Presidente do Avante (ex-PT do B) de Campos, o empresário Nilo Gomes protocolou nessa quarta-feira, no Ministério Público Estadual (MP), pedido de investigação a respeito de uma afirmação do vereador Thiago Virgílio (PTC), feita na tribuna durante a última sessão da Câmara de Campos antes do recesso. Virgílio, que é réu na Chequinho, afirmou que no Legislativo “não há inocentes” e que “existem vereadores que gastaram R$ 1 milhão” no dia da eleição. A afirmação, inclusive, gerou um bate-boca entre Thiago Virgílio e Genásio, recentemente, no Facebook. A Folha da Manhã tentou, mas não conseguiu falar nessa quarta com Thiago Virgílio.

Para Nilo Gomes, uma afirmação de tamanha gravidade tem que ser apurada. “Não é possível que um vereador, representante do povo, faça acusações tão graves e fique por isso mesmo. Por isso, pedimos ao Ministério Público que apure as denúncias. O vereador tem que explicar e apresentar provas, se as tiver, como disse que tem”, disse Nilo, acrescentando que, ao afirmar que “todos” os vereadores teriam cometido algum tipo de irregularidade, Virgílio acabou se incluindo. “Isso precisa ser apurado pelo Ministério Público”, concluiu.

A última sessão da Câmara Municipal de Campos antes do recesso parlamentar de julho aconteceu na última quarta-feira (28). Na ocasião, os debates foram quentes durante a votação de moção de aplauso para um atleta. Os discursos enveredaram para a política de esportes do governo Rafael Diniz (PPS).

Também ré na Chequinho, a vereadora Linda Mara (PTC) reclamou de colegas que antes eram da bancada rosácea e agora apoiavam Rafael. Silvinho Martins (PRP), então, usou a tribuna para dizer que Linda Mara só estaria na Casa por ter “comprado votos com Cheque Cidadão”. Thiago Virgílio disse que “não tem nenhum santo na Câmara”. Ele afirmou ainda que “tem gente nessa Casa que gastou mais de R$ 1 milhão no dia (da eleição) para comprar voto”.

No dia seguinte, Virgílio postou no Facebook o vídeo de seu discurso. Nos comentários da postagem, o vereador Genásio (PSC) convocou Virgílio a dar nomes e entregar ao Ministério Público. “A palavra tem poder, mas eu entendo que a palavra de um mentiroso não tem poder. A exemplo do seu chefe Garotinho que falou e depois disse que apagou as provas. Te admiro em alguns momentos, mas acho que terá que terminar o que começou. Dê nomes e valores diretamente ao Ministério Público. Não faça o papelão que o covarde fez, falou e depois apagou as provas que nunca existiram. Na verdade, ele é um mentiroso porque nada aconteceu, mas precisa criar fatos para sobreviver politicamente. Não siga o mau exemplo dele mais uma vez. Olha o resultado”.

Virgílio respondeu, chamando Genásio para discutir “na tribuna, no MP ou na rua”. E acrescentou: “Onde for melhor para você, estará bom para mim”, disse.