Rodrigo e Gil reagem à entrevista de Caio
Aluysio Abreu Barbosa 24/03/2020 11:14 - Atualizado em 08/05/2020 18:04
Citados criticamente por Caio VIanna (PDT), pré-candidato a prefeito de Campos, em entrevista publicada na Folha do último domingo (22), os deputados estaduais Rodrigo Bacellar (SD) e Gil Vianna (PSL) reagiram nessa segunda-feira (23).
À pergunta se seu racha com Rodrigo se deu por conta da disputa entre SD e PDT como destino de um vereador de Campos, além da tentativa do deputado de indicar o vice em sua chapa, Caio respondeu:
— Esse tipo de negociata não é projeto de cidade. É um projeto de poder que exclui a sociedade. Estou fora!
Rodrigo respondeu, dizendo estar focado no enfrentamento do Estado do Rio à Covid-19, mas prometeu que depois deixará “claro à população quem mais conhece de negociata em Campos”:
— Tenho me ocupado de reuniões com o governador, sua equipe e os colegas da Alerj, liderados pelo presidente Andre Ceciliano (PT), todos muito focados na questão da Covid-19. A minha grande e única preocupação é tentar produzir ações que ajudem a população nesse momento de caos, tal qual fiz semana passada com o projeto de lei aprovado e sancionado agora que proíbe o corte no fornecimento dos serviços essenciais como energia, água e gás. Essa pandemia, se Deus quiser, vai passar. Aí eu terei o prazer de falar de política e deixar claro a população quem mais conhece de negociata em Campos.
Por sua vez, quando perguntado das duras críticas feitas por Gil no Folha no Ar de 27 de janeiro, na Folha FM 98,3, Caio disse sobre seu vice na eleição a prefeito de 2016, na entrevista à Folha:
— Gil já falou muitas coisas. Quando esteve ao lado de João Peixoto falava de um jeito, depois ao lado da ex-prefeita Rosinha Garotinho falava de outra maneira mais dócil, até tornar-se feroz. Depois tratou uma coisa com Rafael e veio ser vice em minha chapa. Até recentemente estava na bancada ligada ao presidente Jair Bolsonaro na Alerj. Agora não sei de que lado está. Em toda sua trajetória, Gil é uma metamorfose ideológica. É muito volátil: foi Democrata Cristão com João Peixoto, passou pelo Partido da República (hoje PL) com Garotinho, tornou-se Socialista com Romário e foi para a extrema-direita com Bolsonaro.
Ontem, Gil não foi econômico em responder a Caio, comparando a sua trajetória política com a dele:
— O filho do Dr. Arnaldo quer questionar minha atuação política. São mais de 15 anos de trajetória, construída sem nenhum berço político. Nunca estive à sombra de ninguém para obter carreira política. Tenho legitimidade para falar, diferente do garoto Caio. Em todos os partidos que estive, entrei e sai pela porta da frente, inclusive com o deputado João Peixoto. Foram rompimentos por discordar de ações em relação à população. Exemplo é a “venda do futuro” de Campos, realizada no governo Rosinha Garotinho (Pros). Votei contra o projeto, que aniquilou o município. Em relação ao presidente Bolsonaro, ele continua com meu respeito e apoio. Fiquei no PSL, partido que sou líder na Alerj. E só não fui para Aliança do Brasil porque não ficou pronto e não haveria tempo para disputar as eleições. Iria com maior prazer, aceitando o convite feito pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido). Se eu sou uma metamorfose, na concepção dele, mudo e melhoro a cada dia com a experiência.
Gil também refirmou suas críticas a Caio:
— Minhas críticas, aliás, são perguntas. E são as mesmas dos eleitores campistas. São eles que precisam saber quem é o pré-candidato a prefeito do seu município. São eles que merecem atenção todos os dias no ano, não apenas no período eleitoral, “visitando a cidade”. Depois de ser deixado pelo próprio pai em período eleitoral (em 2016), Caio agora perde o apoio do deputado Rodrigo Bacellar. Fica mais uma pergunta, que com certeza ficará sem resposta do filho de Dr. Arnaldo. Rodrigo, acredito eu, tenha distinguido a água do vinho e desistido do apoio. Portanto, mais uma vez, afirmo que é preciso responsabilidade na política. A falta dela só traz o afastamento de todos os lados.

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