Câmara "dividida" para outubro
Arnaldo Neto 11/04/2020 21:47 - Atualizado em 08/05/2020 18:38
Câmara Municipal de Campos
Câmara Municipal de Campos / Antônio Leudo
O fim da janela partidária não foi responsável só pelo rearranjo das forças partidárias na Câmara de Campos. Também mostrou o poderio de articulação dos que pretendem disputar a Prefeitura na eleição, por ora, marcada para outubro. Estão na atual bancada aliados políticos de cinco grupos que colocaram no tabuleiro pré-candidatos a prefeito e já articulam as coligações na majoritária, que só serão validadas após as convenções (entre 20 de julho e 5 de agosto).
O grupo de Rafael Diniz (Cidadania), natural candidato à reeleição, tem 10 nomes no Legislativo. Na sequência aparecem os grupos de Wladimir Garotinho (PSD) e Rodrigo Bacellar (SD), com quatro cada. O PDT do pré-candidato Caio Vianna ficou com dois nomes na Casa, mesmo número do PSC, de Marcelo Mérida. Para completar a lista, o PSL de Gil Vianna passou a ter um representante na Câmara.
Alguns casos curiosos marcam essa divisão no Legislativo. O primeiro é o fato do grupo liderado por Rodrigo, que não tem nome definido. Deputado estadual, ele diz que não é pré-candidato a prefeito. Inclusive, já apresentou três nomes do grupo que postulam a vaga: o juiz aposentado Pedro Henrique Alves, o pastor Éber Silva e a ginecologista Cândida Barcelos. No entanto, os quatro vereadores do seu grupo, quando questionados no apoio a prefeito em outubro, responderam: “Estou com Rodrigo”.
No grupo há ainda outro fato intrigante: são três nomes do antigo G8 — atual G7 e que ninguém sabe se terá futuro — e um nome que era da base governista. Silvinho Martins (MDB) afirmou que, apesar de estar no grupo de Rodrigo, vai manter uma postura alinhada com o governo nas decisões da Câmara.
Também chama atenção a mudança de partido de Eduardo Crespo (PSC). Apesar de estar na bancada de oposição, e ter participado da gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Pros), ele foi para o partido que tem Marcelo Mérida como prefeitável. “Estamos na construção de um projeto, temos que pensar Campos. Vejo Wladimir como uma figura importante nesse projeto, e já conversei com os dois. Hoje, o pré-candidato que apoio é Mérida”, disse Crespo.
Pastor Vanderly (Republicanos) é o único vereador que não estará na disputa à reeleição. Já Álvaro César (PRTB) é o único que não fala sobre apoio a prefeito. A expectativa era que ele, até então membro da base governista, fosse para o PP. No entanto, com dificuldades para montar a nominata, Álvaro ficou no partido que já estava filiado, o PRTB. A legenda, em Campos, tem o comando de Gilson Gomes, que foi secretário na gestão Rosinha, e tudo indica que caminhará com Wladimir. Não é à toa que Álvaro aguarda o direcionamento do partido: qualquer posicionamento precipitado, pode deixá-lo fora da disputa por mais um mandato. 

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