Finanças e Orçamento da Casa, deu novo parecer, por 2 votos a 1, pela aprovação. Com a instabilidade da base, o presidente Fábio Ribeiro (PSD) não levou o assunto ao plenário. Já no caso de Rafael, não há parecer da comissão, mas o processo já tramita, desde que ele teve um recurso negado pelo TCE em janeiro. Fábio disse, em entrevista, que votaria as duas contas ainda neste ano.
Lula x Bolsonaro
A mais nova pesquisa Ipespe, divulgada nessa sexta-feira (11), mantém a tendência de um eventual segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual comandante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PL). Na sondagem realizada entre os dias 7 e 9 de março, o petista aparece com 43% das intenções de votos no cenário estimulado, com Bolsonaro na sequência, com 28%. Dentro da margem de erro, de três pontos percentuais para mais ou para menos, o capitão oscilou dois pontos percentuais para cima em relação ao último levantamento, publicado em 25 de fevereiro, enquanto Lula manteve o mesmo índice.
Ciro e Moro empatados
De acordo com a pesquisa, contratada pela XP Investimentos, Ciro Gomes (PDT) e Sérgio Moro (Podemos) aparecem numericamente igualados na terceira colocação, com 8%, e tecnicamente empatados com João Doria (PSDB), que aparece com 3%. O tucano também está empatado dentro do limite da margem de erro com dentro da margem de erro, com Simone Tebet (MDB), Eduardo Leite (PSDB), e André Janones (Avante), que têm 1% cada. Felipe D'Ávila (Novo) não alcançou 1% e Alessandro Vieira (Cidadania) não foi citado. Brancos e nulos somam 7%, e não sabem, 2%.
Segundo turno
Nos cenários de segundo turno testados, Lula venceria todos. O ex-presidente teria 53% contra 33% de Bolsonaro; 50% a 25% com Ciro; 51% a 30% com Moro; 53% a 18%, com Doria; e 55% a 17% com Leite. Já Bolsonaro, além de Lula, também perde para Ciro em um eventual segundo turno, por 47% a 36%; e para Doria, por 38% a 37% (empate técnico). No cenário contra Moro, os dois têm 33%. Já contra Leite, Bolsonaro leva por 40% a 35%. Ao todo, foram ouvidas por telefone mil pessoas em todas as regiões do país. O intervalo de confiança é de 95,5% e pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-03573/2022.
Absolvido
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) foi absolvido pela Justiça Federal de São Paulo da acusação de recebimento de R$ 2 milhões em propina de Joesley Batista, da J&F. Andrea Neves, irmã de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, primo do deputado, e o ex-assessor Mendherson Souza Lima também foram absolvidos. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), em 2017, quando Aécio era senador, ele e Andrea solicitaram R$ 2 milhões a Joesley. Em troca, o político atuaria em favor da JBS no Congresso. No entanto, o juiz da 7ª Vara Criminal de São Paulo, Ali Mazloum, considerou que “a denúncia é improcedente”.
*Com o jornalista Aldir Sales
Publicado na edição deste sábado (12) da Folha da Manhã

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