Produtores de açúcar e álcool buscam saída na crise
08/07/2017 13:59 - Atualizado em 12/07/2017 11:59
De tradição secular, o setor sucroenergético projeta soluções para a crise através da união de esforços das unidades industriais, mas dentro de um plano de ação abrangente envolvendo os diferentes braços do segmento, além da comunidade acadêmica e o poder público. A semente foi plantada na última quinta-feira, numa reunião considerada “histórica” na sede regional da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Pela primeira vez, as três usinas se uniram para anunciar um projeto a fim de alcançar objetivos comuns, com prioridade para a expansão da produção canavieira à altura da capacidade industrial instalada.
“Nós só temos uma saída. Ou a integração ou nada. Não iremos a lugar nenhum. O setor vive momento de crise há muitos anos e a gente entende que ou é isso ou o fim”, resumiu o presidente do Sindicato da Indústria Sucroenergética do Estado do Rio de Janeiro (Siserj), Frederico Paes.
O passo inicial desta conjugação de esforços será a realização de um seminário no mês de setembro sobre agregação de tecnologia e inovação no setor, além da necessidade de expansão de novas variedades de cana a discussão de projetos de irrigação.
Para este mutirão, serão convidados outros segmentos como as instituições de pesquisa e representantes do poder público.
“Queremos chamar ainda o setor público, a comunidade acadêmica, as universidades e instituições de pesquisa como a Universidade Federal Rural, a Uenf, a UFF, a Pesagro, a Asflucan e outras entidades para participar deste processo de integração”, disse ainda Frederico, presidente da Coagro.
Para Frederico, o encontro representou uma oportunidade única de retomada do setor. “Trata-se de uma oportunidade única, com prioridade para essa integração visando o estímulo ao produtor, com o emprego de novas variedades, de técnicas e projetos de irrigação, agregando projetos de inovação e novas tecnologias a fim de que dentro de três anos tenhamos a concretização desta retomada”, afirmou.
Frederico lembra que o setor já contou com 12 usinas, na metade da década de 80, quando a produção era de 10 milhões de toneladas de cana. “Não temos a pretensão de moer 10 milhões como antes. Mas, pelo menos algo perto da capacidade industrial instalada”, finalizou.
O desafio de vencer a capacidade ociosa
Na avaliação do presidente da Coagro, a moagem de 1,4 milhão de toneladas diante de uma capacidade industrial de 5,5 milhões torna-se economicamente inviável.
“Hoje temos um parque industrial com capacidade instalada de 5,5 milhões de toneladas de cana, mas moendo pouco mais de 1 milhão de toneladas. Além de inviável economicamente para as usinas, o que trazem dificuldades também para o produtor, que acaba sendo prejudicado usinas capacidade ociosa serie prejuízos usinas que diante das problemas acabam repassando as dificuldades para o produtor”, concluiu.
A busca da recuperação vai de encontro à queda do preço do açúcar que, nos meses maio e junho deste ano, chegou a 17%, em pleno período da safra. “Um impacto ruim. Isso acaba afetando também o preço do álcool. Mas esperamos reverter essa situação até pelo menos entre o final deste mês e início de agosto, pois o mercado internacional influencia diretamente no mercado interno”, comentou.

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